Após o encerramento do Campeonato da Segunda Divisão, muito se falou sobre o prosseguimento do trabalho do Friburguense neste segundo semestre de 2011 e o Campeonato Estadual de 2012. A torcida comentou que o Frizão teria ficado com dívida de mais de R$ 1 milhão e que o clube teria dificuldades.
Evidentemente que num campeonato com 42 jogos, 20 clubes, jogos às quartas-feiras e sábados, gastos com viagem, transportes, alimentação, folha salarial, premiações, entre outras despesas, os dirigentes ficam assustados, porque a Federação prometeu um campeonato enxuto e fez diferente.
Por isso, o campeonato começou pela Copa Rio 2010 porque o clube fez um projeto para a segunda divisão e todos sabiam que era um risco muito grande: “Tínhamos consciência de grandes estruturas na segunda divisão, como o Sendas, times de prefeituras, o Tigres que desceu junto conosco, então este projeto teria que ser um trabalho de um ano. Nosso planejamento de gastos girou em torno de R$ 900 mil estourando um pouco, R$ 1 milhão, com equipes de base, manutenção de profissional, folha salarial e mais impostos de funcionários e jogadores profissionais, que hoje está em torno de R$ 90 a R$ 95 mil, diferente da primeira divisão que ficava na casa de R$ 180 mil”, disse Siqueirinha
“Todo o projeto devia durar 11 meses, no máximo 12, trabalhando em cima de R$ 1 milhão. Isso dentro da Copa Rio, mas nesse ínterim, a diretoria foi surpreendida com a notícia de que o campeonato seria dividido em mais chaves e com menos equipes. Mas acabou com mais times: o Friburguense realizou 42 jogos, de fevereiro a julho, a Federação não concedeu mais licença para ninguém e quem pediu licença foi automaticamente rebaixado de divisão”, ressaltou Siqueirinha.
“Algumas equipes tentaram participar do campeonato na segunda divisão, entre elas a volta do Aperibé. Só mesmo o Guanabara e o Floresta, que caíram direto porque não aceitaram essa situação, ficaram de fora: “Nós tivemos 42 jogos e projeto de campeonato com o mesmo espaço de tempo, sabendo que o campeonato terminaria em julho. Mas não com jogos às quartas e sábados. Naquele momento seria somente nos finais de semana. Para nós era um campeonato com a metade dos jogos e isso gerou custo muito alto. Se os jogos fossem só do time profissional, contando com a renda que temos, mas arbitragem, impostos, porcentagem da Federação de quase R$ 5 mil, tivemos aumento de despesas de R$ 200 mil, incluindo o time de juniores que jogou todas as preliminares”, completou o diretor.
Ainda segundo ele, no desenrolar do campeonato aparecem gastos extras como reforma de campo, porque choveu demais, depois da tragédia inclusive tivemos que trocar algumas partes do gramado e com isso os gastos passaram para R$ 1, 250 milhão. Isso tudo preocupou ainda mais a diretoria, porque no início do torneio, o Fri só tinha um patrocinador: “A nossa projeção, quando trabalhamos nosso patrocínio com a Stam, era de R$ 360 mil e tínhamos fechado junto à Federação, cota de R$ 180 mil, porque o time quando desce perde a metade do valor. Somado à Stam, perfaz R$ 540 mil, mas também conseguimos empréstimo na Ferj de mais R$ 200 mil; fechamos com algumas ações de vendas de ingresso antecipado, para chegar aos R$ 800 mil, sabendo que ficaria dívida de R$ 200 mil. Acabamos tendo despesas de R$ 550 mil, durante a competição, face à quantidade de jogos excessivos”, destacou Siqueirinha.
Se perguntar a quem o Friburguense deve, a reposta é, a ninguém e a nenhum ponto comercial da cidade. Há um financiamento que foi feito no banco no valor de R$ 150 mil que está sendo pago mensalmente, infelizmente subimos como vice-campeão e por isso a cota da TV Globo em 2012 é só de R$ 220 mil e isso nós não vamos ter porque vamos pagar a dívida da Federação. Resumindo, o Fri tem R$ 550 mil, menos R$ 150 mil desmembrado durante o mês, chega a R$ 400 mil. Mas tem o empréstimo de R$ 200 mil da Federação, o que gera dívida de R$ 200 mil.
“Assim que terminou o campeonato, conversamos com a diretoria da Stam Metalúrgica, para agradecer o patrocínio e fazer a proposta de renovação por mais um ano. Pedimos adiantamento, ou seja, ao invés de 12 cotas, para ter nove cotas e um adiantamento de R$ 90 mil. Isto é, renovamos pelo mesmo valor de R$ 360 mil até o final do Estadual 2012 e mais adiantamento de R$ 90 mil, que solucionou todos os pagamentos de funcionários até o final deste mês de agosto. Hoje temos tudo em dia e os R$ 110 mil que ficaram para desmembrar nos próximos meses, que são descontos de cheques, empréstimo pessoal, mas nada que comprometa o clube, por isso, de R$ 550 mil nós ficamos com dívida de R$ 110 mil”, continuou o dirigente.
O próximo campeonato será diferente e mais barato, porque o trabalho já está sendo iniciado na Copa Rio que começa no próximo sábado, culminando com o Campeonato Estadual. A média do clube vai ser de R$ 90 a R$ 100 mil/mês e o clube já tem R$ 30 mil da Stam e déficit mensal de R$ 60 mil: “Se multiplicar isso pela quantidade de meses vai dar a mesma dívida que tínhamos. Se nós conseguirmos a manutenção na primeira divisão, voltar para o mercado da primeira divisão com cota maior para 2013, com certeza com a dívida que tivemos no final da segunda divisão, acho que é um lucro muito grande, principalmente pela situação que fomos envolvidos. Uma segunda divisão em meio a uma tragédia, uma série de coisas que poderíamos ter mais apoio, mas naquele momento muitas firmas perderam tudo e mesmo assim, conseguimos voltar, que é o mais importante. Financeiramente, vai ser complicado porque teremos que contratar reforços, mas nós sempre trabalhamos com o que temos e nosso elenco já tem uma base, pelo que já fizeram na segunda divisão. Nosso time é muito mais primeira e nós vamos conseguir superar isso tudo aí”, finalizou Siqueirinha.
AGRADECIMENTO – O diretor reiterou o agradecimento à Stam Metalúrgica, pois sem esta renomada empresa não teriam nem iniciado o trabalho na Copa Rio. “O Rogério Faria entendeu nosso projeto e o comprou. A participação dele foi muito importante”.
Prefeitura de Nova Friburgo recupera
ginásio de esportes de Duas Pedras
(Secom) A Prefeitura Municipal de Nova Friburgo, está finalizando a recuperação do Centro Poliesportivo José Pereira da Silva (Duda), conhecido como ginásio de Duas Pedras. Já deteriorado mesmo antes da tragédia, a situação piorou ainda mais porque o ginásio foi atingido pela enchente e posteriormente funcionou como depósito de roupas para doações.
Por isso, os desportistas estão sem poder utilizar o ginásio há bastante tempo e a determinação do prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto ao secretário de Esporte Frank James Fernandes, é devolvê-lo recuperado no menor espaço de tempo possível.
A obra está sendo executada em parceria com a iniciativa privada, sem custos para a Prefeitura e foi feito acerto do piso e pintura geral, interna e externa, com cores variadas, além da marcação da quadra poliesportiva. A quadra ainda será contornada por uma rede de proteção.
O secretário Frank James está muito satisfeito com o novo aspecto visual do ginásio de Duas Pedras durante mais uma visita que fez para acompanhar a recuperação sexta-feira passada: “Assim, a prefeitura começa a devolver os espaços esportivos que estavam sem funcionar, com os atletas impedidos de praticar seus esportes preferidos”, afirmou. O secretário de Esportes espera entregar o ginásio de Duas Pedras à comunidade em setembro próximo, em data ainda a ser confirmada.
Assédio a Edson Barbosa em Nova Friburgo é muito grande depois do sucesso do UFC
O maior destaque do esporte friburguense no momento está em Nova Friburgo: Edson Mendes Barbosa Junior, conhecido internacionalmente como Edson Barbosa. Ele curte a fama depois da belíssima luta no UFC, sábado passado. Com transmissão em rede nacional de TV para mais de 80 países. Após o embate, o lutador passa por um período de descanso em Nova Friburgo, visitando amigos, curtindo a família, que não via há três anos desde que foi para os Estados Unidos, onde mora atualmente com a esposa Bruna, em Júpiter (Flórida). Hoje aos 25 anos, Edson tem 9 lutas no cartel com 6 nocautes, 2 por pontos e uma por finalização. Neste momento ele mantém contato com o amigo Anderson França de Carvalho na Academia Fight Co. (treinador que o acolheu e o preparou para o sucesso atual).
Tudo começou ainda criança com o professor Márcio Monnerat na quadra da escola de samba Imperatriz de Olaria, inclusive quando o jornal A VOZ DA SERRA foi único veículo de comunicação da cidade que acreditou no potencial desta modalidade: “Fui direto para a luta, nunca quis outro esporte, na época havia um tabu, de que todas as artes marciais eram violentas. Mas meus pais entenderam e eu iniciei o trabalho com muita dificuldade”, acentua Edson.
Hoje, ele pode dizer que vive da luta, pois nos Estados Unidos tem estrutura, suporte totalmente diferenciado do Brasil, as pessoas tem consciência que o UFC é um esporte competitivo e existe um grande apoio, principalmente por parte das empresas patrocinadoras.
Com relação ao que aconteceu sábado, o lutador diz: “Foi uma emoção muito grande, não esperava, não tinha noção de tudo que estava acontecendo, a energia do povo brasileiro é totalmente diferente. Sou profissional de luta, tenho o esporte como a base de minha vida hoje, treino pela manhã, à tarde e noite de segunda-feira a sábado. O apoio no Rio de Janeiro foi o reconhecimento desse trabalho, por isso, não penso em retornar ao Brasil agora, apesar da saudade que às vezes sinto dos amigos. O ambiente de Friburgo, terra que eu amo e adoro, e, principalmente minha família. Aliás, sem ela, nada disso seria possível”, afirma o desportista. Segundo ele, em Júpiter há toda uma equipe, que prepara, vende a imagem do atleta, programa as lutas, cuida do marketing etc.
Evidente que após a luta o atleta passa pelo exame antidoping, um período de avaliação e no caso de nocaute, dois meses para a próxima luta. No caso de Edson, embora ainda um pouco dolorido, ele não teve suspensão, e vai aguardar a decisão de seu treinador para dar seguimento ao trabalho: “Nessas duas primeiras semanas não posso treinar”, destaca.
Um atleta que confia em Deus, aceitou Jesus como seu Salvador e Senhor, ele diz que o futuro está nas mãos de Deus: “Tudo está nas mãos dele, é claro que penso no cinturão de ouro, mas Deus é quem sabe, tudo é um sonho que ele colocou na minha vida e eu tomo atitude de acordo com o que Deus determina para mim”, afirmou Edson Barbosa, que aproveita para agradecer o apoio que recebeu quando ninguém acreditava em seu sucesso, como: CCM Sports, Mundo Verde, Ju Restaurante, Mímica Automóveis, não esquecendo a Academia Fight Co., e Anderson França de Carvalho e toda sua equipe.
MENSAGEM – O lutador deixa uma mensagem para os jovens que estão começando: “Meu alicerce foi minha família. Só cheguei até aqui por causa dela que sempre acreditou no meu sonho. A mensagem é acreditar no sonho e seguir em frente. Por mais que as pessoas tentam desestimular, todos têm que acreditar, trabalhar, treinar. Eu trabalho muito, treino incessantemente. Eu treino mais que todo mundo. Essa é a principal mensagem que deixo para todos”, finaliza Edson.
O começo
O professor Anderson França de Carvalho falou sobre o começo de tudo: “Nós treinávamos com o Márcio Monnerat, Edson ainda era pequeno e da mesma forma que eu tinha o Edmond como referência, o Junior me tinha como seu ídolo. O tempo passou, o espaço em Nova Friburgo ficou pequeno e eu tive que ir para o Rio de Janeiro treinar na Academia Boxe Thai. Quando voltei me integrei à Academia Brasil Fight Center em Conselheiro Paulino. O pai do Edson me procurou dizendo que seu filho estava desanimado, só queria andar de bicicleta, cada dia por uma trilha diferente,querendo voltar a treinar com Anderson. Depois de uma conversa começamos o trabalho. Eu senti naquele momento que ele tinha potencial, ele ganhava tudo que disputava, o espaço acabou ficando pequeno para ele. Em 2007 ele foi eleito melhor atleta brasileiro na modalidade. Chegou a proposta do Alex Davis para ele ir para os Estados Unidos. É claro que toda aventura como essa é preocupante, porque não se sabia o que viria pela frente, mas ele encarou, deixou a saudade de lado, pensou nele, aperfeiçoou seu profissionalismo e partiu para o exterior. Ele treina muito, já fazia isso quando estava aqui, às vezes eu ficava preocupado e mandava ele parar. Mas ele insistia e acabou sendo o exemplo que é hoje”, destaca Anderson.
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