Cabo do 11º BPM lança seu primeiro livro de contos, “A Barca de Caronte”
Henrique Amorim
Durante sua infância no Rio de Janeiro, o hoje cabo do 11º BPM Rodrigo Silva de Oliveira, 33 anos, jamais imaginava que um dia iria tornar-se escritor. O empurrãozinho veio dos pais, Elias e Adelaide, que o incentivavam à leitura de gibis. O hábito saudável caiu no gosto do garoto que mergulhava nas histórias infantis. Daí para a leitura dos mais variados tipos de livros—de preferência os de Stephen King—foi um pulo. E olha que depois de tanto consumo pela leitura, o leitor virou escritor. Rodrigo lançou recentemente a coletânea de contos “A Barca de Caronte”. São seis histórias de ficção ambientadas a partir da relação direta dos personagens com a morte e o sobrenatural. Tudo é inspirado a partir da saga do barqueiro Caronte, que segundo a mitologia grega, navegava pelos rios Estige e Aqueronte, que separam os reinos dos vivos e dos mortos. Diz a lenda que aqueles que não pagavam a “passagem” em ouro não eram enterrados e suas almas teriam que vagar por até 100 anos às margens dos dois rios.
A partir daí o PM, que atua como armeiro no batalhão de Nova Friburgo, criou personagens diversificados e por si só curiosos para instigar os leitores de “A Barca de Caronte”. Ao longo de 190 páginas pode-se viajar com um homem que recebe um guru em seus sonhos e passa a viver dessa dependência, um trabalhador que ao aceitar uma aposta se dá conta que fez o pior negócio de sua vida, uma estranha visitante que aporta na casa de um médico, um jovem que perde a namorada num acidente de avião, volta no tempo e descobre que nem tudo pode ser mudado, um prisioneiro que vai parar na TV e pode ser assassinado ante as câmeras caso perca o jogo e um alpinista que no alto de uma montanha se vê obrigado a uma escolha que beira a insanidade para salvar a própria vida. Esses são os personagens do livro de Rodrigo, que não está à venda em livrarias. Apenas pelo site www.clubedeautores.com.br, por R$ 28. O autor abriu mão dos direitos autorais e quer mesmo estimular a leitura. Tanto que pretende enviar o arquivo em pdf ou iPad com os contos de “A Barca de Caronte” para os dez primeiros internautas que lerem esta reportagem, se mostrarem curiosos com as histórias e enviarem e-mail para ele no endereço tongue@ig.com.br. O escritor, inclusive, sente-se lisonjeado com a repercussão de sua primeira obra entre os colegas do 11º BPM e no município que escolheu para viver e trabalhar desde que o pai se mudou para cá.
“Minha maior gratificação é saber que as pessoas leram meu livro e fizeram comentários sobre ele”, diz o novo escritor que já se dedica à produção de sua próxima obra, “Benai Elohin”, uma expressão em hebraico que significa “Os filhos de Deus” e dará título ao seu mais novo conto sobre o mundo antigo: uma história que mescla o mundo espiritual e físico. A data de lançamento ainda não foi definida. Rodrigo dedica-se ao prazer que mais gosta: escrever. “Em breve deverá estar pronto”, diz ele, que produziu seu primeiro conto há cerca de dois anos, inicialmente sem o compromisso de editá-lo. A esposa Elane leu, gostou e o incentivou a lançar um livro. Os cinco contos que compõem “A Barca de Caronte” surgiram naturalmente em seguida. E Rodrigo virou escritor para orgulho tanto da mulher como dos filhos, Felipe e Vítor, de 8 e 7 anos. Estímulo aos meninos à leitura, pelo jeito, não vai faltar. “Causa-me tristeza ver que hoje muitas pessoas parecem ter ojeriza à leitura. Pessoas que não se permitem viajar com a mente. Algo que não causa o menor cansaço físico ou mental”, frisa Rodrigo no prefácio de sua primeira obra.
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