Sem salários, professores da Uerj entram em greve em agosto

Categoria não recebeu pagamento de abril, maio, junho nem o décimo-terceiro do ano passado
segunda-feira, 10 de julho de 2017
por Alerrandre Barros
Faixas de protesto na Uerj em abril (Foto: Arquivo AVS)
Faixas de protesto na Uerj em abril (Foto: Arquivo AVS)

Os professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), incluindo o Instituto Politécnico, em Nova Friburgo, vão entrar em greve a partir do dia 1º de agosto, quando está previsto o início do próximo semestre letivo, caso o pagamento dos salários não seja regularizado pelo governo. A paralisação foi decidida na última quinta-feira, 6, durante assembleia da categoria no Rio de Janeiro.

“Foi um semestre de muito sacrifício para professores para que se mantivesse o mínimo de serviços. A categoria está endividada. Não tem mais dinheiro para ir às aulas. Quem tinha alguma reserva, já gastou, então, a gente entende que não há a menor condição das aulas retornarem no dia 1º de agosto, se o pagamento não for regularizado”, diz a presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj), Lia Rocha.

Os professores da universidade ainda não receberam os salários de maio e junho, o 13º salário de 2016 e o restante do salário de abril. O governo só pagou R$ 2 mil desse mês. O atual período letivo — referente ao segundo semestre 2016, retomado só em abril deste ano depois da greve que durou cinco meses — será finalizado na próxima semana. A crise na Uerj aumentou a evasão de alunos e reduziu em 55% o número de inscritos no último vestibular.

Na última quarta-feira, 5, reitores das três universidades estaduais (Uerj, Uezo e Uenf) divulgaram uma carta, endereçada ao secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Social, Pedro Fernandes, ressaltando a importância da igualdade de tratamento entre todos os profissionais da educação do estado, em referência ao pagamento dos servidores da Secretaria de Educação, que recebem o pagamento integral em dia.

Pedro Fernandes informou em nota que entende e se solidariza com o pleito dos funcionários das universidades. Segundo ele, é inaceitável o tratamento diferenciado dados aos professores, mas “como ainda não foi assinado com o governo federal o acordo do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o estado continua sem recursos e não há previsão para regularizar o calendário de pagamentos”, diz o texto.

 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: UERJ | Greve | Educação | Servidores
Publicidade