Silêncio das mulheres

quinta-feira, 31 de março de 2016
por Jornal A Voz da Serra
Cena da aclamada série política dinamarquesa Borgen. A atriz Sidse Babett Knudsen interpreta a primeira-ministra Birgitte Nyborg
Cena da aclamada série política dinamarquesa Borgen. A atriz Sidse Babett Knudsen interpreta a primeira-ministra Birgitte Nyborg

EMBORA os números do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda não estejam disponíveis — 15 de agosto é o prazo final para os partidos políticos e coligações registrarem seus candidatos — é previsível a participação de milhares de mulheres concorrendo às eleições municipais em 2016. Elas disputam cargos de vereadora, vice-prefeita e prefeita, um avanço significativo, porém aquém da participação feminina na sociedade, expressa pela maioria da população brasileira.

NOVA FRIBURGO, com uma população predominantemente feminina, também participa modestamente do processo eleitoral. Poucas mulheres decidiram participar da vida pública e este ano o fenômeno do desinteresse deve se repetir. Nem mesmo a presença de uma mulher no governo municipal — durante oito anos do governo Saudade Braga (2001-2008) e agora com a vice-prefeita Grace Arruda — e no Executivo brasileiro com a presidenta Dilma Rousseff, está sendo capaz de sensibilizá-las para a disputa eleitoral.

A POUCA PRESENÇA das mulheres na campanha eleitoral pode ser vista como uma repetida falta de participação, da qual as mulheres não tiveram vez ao longo dos anos. A educação política foi, durante muito tempo, privilégio dos homens. Reverter este quadro com maior participação feminina leva tempo e ainda não será desta vez que o sexo feminino terá uma participação mais atuante na cena friburguense.

A SENSÍVEL percepção feminina pode, em muito, ajudar ao desenvolvimento do município, discutindo temas que são de interesse de toda a sociedade. Desde a violência contra a mulher, passando pela saúde, educação, segurança e emprego, para citar apenas alguns problemas, a mulher pode integrar-se com os poderes públicos na sua efetiva solução.

OS PROBLEMAS de Nova Friburgo são inerentes a homens e mulheres. As dificuldades são as mesmas, os sonhos são os mesmos. Equacionar esta relação através de uma maior participação feminina é o que deveria acontecer, para termos uma representatividade compartilhada com todos os interesses. As mulheres fazem falta no plenário ou no comando dos governos. A hora, pois, é de participar.

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