Sem acordo, professores e governo farão nova reunião para discutir reposição de aulas

Secretaria Estadual de Educação exigirá cumprimento dos 200 dias letivos e aulas podem avançar até fevereiro de 2017
quarta-feira, 03 de agosto de 2016
por Dayane Emrich
Colégio Estadual Jamil El-Jaick  (Foto: Lúcio Cesar Pereira/Arquivo A VOZ DA SERRA)
Colégio Estadual Jamil El-Jaick (Foto: Lúcio Cesar Pereira/Arquivo A VOZ DA SERRA)

A audiência realizada terça-feira, 2, entre professores da rede estadual e a Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) terminou sem acordo. O encontro, que aconteceu na Escola de Aperfeiçoamento dos Servidores de Educação, no Rio de Janeiro, teve como objetivo discutir as propostas da categoria e do governo do estado para a reposição das aulas após o término da greve dos docentes, que durou 147 dias. 

Na ocasião, o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) propôs a suspensão do calendário de 2016 e sua desvinculação do calendário civil, garantindo o recesso em agosto (como vem ocorrendo nas escolas estaduais desde segunda-feira, 1º), e as férias regulares em janeiro de 2017. 

Com isso, os professores fariam a reposição do conteúdo através de trabalhos, exposições e outras atividades, sem aulas aos sábados e sem o uso do contraturno. 

A Seeduc, entretanto, negou a proposta. Para a secretaria, o ideal é a reposição sem calendário unificado, em que cada grevista elabore junto à direção da sua escola a reposição da carga horária, podendo utilizar o contraturno e os sábados. Além disso, a Secretaria de Educação sugeriu que este mês seja utilizado para adiantar a reposição, entendendo que o recesso já foi realizado durante os 147 dias em que os servidores estiveram em greve e receberam seus salários normalmente. 

Ainda de acordo com a proposta da Seeduc, as unidades que não conseguissem realizar a reposição até o fim do ano poderiam ter o calendário estendido até a segunda semana de março de 2017. O Sepe reiterou que não existe acordo com esta proposta, afirmando que não há condições de funcionamento das escolas em agosto, por conta das Olimpíadas, da falta de merenda e funcionários. 

Os servidores, então, solicitaram uma nova audiência e a reformulação da proposta do governo do estado antes da assembleia da categoria, que acontecerá às 10h, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), amanhã, 5. De acordo com o Sepe, a Seeduc se comprometeu a dar um retorno sobre a data da apresentação de uma nova proposta.

Durante a audiência, a Seeduc comunicou que a partir de ontem, 3, consideraria dia de trabalho para aqueles profissionais que já se comprometeram, através de planilha específica nas suas unidades, a reposição diferente da aprovada na assembleia.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação comunicou que independentemente do que será acordado, “a Seeduc respeitará os 200 dias letivos, conforme previsto em lei, e a reposição das aulas variará conforme cada escola. As unidades que não tiveram paralisação terão o recesso de aulas normalmente este mês, por conta dos Jogos Olímpicos”. 

Algumas escolas que tiveram paralisação não devem ter esse recesso do período olímpico e as aulas podem avançar em dezembro, janeiro e até fevereiro de 2017. A Secretaria, entretanto, não informou a data, o local e horário da nova audiência.

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TAGS: Greve | greve dos professores estaduais
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