Sistema de sirenes deve diminuir fatalidades de desastres naturais

quinta-feira, 08 de setembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra
Sistema de sirenes deve diminuir fatalidades de desastres naturais
Sistema de sirenes deve diminuir fatalidades de desastres naturais

Eloir Perdigão

A Secretaria de Defesa Civil (Sedec) e a Prefeitura estão trabalhando para diminuir as consequências de problemas como enchentes e deslizamentos de terra, com prevenção, informação e alertas. A Sedec está implantando protocolos operacionais e o Estado está adquirindo novos radares meteorológicos—que permitirão uma melhor organização das instituições no pré e no pós-impacto pela maior antecipação de ocorrências de fenômenos naturais.

Esse alerta pode ser dado informando a previsão de chuva ou, se a situação for mais grave, dando um alarme pelo sistema de sirene. Neste caso, os moradores devem se dirigir, com calma, mas rapidamente, para os locais de apoio, que estão sendo definidos nas comunidades.

Nas áreas de risco serão implantadas placas de sinalização indicando o caminho mais fácil para chegar aos locais de apoio determinados pela Defesa Civil do município. Se a sirene tocar, as pessoas devem reunir a família, pegar documentos e remédios necessários, desligar a chave da luz e o gás, ir ao local de apoio da comunidade, sem correria ou atropelos; manter a calma, mas não ficar parado, seguir as orientações do agente comunitário e não voltar à casa se não tiver autorização da Defesa Civil.

A crise climática e os desastres naturais

Segundo estudos, no último século os desastres naturais produziram danos bem superiores aos provocados pelas guerras. Dos desastres naturais listados pela Organização Meteorológica Mundial (WMO, sigla em inglês), 70% são de natureza ou consequência meteorológica. Atualmente as mudanças climáticas têm sido alvo de diversas discussões e pesquisas científicas. Os climatologistas verificaram que, nas últimas décadas, ocorreu um significativo aumento da temperatura mundial, fenômeno este que iniciou uma crise climática global. Este fenômeno, gerado pelo aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera, tem provocado secas e ampliado a força das chuvas e furacões em todo o mundo.

E no Brasil—e em Nova Friburgo—não poderia ser diferente: eventos climáticos têm aumentado em intensidade a cada década. Temos experimentado picos de forte precipitação pluviométrica ou forte estiagem. Eventos como a chuva tornam-se mais intensos e frequentes, sendo causa de escorregamentos de terra, inundações e de alagamentos e, em algumas áreas ou estações, deixa de ocorrer por longos períodos, provocando estiagem, seca, queimadas e incêndios florestais, o que acelera o processo de desertificação.

Os deslizamentos em encostas e morros vêm ocorrendo com uma frequência alarmante nestes últimos anos devido também à concentração demográfica nos centros urbanos, motivadora da ocupação desordenada e caótica, inclusive de áreas de risco. Estes desastres são causadores de danos materiais e ambientais, e de graves prejuízos sociais e econômicos.

O ESTADO E NOVA FRIBURGO

Nos anos 2010 e 2011, em consequência de fortes chuvas, 1.221 pessoas perderam suas vidas no estado, sendo 53 em Angra dos Reis, 82 na cidade do Rio de Janeiro, 168 em Niterói (45 no Morro do Bumba), e mais recentemente 918 mortos nos municípios de Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro, Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo.

Nos dias que se sucederam os fatos de 11 e 12 de janeiro passado, o índice pluviométrico da Região Serrana foi de aproximadamente 140 milímetros em 24 horas. Especificamente em Nova Friburgo foram registrados 220 milímetros em dez horas (das 21h do dia 11 às 7h do dia 12). Em outras áreas a precipitação passou da casa dos 300 milímetros em um espaço de tempo inferior a 12 horas.

PROPOSTA DE ESTRATÉGIA

Com o propósito mencionado e mediante a análise do histórico do problema descrito anteriormente (antecedentes) foram estabelecidos os seguintes tópicos dessa estratégia de ação articulada e integrada do Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio da Sedec, junto ao governo federal e municípios visando o próximo verão 2011/2012 e conjugar os esforços de prevenção e preparação contra os desastres naturais provocados por ocorrência de chuvas fortes—deslizamentos e inundações: a) ações para utilização de dados e dos mapeamentos de riscos geológicos e hidrológicos para a hierarquização dos riscos existentes nas diversas regiões do estado; b) ações para implementação de sistema de alerta e alarme por sirene; c) fortalecimento das Coordenadorias Municipais de Defesa Civil (Condecs); d) ações para a preparação das comunidades nas áreas consideradas de risco; e) ações para o estabelecimento de protocolo e outras medidas administrativas.

PLANO DE IMPLANTAÇÃO

Antes do início do verão 2011/2012, a Sedec vai implantar o sistema de alerta por mensagem SMS de celular e alarme sonoro por meio de sirenes nas áreas de alto risco localizadas nos três municípios mais atingidos pelas chuvas de janeiro deste ano (Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo) com recursos extraorçamentários.

Até o final de 2012 uma rede de proteção contra desastres naturais, com ênfase nesse sistema de alerta e alarme, será estendida aos demais municípios da Região Serrana e das demais regiões do estado.

O FUNCIONAMENTO

Como funciona o monitoramento do sistema de alerta e alarme por sirene (monitoramento por radar): 1) Radar instalado no Sumaré (RJ) monitora as condições climáticas num raio de 250 quilômetros; 2) O meteorologista do Simerj analisa os dados relativos ao tempo, e no Centro Estadual para a Administração de Desastres da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro (Cestad), localizado no Departamento Geral de Defesa Civil, órgão operacional da Secretaria de Estado de Defesa Civil (DGDEC), técnicos de diversas agências deliberam sobre o cenário; 3) Os agentes da Defesa Civil mandam mensagens de alerta por SMS para agentes comunitários (agentes e líderes comunitários estão sendo treinados para receber as mensagens de alerta); 4) Os agentes mobilizam a comunidade direcionando os moradores para o ponto de apoio seguro: 5) Em uma situação extrema, os alto-falantes são acionados para organizar a retirada da população de casa.

Existem três tipos de mensagens a serem recebidas: alerta—informa a previsão de chuva; alarme—determina que a população deve ser deslocada; e desmobilização—informa que a situação voltou ao normal e que as pessoas devem voltar às suas casas.

PREPARAÇÃO DAS COMUNIDADES

A Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros e a ONG Viva Rio recebem os moradores dos bairros Floresta, Alto do Floresta e Três Irmãos para inscrições na brigada voluntária para treinamento em reação a desastres e evacuação de áreas de risco, de hoje, 8, ao próximo dia 16, das 9h às 16h, na base do Viva Rio (Rua Coronel João Teixeira 180, sala 6, Centro Comercial Adriano Afonso, Conselheiro Paulino). Mais informações pelo telefone 2580-1288.

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