Henrique Amorim
Todo aniversariante querido merece presente. E Nova Friburgo não foi diferente. Seus 192 anos foram marcados de forma especial com um concerto da banda sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais na noite de domingo, 16, no Teatro Municipal Ariano Suassuna, com parte dos seus 85 integrantes, entre oficiais, regentes, suboficiais e sargentos com fardas vermelhas e talento inconfundível. O espetáculo de quase uma hora e meia de duração encantou o público de mais de mil espectadores. Muitos sequer se importaram de assistir à apresentação em pé ou sentado no chão do teatro. Valeu a pena! A sinfônica promoveu um verdadeiro show ao passear por clássicos eruditos e grandes sucessos da música brasileira, com direito até a pout-pourri de astros como Djavan, Ivan Lins e Milton Nascimento.
O tema do grande sucesso infantil O Rei Leão - Can you feel the love tonight - imortalizado por Elthon John, rendeu até bis após delírio do público, que aplaudiu a execução de pé. Na apresentação dos solistas sargento Jéssica Mendes e cabo Elias Pinheiro, com acompanhamento da banda, oito gaiteiros surgiram em meio ao público, roubando a cena com as gaitas escocesas do Corpo de Fuzileiros Navais. Outro momento mágico do concerto especial de aniversário foi a apresentação de O cisne branco – o ‘hino da Marinha brasileira’–, de Antônio Manuel do Espírito Santo, que emocionou muitos oficiais na plateia. O repertório variado também encantou. Entre as composições, Candidi, de L. Bernstein; Magnum Misterium, de M.Luridsen; E lucevan le stelle, de G. Puccini, com participação do solista e sargento Roberto Ricardo, e Viva música, de A. Reed, sob a regência do maestro e primeiro-tenente Thiago Santos.
Já sob a batuta do maestro e capitão-tenente Nerias Morel, o público conferiu o preciosismo da banda com as execuções de Fanfarra Olímpica, de J.Willians; Sento uma forza indomita, da ópera O Guarani, com participação do tenor sargento Ewandro Stenzowski e da soprano sargento Patrícia Monção, o sucesso de O Rei Leão e Somos iguais nessa noite, de Ivan Lins, e Malambo, de A. Ginestera.
Um concerto digno e para marcar época
A banda sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais se diferencia pela diversidade de sua formação instrumental e encanta onde se apresenta. Uma prova disso é a extensa agenda de apresentações sempre lotada, incluindo com frequência concertos internacionais. Depois de Nova Friburgo, a banda já tem compromisso marcado com uma turnê por municípios do sul brasileiro. A sinfônica sempre se destaca também por utilizar em seus concertos todos os instrumentos de madeira, um vasto naipe de percussão e cordas e gaitas. Em suas apresentações geralmente chama a atenção com repertórios de marchas, canções militares, hinos e músicas eruditas e populares. Todos seus integrantes têm formação e aperfeiçoamento na Escola de Música do Corpo de Fuzileiros Navais. Aliás, a Marinha é a única força armada brasileira que possui escola de formação de músicos.
A sinfônica é originada da antiga Brigada Real da Marinha, que acompanhou a família real portuguesa em sua chegada ao Brasil, em 1808. Desde então vem galgando total prestígio nacional e internacional, com apresentações especiais e memoráveis para a rainha da Inglaterra, Elizabeth II, em 1952, no Palácio de Buckingham, e com premiação em 1974 em Hamburgo, na Alemanha, em concurso internacional. Atualmente a banda dos Fuzileiros Navais tem sede na Companhia de Bandas do Batalhão Naval, na Fortaleza de São José, na Ilha das Cobras, Rio de Janeiro.
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