Seminário de Economia Criativa: soluções para a Região Serrana

segunda-feira, 03 de junho de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Seminário de Economia Criativa: soluções para a Região Serrana
Seminário de Economia Criativa: soluções para a Região Serrana

Nos dias 23 e 24 de maio, o Teatro Municipal Laercio Ventura sediou o 2º Seminário Serrano de Economia Criativa. Durante o evento foram apresentadas soluções inovadoras para diminuir a criminalidade, empreender com poucos recursos, tornar as cidades mais atrativas, investir e valorizar a educação de base e formação de profissionais. Destacou-se também a importância de preservar os talentos nos municípios, já que uma cidade criativa resulta de talentos que vivem e trabalham localmente.   

Segundo a supervisora de projetos de Seul (Coreia do Sul), Eun Sun, o Rio de Janeiro tem muitas semelhanças com a capital de seu país, "onde os becos e morros que cercam a cidade facilitam a criminalidade. De acordo com ela, através do design, a criminalidade foi reduzida a zero em algumas localidades. "A população nos ajudou muito neste processo. Durante este período, instalamos alarmes em postes, as casas foram pintadas de cores vibrantes e melhoramos a iluminação. Já foi provado que 95% dos crimes acontecem nas ruas, sendo 52% depois que escurece”, comentou.

 

Criatividade para empreender

O capital inicial para criar uma nova empresa e a forma e desenvolvê-la também foi tema das palestras. Ladmir Carvalho, fundador da Alterdata, empresa de Tecnologia da Informação, sediada em Teresópolis, falou sobre a importância de estar pronto quando a oportunidade aparece, dando ênfase à necessidade da busca de qualificação profissional e atenção às mudanças no mercado. Ana Carla Fonseca, assessora da ONU, falou sobre o caso de Bogotá (Colômbia), onde foram colocados artistas da mímica nos sinais para melhorar o trânsito. O Estado achou que a escolha na utilização da arte de forma provocativa ajudaria a inibir maus motoristas que paravam sobre as faixas. Quando alguém parava em local inadequado, os mímicos tentavam deixar os motoristas inibidos através de brincadeiras. "É importante nos perguntarmos como queremos ser conhecidos. Como utilizamos um ponto fraco a favor, transformando-o em oportunidade? Isto serve para todas as cidades”, afirmou Ana Carla.

"Importante lembrar que todos os municípios da Região Serrana têm potencial de desenvolvimento pela economia criativa”, destacou o holandês Evert Verhagen, sobre o poder criativo da região e sobre como os próprios moradores podem melhorar sua cidade. "Esta região possui dimensões geográficas que favorecem o desenvolvimento do turismo e geram qualidade de vida aos moradores. Apesar da preocupação com as chuvas em excesso, é importante não se limitar às preocupações e sim buscar soluções criativas. A minha sugestão é que no próximo ano o evento promova debates sobre ideias e crie painéis com engenheiros e arquitetos para viabilizar projetos. Os brasileiros sempre têm boas ideias”, ressaltou. 

Além de potencial criativo, a Região Serrana detém cerca de 36 mil empregos, dos mais de 493 mil do Estado do Rio, dos setores de bens e serviços criativos. Com base na última pesquisa realizada pela Firjan sobre o assunto, o núcleo criativo fluminense gerou, em 2011, 4,1% do PIB brasileiro — R$ 18,6 bilhões. 

Iniciativas inovadoras em Nova Friburgo

Um dos temas mais discutidos durante o evento foi a remodelação de espaços públicos e privados e a importância de valorizar territórios urbanos abandonados ou em risco de abandono. 

Equipada com edificações fabris capazes de comportar iniciativas empreendedoras, algumas iniciativas em Nova Friburgo já sinalizam o amadurecimento para estas questões e oportunidade de negócios no município, como é o caso do prédio da Fábrica de Rendas Arp, que em 2014 abrigará o Espaço da Moda, destinado a ser a casa do confeccionista, onde todas as ações e instituições ligadas ao polo de moda íntima de Nova Friburgo estarão abrigadas no prédio. 

Já a fábrica Triumph (Filó), no bairro Lagoinha, recentemente desativada, abriga o Instituto Politécnico da Uerj e se destina à formação acadêmica, pesquisas e laboratórios da universidade. Na mesma linha, a Universidade Estácio de Sá ocupa o prédio, onde por muitos anos funcionou o tradicional Hotel Sans Souci. Há ainda outras edificações de excelente arquitetura que iniciam um processo de ocupação de empresas de Tecnologia da Informação, computação, design gráfico, internet e agências de publicidade que aos poucos tornam o espaço um aglomerado criativo. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade