Solidariedade reúne mais de cem voluntários da Caixa

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Solidariedade reúne mais de cem voluntários da Caixa
Solidariedade reúne mais de cem voluntários da Caixa

José Duarte

O maior contingente de voluntários trabalhando em Nova Friburgo depois da tragédia de 12 de janeiro indiscutivelmente é da Caixa Econômica Federal, que reúne aqui 110 pessoas de todas as partes do Brasil. São funcionários concursados convocados pela Caixa para atender aos moradores de Nova Friburgo no trabalho de liberação do FGTS. A caixa paga as despesas e os funcionários são deslocados de suas cidades para cá, deixando para trás, durante 30 dias, família e amigos pelo simples prazer de ajudar o próximo.

Alojados no antigo Tribunal do Júri do Fórum Júlio Zamith, atual espaço da Secretaria Municipal de Cultura, na Praça Getúlio Vargas, todos trabalham com muita alegria, reunindo brasileiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Bahia, Fernando de Noronha e Pará, entre outros.

Desde que aconteceu o desastre climático friburguense, a palavra mais expressada é solidariedade, e isso os voluntários da Caixa tem demonstrado ao longo desse período. Alguns estão pela primeira vez na cidade, outros já participaram de outras situações de calamidade pública em Santa Catarina, Jaboatão dos Guararapes, Angra dos Reis e Pernambuco, como Geraldo Porfírio, de Bom Jesus de Itabapoana. “A gente trabalha em vários lugares, mas o povo de Nova Friburgo é muito educado, é difícil ver alguém de mau humor mesmo depois dessa tragédia enorme”, diz o funcionário.

Coordenado na cidade por Marco Antonio Novelli e Severino Ribas, o voluntariado da CEF atende em média mais de mil pessoas por dia, das 8h às 19h, inclusive aos sábados, das 8h às 13h. “Passei por vários processos na Caixa: venda de ações da Petrobras, venda de ações da Vale do Rio Doce, reciclagem de ativos da área habitacional, reciclagem de ativos da área comercial, liberação do FGTS por calamidade pública em Morretes (PR) e União da Vitória, também no Paraná, mas, sem dúvida, os momentos vividos aqui em Nova Friburgo ficarão marcados para minha vida profissional e pessoal. Um povo maravilhoso, acolhedor, alegre e, acima de tudo, trabalhador, mesmo nos momentos de dificuldade”, atesta Jorge Alves Leandro, de União da Vitória/Paraná.

As dificuldades de hospedagem encontradas nos dois primeiros dias do trabalho em Nova Friburgo hoje são superadas pelo prazer de ajudar o próximo. “Já tenho experiência em várias ações dessas, como em Pernambuco e Criciúma, mas a diferença que eu sinto é o número de vítimas de Friburgo, pois aqui foi pior. E o que mais me impressiona foi o número de mortes. Trinta dias depois as pessoas ainda comentam a dor sentida na hora e a alegria por estar vivo. O agradecimento das pessoas conosco, que viemos de fora, é algo que nunca vamos esquecer”, afirma Francisco Zabot, de Joinville (SC).

De fato, a acolhida do povo friburguense deixa os voluntários animados. “Esta é minha primeira vez nesse trabalho, ninguém deseja isso, mas aconteceu e nossa maneira de ajudar é essa. Por isso me sinto gratificado. Recebemos um tratamento diferenciado nas ruas e isso nunca vamos esquecer”, acentua Marco Aurélio Haupenthal, de Porto Alegre (RS).

A convivência com o povo, a beleza das montanhas, mesmo depois da tragédia, tudo impressiona os visitantes. Alguns pensam em retornar à cidade. “Viemos todos juntos desde que começou o trabalho. Nos dispusemos a servir, agindo como voluntários nessa campanha da Caixa, e está sendo bastante gratificante poder ajudar num momento que sabemos ser o mais difícil para a sociedade local”, afirma Charles Deimling, de Criciumal, Rio Grande do Sul. Suas palavras são endossadas por um mineiro, que diz já se sentir em casa. “É minha primeira vez aqui, mas é uma satisfação servir num dos melhores momentos como trabalhador da Caixa, pois estou podendo ajudar o ser humano nessa batalha pela reconstrução de suas vidas”, declara Edesio Amaral Machado, de Araxá (MG).

Além da solidariedade e do amor ao próximo, a empreitada da Caixa certamente fez gerar muitas amizades. “Já recebi até convites de pessoas daqui para retornar quando tudo se acalmar. Conheci gente nova, fiz novas amizades e o calor humano do povo de Friburgo é muito importante para nós”, destaca Marcelo Augusto Serpa, de Belo Horizonte. Também assim se sente o paulistano João Santos: “Estou muito feliz. Deixei minha família, meu lar, estou há quase trinta dias fora de São Paulo, mas estou recompensado, porque pude contribuir para o enriquecimento psicológico de várias pessoas”, diz João Alberto da Silva Santos, de Vila Mariana, São Paulo.

Com este trabalho, a Caixa Econômica Federal conseguiu, num curto espaço de tempo, mostrar que, acima de tudo, está a realização pessoal do ser humano. “Eu me realizei profissionalmente e pude contribuir com a Caixa nesse momento de solidariedade. Já fiz isso em Jaboatão dos Guararapes e é um prazer poder ajudar a melhorar um pouco a vida de inúmeras pessoas. Neste curto espaço de tempo aprendi a gostar de Nova Friburgo, sua paisagem, sua gente”, afirma Ariovaldo Aciel Cavalheiro, de Santa Maria, Rio Grande do Sul.

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