Ao longo da vida o corpo sofre uma série de mudanças relacionadas a cada fase. Estar com a saúde e a libido em dia é fundamental para que homens e mulheres se sintam satisfeitos e bem consigo mesmos. Por essa razão, para que a sexualidade possa ser aproveitada ao máximo em cada etapa da vida, são necessários alguns cuidados especiais.
O ginecologista e obstetra pós-graduado pela Universidade de São Paulo (USP), Dr. José Bento, e o urologista especialista em medicina sexual pela universidade de Boston e responsável pelo serviço de medicina sexual do Hospital do Servidor Público de São Paulo, Dr. Eduardo Bertero, ensinam o que é preciso para superar as limitações que o corpo vai apresentando ao longo do tempo e, assim, manter uma vida sexual saudável.
Idade Adulta
A partir dos 35 anos, apesar de muitas mulheres manterem o uso da pílula anticoncepcional, algumas começam a buscar alternativas contraceptivas. As razões para essa mudança são explicadas pelo momento da vida pelo qual essas mulheres estão passando. “Podemos dizer que a mulher chega ao auge da vida sexual nessa idade. Ela deixa para trás os traumas e medos e busca relacionamentos mais estáveis e duradouros, tendo controle de sua vida sexual. Sendo assim, ela pode optar por um método contraceptivo diferente”, explica Dr. José Bento.
Além disso, nesse período a mulher tem ciclos anovulatórios (sem ovulação) que causam um sangramento maior do que os ciclos normais, levando a um grande incômodo. Uma das opções para a mulher é o Sistema Intrauterino à base de levonogestrel (Mirena® da Bayer HealthCare Pharmaceuticals), que tem ação prolongada (por até cinco anos). A inserção é feita em consultório ou ambulatório e o sistema pode ser retirado a qualquer momento sem prejuízos caso a mulher deseje engravidar.
O Sistema Intrauterino libera o hormônio levonorgestrel (semelhante ao que o ovário produz) em doses baixas e constantes, somente na cavidade do útero. Isso reduz os efeitos colaterais. “Este método contraceptivo também reduz o sangramento menstrual e alivia os sintomas de TPM, além de ajudar a prevenir a endometriose, que é considerada uma das principais causas de infertilidade feminina”, afirma o Dr. José Bento.
Nessa fase, é importante que a mulher faça consultas anuais com o ginecologista para a realização de exames clínicos, ultrassonografia endovaginal e papanicolau para prevenção do HPV.
Já os homens, que geralmente resistem a frequentar os consultórios médicos, também precisam cuidar da saúde para evitar problemas que prejudiquem sua vida sexual. De acordo com o Dr. Eduardo Bertero, cerca de 52% dos homens no mundo sofrem com problemas de ereção. Para os homens com menos de 40 anos, as causas para o problema costumam ser emocionais e podem ser associadas a diversos fatores. “A ansiedade em um novo relacionamento ou a cobrança por alto desempenho sexual tanto da sociedade, como pessoal, podem estar diretamente ligadas ao problema”, explica o doutor.
A parceira tem papel fundamental no tratamento, uma vez que na maioria dos casos o incentivo para procurar um especialista precisa partir dela, pois o homem reluta em aceitar que precisa de ajuda. Hoje em dia, o homem pode realizar o tratamento de forma discreta e eficiente. Uma das opções disponíveis no mercado é a vardenafila HCI (Levitra ODT®) que dissolve na boca e tem sabor de menta, além de poder ser consumido momentos antes da relação sexual, pois o efeito começa após 15 minutos da ingestão e se prolonga por até 8 horas. Isso se deve ao formato orodispersível do medicamento. O medicamento também não apresenta interação com alimentos ou álcool.
Nessa fase da vida também é importante que o homem faça exames periódicos para medir os níveis de glicemia, colesterol e testosterona. Ele também pode realizar o espermograma, que mede a fertilidade.
Maturidade
Por volta dos 45 anos, as mulheres podem apresentar sintomas característicos da menopausa. O período é marcado pela queda dos níveis de estrogênio, o que modifica o corpo da mulher oferecendo riscos ligados à sexualidade. “A mulher nessa fase passa a se preocupar mais com o peso, cabelos e pele, pois percebe que seu corpo está diferente do que ela estava acostumada”, explica Dr. Bento.
Outro aspecto que sofre impacto pela queda hormonal é a libido da mulher. “Também é normal a mulher apresentar sintomas de depressão nesse período, podendo ficar mais isolada socialmente”, ressalta o médico. Nos genitais, a mucosa da vagina torna-se mais fina, o que pode dificultar a lubrificação e causar dor na relação sexual. O tratamento mais indicado é a Terapia de Reposição Hormonal (TRH), que regula os sintomas como fogachos, depressão, ressecamento vaginal, devolve o brilho dos cabelos e da pele. Além disso, o tratamento tem um papel importante na prevenção de doenças como osteoporose e até mal de Alzheimer.
O Dr. José Bento recomenda que, além do exame de papanicolau para verificar a saúde do útero e dos ovários, é importante que a mulher realize o exame de densitometria óssea e a mamografia para obter um diagnóstico preciso e poder dar início ao tratamento adequado caso alguma doença seja identificada.
Para os homens, após os 45 anos, começa um processo de queda de níveis de testosterona, que dependendo de sua severidade pode caracterizar o Distúrbio Androgênico do Envelhecimento Masculino (Daem). Mais conhecido por andropausa, o distúrbio atinge cerca de 20% a 25% dos homens. De acordo com o Dr. Bertero, os sintomas da andropausa podem ser confundidos com outras doenças, o que dificulta o diagnóstico. “Entre eles podemos observar cansaço físico e mental, lentidão de raciocínio, irritação, além da disfunção erétil e, principalmente, a diminuição da libido e o aumento da gordura abdominal”, explica o especialista.
Nesta fase da vida, o homem normalmente já possui outras doenças crônicas como hipertensão arterial e alto nível de colesterol, o que agrava mais os sintomas da andropausa. “Assim como dito antes, o diálogo com a parceira continua sendo fundamental para o sucesso do tratamento, ainda que os homens aceitem melhor a situação por já estarem em acompanhamento médico por conta das outras doenças que possam ter”, acrescenta o urologista. O tratamento mais indicado atualmente é a terapia hormonal à base de undecilato de testosterona (Nebido®, da Bayer HealthCare Pharmaceuticals). A aplicação é feita por meio de injeções intramusculares trimestrais, cujo efeito se mantém estável durante o intervalo entre aplicações, auxiliando de forma eficaz no alívio dos sintomas da andropausa.
Após os 45 anos, além dos exames de controle de glicemia, colesterol e testosterona, o homem não pode deixar de realizar o exame para detecção do câncer de próstata (PSA – Antígeno Prostático Específico).
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