A reunião do grupo foi um desses felizes acasos. Moradores do casarão de número 112 no bairro da Glória, entre a Lapa e o morro do Santo Amaro, Victor Gottardi e Leandro Joaquim descobriram no sobrado um lugar para músicos, com experimentações, equipamentos e pessoas de mentes abertas para todos os lados. E foi lá também que eles conheceram o Chefe e resolveram montar o Sobrado 112.
O percussionista Claudio Fartinato, ou Claudinho, o Chefe, havia tocado na Cabruêra, uma banda da Paraíba, e com essa experiência adicionou ao som do grupo o maracatu, coco e tudo que pôde puxar dos ritmos nordestinos e europeus, já que ele também excursionava pelo velho continente. As ideias não paravam de borbulhar no sobrado com a larga experiência do trompetista Leandro Joaquim, que chegou a tocar com Cidade Negra e Elba Ramalho, entre outros artistas, sempre mostrando uma forte influência do jazz de Miles Davis. Caçula do grupo, o estudante de Produção Fonográfica Vitinho, como Victor era conhecido, trouxe para o Sobrado 112 o rap e o free style de grupos como o Beastie Boys, o reggae e o dub de Augustus Pablo e rock’n’roll dos Red Hot Chili Peppers.
À experiência e experimentalismo gerados pelo grupo somaram-se as letras de Matheus Silva, amigo de Vitinho, com quem já compunha há algum tempo. Além das composições próprias, o grupo também surpreendeu o cenário musical com a reciclagem de velhas e conhecidas canções do imaginário popular. O primeiro fruto de toda essa loucura foi o disco Desmanche, gravado entre abril e novembro de 2007, com participações de Aldir Blanc, Lucas Santana, Alberto Continentino, Renato Massa, Donatinho, Bidu Cordeiro, Marlon Sette, Sandro Araújo, Ramon Torres, Bernardo Bosisio, Gabriel Improta, Pretinho da Serrinha, Mauro Zacharias, João Fera, Bruno e Kiki do Empolga as 9, Tiago Loei, Henrique Sete Cordas, Ivo Senra, Rodrigo Sebastian, Pierre Bradier, Fred Alves e José Izquierdo.
No palco o Sobrado 112 é composto por Leandro no trompete, flugelhorn e voz; Vitinho, violão, guitarra e voz; Claudinho na percussão; Maurício Calmon na bateria; Pedro Dantas no baixo e Miguel Martins na guitarra. O grupo se apresenta neste sábado, 28, na Usina Cultural Energisa, a partir das 20 horas. Os ingressos custam R$ 10 a inteira e R$ 5 com a carteirinha de estudante. Classificação: 16 anos.
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