Sirenes são apenas um alerta

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Choveu forte neste fim de semana e o Córrego Dantas mais uma vez foi bem atingido. O rio transbordou, a ponte provisória foi levada pelas águas mas, felizmente, não tivemos nenhuma vítima para prantear.

As sirenes não soaram. Segundo Marilene Ramos, presidente do Inea, “a sirene que está funcionando em Nova Friburgo é para deslizamentos de encostas, e não havia o nível de chuva suficiente. Entretanto, foram dados dois alertas de inundação. O que não aconteceu foi o alerta de transbordamento. Que acontece via SMS. Houve um problema técnico na estação que ainda está passando por fases de ajustes“.

As autoridades estão devendo, desde a tragédia de janeiro, a dragagem do rio e a construção de uma ponte definitiva. Aliás, a ponte provisória que caiu foi reerguida no domingo por voluntários da Cruz Vermelha de Nova Friburgo, em uma demonstração de solidariedade que serve de exemplo diante da omissão do poder público com a segurança e o bem-estar dos seus cidadãos.

A instalação das sirenes, cercadas de muita expectativa, foi a única providência tomada para garantir a segurança do município nesta estação de chuvas. Muito pouco, convenhamos. Sirenes são apenas alarmes, nunca a solução. Além do mais, nosso sistema é precário porque não tem câmeras de monitoramento, depende de sites de terceiros, não dispõe de uma central de operações e muito menos um radar meteorológico.

A Defesa Civil friburguense ainda é uma subsecretaria, não tem autonomia e verbas. Faltam engenheiros, geólogos, equipamentos e, mais uma vez, precisamos contar com a boa vontade e disposição de abnegados que tentam fazer seu serviço, a nossa proteção, da melhor maneira possível.

Estamos cansados de promessas vãs e palavras ao vento. Só teremos paz quando as obras de reconstrução e proteção da cidade forem iniciadas, se é que algum dia serão. Enquanto isso, a cada chuva seremos obrigados a ficar de olho na barreira do lado e nos níveis dos rios, insones à espera do pior.

Só que paciência tem limites e a população jamais aceitará passar mais um verão correndo para fora de casa toda a vez que as sirenes soarem. Aliás, um ditado popular diz que “um dia a casa cai” e a próxima, senhores, pode não ser a dos moradores e sim as casas legislativa e executiva do município.

As eleições de outubro de 2012 estão aí e vamos dar uma resposta à altura do seu pouco caso e desrespeito com os moradores de Nova Friburgo.

Carlos Emerson Junior

carlosemersonjr@gmail.com

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