Assim como preferíamos não pensar como seria voltar à realidade brasileira, também decidimos não nos preocupar em como seria quando tivéssemos que nos separar”
Para fechar o mês dos namorados, e aproveitando o clima aventureiro que tem tomado conta das edições de fim de semana de junho de A VOZ DA SERRA, vamos contar essa linda história que ultrapassou mais fronteiras do que se possa imaginar.
Vivian se tornou nossa colega de trabalho há algumas semanas. Ela é uma das diagramadoras do jornal e, assim que chegou, ficou com a missão de fazer o layout das páginas que receberiam a história dos friburguenses da série “Friburgo sem Fronteiras” — que fez parte das edições de fim de semana deste mês e contou a história de jovens que saíram do país em busca de conhecimento em várias partes do mundo. A curiosidade é que sem querer descobrimos que a maranhense também teve a oportunidade de embarcar rumo à outra nação através do programa Ciências sem Fronteiras, em 2013. Vivian nos contou um pouco de sua experiência, mas um detalhe nos chamou ainda mais a atenção: por que ela veio parar logo em Nova Friburgo? Muitos devem achar que pode ter sido por questões familiares e, de certa forma, foi. Não, os pais de Vivian não se mudaram para as Brenhas do Morro Queimado, mas a extensão de sua família estava aqui. Na verdade, Demian está aqui.
Os dois se conheceram através das redes sociais. “Tínhamos um grupo de estudantes de designer que participavam do Ciência sem Fronteiras, no Facebook. Uma parte deles já estava no país de destino e outra ainda aguardava a partida aqui no Brasil. A galera trocava muitas ideias e pedia conselhos aos que não eram mais ‘calouros’ para que não ficássemos perdidos quando chegássemos a Kwantlen”, conta Vivian. Demian era um daqueles que já vivia a realidade canadense — ele foi no segundo semestre de 2012 — e ajudava a acalmar os nervos dos aflitos que queriam saber tudo sobre a universidade e o intercâmbio, como Vivian. Até então, os dois eram apenas colegas virtuais.
Em janeiro de 2013, quando a jovem chegou ao Canadá, a amizade se tornou, literalmente, real. O grupo de Vivian andava em uma loja de departamentos em Vancouver quando encontrou o grupo de Demian. À primeira vista os dois seriam apenas bons amigos de intercâmbio, mas depois de três meses a situação mudou completamente. Após muitos torneios de videogame, mais precisamente em abril, eles começaram a namorar.
Perguntei a Vivian como eles lidavam com a realidade de que em menos de um ano os dois teriam que se separar para voltar para suas casas no Brasil, e ela respondeu rapidamente: “Assim como preferíamos não pensar como seria voltar à realidade brasileira, também decidimos não nos preocupar em como seria quando tivéssemos que nos separar. Queríamos nos curtir ao máximo e não viver na angústia”.
O clima era de “love’s in the air”, mas dezembro havia chegado e era hora de voltar para casa. E foi isso que eles fizeram. Vivian voltou para São Luís e Demian para Nova Friburgo. Mas o romance não acabou junto com o intercâmbio. Eles resolveram que iriam tentar ao máximo fazer o relacionamento, que já estava dando certo, perdurar.
Vivian se formou, arranjou um trabalho em sua cidade e quando podia vinha para o Rio visitar Demian, que ainda estava estudando. Mas uma reviravolta na vida da maranhense fez um relacionamento dar mais um passo decisivo. Vivian não estava feliz onde trabalhava e resolveu deixar o emprego. Conversando com os pais, a jovem percebeu que não havia mais nada que a prendesse a sua cidade natal. Decidiu fazer algo que já sabia que iria acontecer em algum momento de sua vida: mudar de estado. “Sempre soube que não queria passar o resto da minha vida no mesmo lugar. Ter feito um intercâmbio fez com que não só eu, mas também meus pais amadurecessem essa ideia. Eles me apoiaram e então decidi vir atrás de quem eu amava.” No fim de maio deste ano, Vivian arrumou suas malas e embarcou rumo à Região Serrana para enfim darem um basta à distância que os separava.
Longe de casa a carência aumenta e aí o coração fica propício a se apaixonar na ânsia de encontrar um porto seguro no meio de um mar de novidades e desconhecidos. Mas é preciso admitir que a história de Demian e Vivian é uma prova de que o dito popular pode se tornar realidade. Quando o assunto é amor, muitas vezes “o que tiver de ser, será”!
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Sem fronteiras: milhas e milhas distante... com o meu amor
O intercâmbio no Canadá que juntou um friburguense e uma maranhense
sexta-feira, 26 de junho de 2015
por Jornal A Voz da Serra
Vivian e Demian se conheceram em um intercâmbio no Canadá (Arquivo pessoal)
Ela é de São Luís do Maranhão. Ele é de Nova Friburgo. Separados por mais de três mil quilômetros, o que poderia ter unido os dois? Pode parecer curioso mas a resposta é ao mesmo tempo simples e vasta: a profissão, a idade, a universidade onde realizaram intercâmbio — e o amor. Vivian Leite é designer gráfico, Demian Lamblet também. Ela tem 25 anos, ele também. Ela foi parar na Kwantlen Polytechnic University, no Canadá e, adivinhe... ele também. É aí, exatamente nesta parte da história, onde entra o último e não menos importante (não mesmo!) fator listado: o amor.
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