Em um caderno sobre o Dia dos Avós, não poderia deixar de pelo menos escrever um editorial falando desse amor descoberto há quase três anos. Não sei fazer tricô, tampouco crochê, mas sei contar histórias e sentar para brincar.
Um amor diferente nasce ao ver em seu neto o traço de sua filha, e o melhor de tudo é assistir a sua filha no exercício da maternidade. Emocionante é ver sua filha amamentar seu neto e saber que você a amamentou também. Saber que deixou uma maneira de educar , por mais que as coisas tenham mudado nesses últimos anos, nesses últimos 35 anos, quando tive meu primeiro filho.
Ah, esse amor que nasce desde o primeiro olhar, o primeiro colo! E só faz crescer, a cada descoberta, e explode quando você escuta a palavra vó.
Eu não conheci minhas avós, não tive esse privilégio, mas tive um vovô Ventura presente e afetuoso, mas também por pouco tempo. Mas meu filhos tiveram avós maravilhosos. Minha mãe, que viveu para os filhos, viveu intensamente para os netos e se esmerava em cuidados e quitutes, jamais esquecidos por eles. O avô, Lelé, um incentivador das tecnologias, das artes e das aptidões para o futuro, parecia saber que o mundo iria se transformar muito rápido e precisava dar aos netos, além de muito amor, possibilidades de aprendizado e conhecimento, e proveu isso com muito zelo.
À minha filha Isabela agradeço o privilégio de ser avó, poder comemorar o Dia das Avós, dessas que rezam pelo neto todo dia, que se preocupam com os pés descalços e com o espirro. E que adora beijar, amassar.
Retornar ao mundo infantil, dos brinquedos, tem sido uma delícia. Passei a brincar de carrinhos de polícia, de bombeiro, e conhecer todas as preferências de brincadeiras do meu neto. Sou agora a mais assídua usuária da ponte aérea Rio-São Paulo. Sou dessas avós que largam tudo quando ele está por perto e corre para casa para sentar no chão e brincar, ou só para vê-lo um pouquinho antes de dormir.
Ao Benicio, meu neto amado, prometo estar ao seu lado sempre, para ajudá-lo a crescer, apoiar e vibrar com cada conquista sua desde agora, nas primeiras palavras, até virar um homem. Serei sempre seu porto seguro, e você, por favor, me prometa:
“Promete que não vai crescer distante
Promete que vai ser pra sempre assim
Promete esse sorriso radiante todas as vezes que você pensar em mim
Promete cuidar bem dos seus cachinhos e sempre me abraçar quando eu chegar
Promete sorrir sempre com os olhinhos e cantar cantigas na sala de estar
Que eu prometo ser pra sempre o seu porto seguro
Prometo dar-te eternamente o meu amor
Promete aproveitar cada segundo desse tempo que já passa tão veloz
Me lembro quando você chegou nesse mundo sorrindo aos poucos quando ouviu minha voz
E hoje corre pela sala, brinca de existir
Giz de cera, pega-pega
E eu só sei sorrir ao imaginar você crescer
Para um pouco com a bagunça, deixa eu te olhar que o tempo voa e olha só
Você sabe falar e diz tudo que eu preciso escutar
Promete ser pra sempre o meu menino
Me deixar cantar pra te fazer dormir
Que eu prometo que vou te cuidar pra sempre
Eu te amo infinito, meu guri”
(Música de Ana Carolina Vilela da Costa)
*Adriana Ventura é diretora de A VOZ DA SERRA.
Deixe o seu comentário