A Subsecretaria de Vigilância Epidemiológica do município divulgou na quarta-feira, 20, novos dados sobre os vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti em Nova Friburgo. Segundo o relatório, duas novas suspeitas de zika vírus em gestantes foram identificadas. Ao todo, já são sete casos em investigação que aguardam resultados do material enviado ao laboratório de referência do estado.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, se os casos forem confirmados, os pacientes terão acompanhamento, assim como serão promovidas ações de bloqueio das áreas onde os pacientes residem. Outro dado alarmante divulgado pelo órgão é quanto ao número de casos confirmados de dengue. Entre 4 de janeiro de 2015 ao último dia 2, o município registrou 179 casos da doença. Já este ano, apenas nestas primeiras duas semanas de janeiro, dentre os dias 3 a 16, pelo menos 85 pessoas já contraíram a dengue.
A morte de uma mulher com suspeita da doença na semana passada, em Nova Friburgo, provocou tensão na população. De acordo com a subsecretária de vigilância em saúde, Fabíola Braz Penna, o caso ainda está sob investigação epidemiológica.“Ainda não temos nenhuma confirmação em relação as causas da morte. Na declaração de óbito não há informações sobre a possível infecção pelo vírus da dengue. Mesmo assim, enviamos o material coletado na vítima para um laboratório de referência no estado. Assim que tivermos resultados sobre o exame, analisaremos o histórico de saúde da vítima, inclusive os sintomas apresentados”, explica Fabíola.
Também de acordo com a Secretaria de Saúde, os pacientes com dengue recebem medicação e fazem tratamento em casa. Não há casos de chikungunya registrados na cidade.
Município organiza ações conjuntas para combater o mosquito
Desde o início deste mês a prefeitura tem organizado uma operação de combate ao Aedes aegypti. São cerca de 30 agentes da Vigilância Sanitária, 60 agentes da Defesa Civil, além do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, Tiro de Guerra e outras instituições e empresas privadas. A ação da Prefeitura de Nova Friburgo segue o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia, do Ministério da Saúde, e a campanha “Dez minutos salvam vidas”, instituída pelo governo estadual. O objetivo é intensificar o combate aos focos do mosquito no período com maior incidência, que ocorre nos meses de março, abril e maio.
De acordo com o plano municipal, ações integradas com a campanha nacional de combate ao mosquito serão intensificadas durante todo o primeiro semestre em Nova Friburgo. A previsão é de que até o próximo dia 31 todos os imóveis públicos e privados na área urbana, inclusive, os que estiverem fechados e casas de veraneio, sejam inspecionados por equipes da força-tarefa contra o mosquito. As escolas públicas e particulares também devem ser vistoriadas durante as férias. Serão realizadas também inspeções mensais até fevereiro e bimestrais, de março a junho, pela equipe que compõe a força-tarefa.
Ministério da Saúde divulga novo boletim sobre casos de microcefalia no país
Na tarde de quarta-feira, 20, o Ministério da Saúde divulgou o informe epidemiológico atualizado sobre a incidência de casos suspeitos de microcefalia em todo o Brasil. O levantamento indica 3.893 casos suspeitos da doença. O Rio de Janeiro ocupa a sexta posição no ranking dos estados mais afetados, atrás de Pernambuco (1.306), Paraíba (665), Bahia (496), Ceará (216) e Rio Grande do Norte (188), e a primeira em relação aos demais estados da Região Sudeste, com 122 casos.
Segundo a Superintendência de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria estadual de Saúde, durante as primeiras três semanas deste mês (dentre os últimos dias 1º a 18), foram notificados 2.002 casos suspeitos de dengue no estado do Rio de Janeiro, sem vítimas fatais até o momento. Em 2015, o estado contabilizou 69.516 casos suspeitos de dengue: 22 pacientes morreram.
O governador Luiz Fernando Pezão sancionou duas leis com o objetivo de conter a ‘epidemia’ e os males ligados ao Aedes aegypti. Uma delas prevê redução do ICMS na comercialização de repelentes, de 19% para 7%, no comércio atacadista e isenta o imposto para o consumidor no varejo e os inclui na cesta básica. A outra institui sanções para estabelecimentos que não eliminarem focos do mosquito. A punição pode ser multa, suspensão da atividade ou interdição do estabelecimento ou até mesmo apreensão da mercadoria.
Atualmente, o diagnóstico do zika vírus é realizado com uso de uma técnica que permite identificar a presença do material genético do vírus nas amostras. São usados reagentes importados e, para descartar a presença dos vírus da dengue e da febre chikungunya, é necessário realizar cada exame separadamente. No entanto, esta semana, o Ministério da Saúde informou que encomendará cerca de 500 mil testes para identificação do zika vírus, dengue e chikungunya. O novo procedimento permite realizar a identificação simultânea do material genético para os três vírus, evitando a necessidade de três testes separados, além de acelerar os resultados. Os kits serão produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz. A previsão é que 50 mil testes sejam distribuídos já a partir de fevereiro para os laboratórios estaduais.
Previna-se
Se prevenir contra os vírus causados pelo Aedes aegypti não é tão complicado. A conscientização de todos é que irá fazer a diferença. Evitar água parada em vasos de planta, pneus, garrafas, entre outros itens que ajudam na proliferação do mosquito. Colocar telas em portas e em janelas também é uma ótima opção para evitar ser picado pelo mosquito, assim como colocar areias nos pratos dos vasos de plantas para evitar a reprodução. Piscinas ou similares também precisam de cuidados especiais, proteja-os.
Atualmente são vendidos produtos que ajudam na prevenção, como pulseiras de plástico contendo citronela, que reduz o ataque do mosquito. Os repelentes contendo substâncias Deet, IR3535 e Icaridin podem prevenir dos ataques dos mosquitos, principalmente do Aedes.
Além de reduzir a presença de mosquitos transmissores de doença, com a eliminação de criadouros, e proteger-se da exposição de mosquitos, como manter portas e janelas fechadas ou teladas, para as gestantes, o Ministério da Saúde orienta o uso de calças e camisas de manga comprida e a utilização de repelentes permitidos na gravidez.
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