Seminário alerta para o perigo dos escorpiões

segunda-feira, 01 de agosto de 2011
por Jornal A Voz da Serra

Aconteceu no início deste mês, em Niterói, o “Seminário Escorpionismo – atualização em Saúde Pública no Brasil”, promovido pelo Instituto Vital Brasil e Secretaria Estadual de Saúde, com a participação do Instituto Vital Brasil, Fiocruz, Butantã, universidades federais e internacionais e a presença do médico veterinário da Vigilância Sanitária de Trajano de Moraes, Saulo Pacheco.

Durante três dias de conferências, palestras e debates foi explicado que os escorpiões representam uma ordem dentro da classe de aracnídeos, existindo aproximadamente 1.500 espécies no mundo e que só no Brasil são 160 espécies, sendo que nove no Estado do Rio de Janeiro. Os principais responsáveis por picadas graves pertencem ao gênero tityus. Foi também abordado que todos os escorpiões são venenosos e apresentam mecanismos de inoculação de seu veneno através do télson, porém, apenas 2% de toda espécie necessita de intervenção médica. A maior descoberta feita por pesquisadores é que os escorpiões usam o veneno para se alimentarem. Através dele, capturam e matam suas presas e acidentalmente o usa como defesa, costumando ser normal a realização da “picada seca”, ou seja, ele pica e inocula o veneno apenas para afastar um possível predador.

DADOS PREOCUPANTES - Os acidentes com escorpiões já ultrapassam os das cobras no Brasil, apesar de não levarem a tantos óbitos. São classificados como leves 97% dos casos, sendo a sintomatologia local com dor, podendo ocorrer vômitos ocasionais, taquicardia discreta e agitação decorrente da dor e ansiedade. Já os casos moderados, além da sintomatologia local, apresentam manifestações sistêmicas, como náuseas, sudorese, vômitos e hipertensão arterial. Os classificados como graves têm sintomatologia local mascarada pelo quadro sistêmico de vômitos frequentes, muita sudorese, palidez, hipotermia, agitação alternada com sonolência, taqui ou braquicardia, tremores e espasmos musculares, evoluindo para insuficiência cardíaca e complicações, podendo levar a óbito e estando mais relacionados à faixa etária pediátrica e idosos, principalmente com indivíduos de baixo peso.

“O veneno desses animais é altamente complexo, apresentando grandes variações de espécie para espécie. E por conta dessas grandes diferenças já existem trabalhos para utilização do conhecimento sobre o veneno em aplicações inovadoras, que contribuirão positivamente nas áreas de saúde”, informou o coordenador trajanense Saulo Pacheco, alertando que no Hospital Francisco Limonge, em Trajano de Moraes, existe o antiveneno para escorpiões caso alguém seja picado no município.

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