Sociedade Humanitária completa 115 anos e empossa nova diretoria

sexta-feira, 13 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Uma das entidades mais antigas do município, a Sociedade Beneficente Humanitária dos Operários comemorou 115 anos na noite de segunda-feira, 9. Na ocasião tomou posse a nova diretoria da entidade para o triênio 2009-2012. O presidente eleito, Sebastião Corrêa de Mendonça, já vinha respondendo pela presidência desde 2007, quando o anterior, Orlando Silva, retirou-se da entidade, devido a problemas de saúde. Como vice-presidente assume Wilson Clóvis Delgado e na presidência do Conselho Fiscal, Mário Magliano Domênico.

A cerimônia contou com a presença do vereador Renato Abi-Râmia, do empresário e ex-vice-prefeito Cesar Iorio, da colunista Marly Pinel, do carnavalesco Eduardo Rodrigues e outros amigos da casa. Atualmente com cerca de cem sócios, dos quais menos de 40 contribuintes, a Humanitária representa um importante patrimônio municipal, principalmente pelo que representa em termos de história. Fundada para dar aos operários de Nova Friburgo assistência previdenciária e de seguridade, ela foi, na verdade, precursora das leis trabalhistas brasileiras. Foi com base no seu estatuto que o ex-presidente Getúlio Vargas, em suas vindas a Friburgo, se baseou para criar a Previdência Social do país.

“Temos muito orgulho desta casa, que sempre foi presidida por verdadeiros trabalhadores de Nova Friburgo, homens simples, não letrados, mas dedicados a garantir dias melhores à classe trabalhadora”, disse o ex-presidente, Orlando Silva, lembrando que na época em que a Humanitária foi criada, o trabalhador não dispunha de qualquer seguridade social, não tinha direito a benefícios nem a aposentadoria. “Antes disso, quem fazia o papel da Previdência Social em Friburgo era a Humanitária.”

Durante a cerimônia ressaltou-se a importância de renovação do quadro social da entidade, até para perpetuá-la. “Queremos pedir a nossos companheiros que tragam seus filhos e netos para integrar o quadro social da Humanitária”, disse. Para tanto, a diretoria está tentando modernizar e dinamizar a entidade, passando a oferecer em breve cursos de informática.

Outra novidade a ser sacramentada em seu novo estatuto é o ingresso de mulheres no quadro social. “As mulheres é que comandam a economia friburguense. Em qualquer alto de morro existem pelo menos três, quatro confecções, que dão emprego a várias costureiras, sem falar nas grandes empresas. Hoje em dia é a mulher que leva o sustento para casa, temos que trazê-las aqui para dentro”, reiterou o presidente.

O advogado Robson Barcellos, responsável pelo Departamento Jurídico e que também dá assistência empresarial à entidade, lembrou que, ao longo dos anos, a Sociedade Humanitária conseguiu acumular um patrimônio considerável. “O maior patrimônio, porém, é o humano. Estas pessoas que fundaram e mantiveram a entidade durante todos estes anos lutaram com todas as suas forças, atravessaram situações críticas e a luta prossegue até hoje. Recentemente tivemos problemas, que foram resolvidos graças à fibra, à tenacidade, à garra de sua diretoria”, afirmou, destacando a figura de Sebastião Corrêa Mendonça como um exemplo de luta e de perseverança.

Segundo Barcellos, os problemas da Humanitária, que vinham se perpetuando ao longo dos anos, estão sendo finalmente equacionados. “Temos procurado negociar com os locatários alguns contratos que estavam em curso há muitos anos e cujos aluguéis tinham valores inexpressivos”, disse.

Ele lembrou que o novo estatuto da Humanitária já foi homologado em assembleia e está em fase final de redação para ser publicado. Outro avanço foi o convênio firmado recentemente com o Sesi para oferecer assistência médica aos associados.

Edifício garagem estará em funcionamento

até julho

O advogado da entidade, Robson Barcellos, garantiu em entrevista ao jornal A VOZ DA SERRA que a questão do edifício garagem da Humanitária, localizado em frente ao Senai, bem no centro da cidade, já está solucionada. “Fizemos um acordo com o incorporador, que foi homologado pelo juiz da comarca no ano passado e agora estamos apenas costurando pequenos detalhes. Até o meio do ano as vagas estarão à disposição dos interessados”, afirmou.

O edifício garagem contará com 64 vagas para automóveis, oito para motocicletas e cinco lojas no andar térreo da Rua José Eugênio Müller. Segundo o advogado, se surgir um empresário interessado em adquirir o prédio inteiro, a Humanitária tem interesse em vendê-lo. Caso contrário, as vagas serão arrendadas a empresas especializadas em estacionamento rotativo.

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