Sindicato ainda sem balanço do 1º dia da greve nas escolas municipais

Ato em defesa da educação reuniu grevistas em frente à Prefeitura, que diz que adesão foi baixa
quinta-feira, 08 de agosto de 2019
por Fernando Moreira (fernando@avozdaserra.com.br)
O ato em frente à Prefeitura (Fotos: Fernando Moreira)
O ato em frente à Prefeitura (Fotos: Fernando Moreira)

Cerca de 150 pessoas, entre funcionários de apoio e professores, compareceram na tarde desta quinta-feira, 8, ao ato público em defesa da educação municipal, promovido pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe), em frente a Prefeitura de Nova Friburgo. A manifestação, pacífica, marcou o primeiro dia da greve deflagrada por tempo indeterminado pela categoria.

“Nossa intenção é que o prefeito nos receba para que a gente possa levar até ele as reivindicações dos profissionais de apoio e do magistério, que também estão incluídos nessa greve”, disse Pedro Monnerat, diretor de comunicação do Sepe.

Sindicato ainda não tem estimativa da adesão

O sindicato, no entanto, ainda não tem uma estimativa de qual foi a adesão dos profissionais da educação nesse primeiro dia de paralisação: “Como é difícil fazer uma estimativa em início de greve, a gente evita divulgar esses números nesse primeiro momento. Mas posso adiantar que tem sido massiva. Onde a gente vai os funcionários de apoio, principalmente, estão parados. Vários professores estão demonstrando interesse de aderir. Outros vários já aderiram e, consequentemente, o movimento tende a crescer. Não temos o menor interesse de recuar. Vamos até o fim para conseguir os direitos dos profissionais de apoio e do magistério que estão abandonados em vários pontos”, afirmou Pedro Monnerat.

Para Prefeitura, adesão é baixa

A VOZ DA SERRA também entrou em contato com a Prefeitura de Nova Friburgo que nos informou em nota que até as 12h desta quinta-feira, 8, “cerca de 28% dos profissionais da educação aderiram a greve, 23% aderiram parcialmente ao movimento e 49% segue sem adesão”.

Funcionária de apoio faz desabafo

Durante o ato, A VOZ DA SERRA também ouviu uma das grevistas, que se disse muito triste com a situação. Para Jacqueline do Espírito Santo, funcionária de apoio há 11 anos em uma creche no distrito de Conselheiro Paulino, a Prefeitura mente quando afirma que nenhum servidor recebe abaixo do mínimo nacional.

“Nossa situação é muito crítica, desumana mesmo. Nós, funcionários de apoio, estamos recebendo abaixo do salário mínimo. A Prefeitura insiste em dizer que não, mas é mentira. Eu, por exemplo, recebo R$ 848 que vem com um complemento de R$111. Somando dá quase R$960, sendo que o salário mínimo é de R$998. Então só nessa soma fica claro que estamos sendo prejudicados. Ficamos ainda mais tristes porque foi uma promessa de campanha do atual governo de que nenhum servidor receberia menos que o salário mínimo, mas o que acontece é totalmente o contrário. Estamos recebendo, sim, abaixo do salário mínimo”, se queixou Jacqueline.

O que a categoria reivindica

Os servidores pleiteiam reajuste salarial para todos os profissionais da educação, pessoal de apoio e magistério, de 25%; garantias de que os vencimentos nunca serão menores que o mínimo nacional; reajuste salarial retroativo para os funcionários de apoio com acréscimo de 4,61% a partir de janeiro de 2019; encaminhamento imediato à Câmara dos Vereadores do projeto de lei do Plano de Carreira do Apoio elaborado em 2018; cumprimento da lei 11.738, de 2008, no que diz respeito à regularização da jornada de trabalho de todos os profissionais do magistério do quadro da educação básica no ensino público; apresentação de estudo que sirva de embasamento por parte da prefeitura acerca da unificação dos regimes com a migração dos celetistas para o regime estatutário.

Além disso, o sindicato destaca “precárias condições de trabalho em algumas escolas, falta de equipamentos e materiais necessários, falta de profissionais em quantidade suficiente e a de falta de uma verdadeira política de inclusão”, fatores que acabam prejudicando o desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes.

Prefeitura é contra a greve

Contrária à paralisação, a Prefeitura disse ontem em nota enviada à redação de A VOZ DA SERRA, que “entende que a paralisação não se justifica, tendo em vista o que foi acordado com a categoria no ano passado: piso nacional para professores I a ser pago em duas etapas, com 36,97% de reajuste; aumento de 5% para todos os servidores, incluindo pessoal do apoio; pagamento do adicional de qualificação dos processos iniciados até 2017 (pagos em dezembro de 2018); equiparação da carga horária de orientadores pedagógicos, orientadores educacionais e supervisores com a carga horária de professor II”.

 

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TAGS: Educação | Protesto | Governo
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