Solares II: creche municipal é o principal alvo de reclamações

sexta-feira, 08 de julho de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Solares II: creche municipal é o principal alvo de reclamações
Solares II: creche municipal é o principal alvo de reclamações

Leonardo Lima

Ao contrário de diversos bairros de Nova Friburgo, o Solares II não é alvo de muitas queixas por parte dos moradores. Na tragédia climática de 12 de janeiro, por exemplo, não houve mortes nem grandes registros de acidentes no local. De acordo com o morador Antônio Cícero Aragão, a manutenção do Solares II é feita por três funcionários da Prefeitura que trabalham fixos no bairro. Com isso, a limpeza e a capina das ruas são feitas regularmente. Os sistemas de fornecimento de água e luz, assim como a iluminação dos postes e a coleta de lixo — realizada três vezes por semana — também não apresentam maiores problemas. “O que falta aqui é uma área de lazer para as crianças. Uma quadra pública seria o ideal”, comenta o morador. “As rondas policiais também são escassas. Só vemos viaturas aqui vez ou outra”, diz.

Em relação ao transporte público, Antônio afirma que há um ônibus a cada hora, sendo que nos horários de maior fluxo a concessionária Friburgo Auto Ônibus (Faol) disponibiliza mais veículos para o transporte de passageiros. “Há um reforço de ônibus no início da manhã e no final da tarde. Mesmo assim, são raras as vezes que eles ficam superlotados”, explica. Para Antônio, a principal dificuldade encontrada pelos moradores está na creche do bairro. “A creche precisa de uma reforma geral. A construção dela foi iniciada no governo do Paulo Azevedo [ex-prefeito] e finalizada pela Saudade [Braga, ex-prefeita]. Desde então, a estrutura dela é a mesma”, aponta o morador, afirmando que, além da reforma, se faz necessária a construção de um muro ao redor da creche, tendo em vista que o alambrado vive danificado.

Já o morador Janderson Siqueira da Costa aponta que o acesso ao Solares II é a principal dificuldade enfrentada pelos moradores. “O bairro é muito tranquilo, só o acesso que está dificultado. A rede de esgoto na entrada do bairro estourou na tragédia e a ponte trincou com as chuvas. Essa ponte, aliás, está na lista das que serão refeitas pelo governo do estado. Vamos esperar”, argumenta. Em relação à criminalidade, Janderson garante que se há tráfico de drogas no local os moradores não sabem. “Se existe algum movimento, a gente desconhece. Inclusive tem policiais que moram aqui”, conta.

Na creche, escassez de profissionais é outro problema

De acordo com a diretora da Creche Solares, Juliana Moura, a instituição atende atualmente a 76 crianças, tanto da comunidade quanto de outros loteamentos, em horário integral, das 6h30 às 18h. “Temos crianças matriculadas aqui que moram em São Geraldo e no (loteamento) Santa Bernadete. Embora as creches desses locais tenham um espaço externo maior, elas comportam menos alunos”, informa Juliana.

Segundo ela, a ausência de um muro não é o único problema enfrentado pela creche. “Temos uma demanda de espera de berçário de 16 crianças. Precisamos de mais auxiliares. No pré 1 não temos uma auxiliar específica. Com isso, eu e a diretora adjunta nos revezamos na supervisão das crianças. A gente põe a mão na massa”, diz. A diretora conta que no último dia 15, durante audiência pública de educação, realizada na Câmara de Vereadores, a associação de moradores do Solares II, funcionários e pais de alunos da creche fizeram uma série de reivindicações junto ao poder público. “Solicitamos justamente o aumento da creche e a construção de um muro. O secretário de Educação, Marcelo Verly, nos garantiu que já existe um projeto pronto e até o fim do ano esse muro estará pronto. Estamos aguardando as respostas das outras reivindicações”, relata Juliana. Enquanto isso, o jeito é improvisar e procurar alternativas para, pelo menos, amenizar o problema. “Consertamos o alambrado, mas ele vive sendo danificado. Nunca registramos nenhum furto na creche. Normalmente, são crianças que o cortam e entram para pegar uma bola para brincar. Estamos vendo que o jeito vai ser deixar o portão aberto de uma vez”, disse.

“Estamos aguardando apenas a liberação do edital de licitação visando contratar empresa especializada em manutenção, conservação e pequenas obras, o que deve ocorrer ainda no segundo semestre. E todas as carências de profissionais de nossas escolas e creches já foram encaminhadas à Secretaria de Administração, não temos autonomia quanto a isso”, declarou o secretário Marcelo Verly.

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