Ele atuou em 51 filmes, dirigiu três e produziu outros três, além de ter participado de uma série para a televisão. Fã incondicional de ópera e um dos últimos solteirões de Hollywood, ele comemorou 75 anos no último dia 25 e para comprovar tamanha garra e produtividade, em 2014 e 2015 trabalhou em nada menos de quatro filmes. Ganha um doce quem pensou em Alfredo James Pacino, ou Al Pacino, para seus milhões de fãs.
Novaiorquino, filho de ítalo-americanos, Pacino começou a carreira em 1969 no filme Uma garota avançada e conquistou o público nos anos 70 interpretando Michael Corleone, na premiada trilogia do Poderoso chefão. Dali, ele disparou com Serpico, Scarface, Perfume de mulher, Um dia de cão, O advogado do diabo, O informante, Treze homens e um novo segredo, e muitos outros.
Al Pacino é dono de uma energia que beira o feérico, e se entrega aos personagens de forma quase compulsiva. O cara não para! Sua média de participação é de dois a três filmes por ano, o que demonstra a admiração e preferência de diretores pelo seu talento, burilado num minucioso e particular método de trabalho. Na história do Oscar foi o primeiro a ser indicado para ator e ator coadjuvante no mesmo ano. Ganhou uma estatueta de melhor ator em 1992 com Perfume de mulher. Já foi indicado em sete filmes.
Além do cinema, Al Pacino tem uma longa e premiada carreira no teatro, com dois prêmios Tony, o Oscar do teatro. Sua formação teatral foi construída na prestigiada escola Actors Studio, de Nova York.
Neste ano, o ator é protagonista de dois filmes. Numa época em que as salas de cinema são dominadas por blockbusters, franquias, heróis dos quadrinhos e efeitos de computação gráfica, até espanta que estejam estreando dois filmes discretos: Danny Collins e O último ato. Os personagens dele nestas duas comédias dramáticas, adequados para um senhor da terceira idade, são bem semelhantes.
Em Danny Collins, Pacino interpreta o personagem-título, um fictício astro veterano da música pop que decide mudar de vida depois de encontrar uma carta de John Lennon que ele lê com 40 anos de atraso. Depois de uma vida de excessos, Danny parte em busca de uma reaproximação com o filho que abandonou.
Já em O último ato, ele interpreta um ator decadente que muda de vida ao se envolver emocionalmente com a filha lésbica de um antigo amigo. Adaptação do romance A humilhação, do escritor norte-americano Philip Roth, no filme dirigido por Barry Levinson, o astro mostra do que é capaz, se destacando mais do que o próprio filme. Ele mergulha no papel de um ator envelhecido, que está perdendo a razão num mundo governado por e para jovens de mentes brilhantes, no qual velhos e fracos não têm vez. A partir de então, o personagem entra numa espiral de insegurança e incerteza, no que considera uma espécie de reta final de sua vida.
É puro Al Pacino.
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