Secretário municipal recebe certificação internacional em Gerenciamento de Projetos

terça-feira, 11 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Secretário municipal recebe certificação internacional em Gerenciamento de Projetos
Secretário municipal recebe certificação internacional em Gerenciamento de Projetos

(SECOM) O arquiteto e urbanista Gustavo Sarruf, responsável pela implementação do Escritório de Gerenciamento de Projetos do Município de Nova Friburgo, o EGP-Friburgo, acaba de receber credencial de Profissional de Gerenciamento de Projetos (PMP) certificada pelo o Project Management Institute (PMI). A credencial PMP é reconhecida e solicitada mundialmente por atestar que um gerente de projetos possui conhecimento, experiência e habilidades em gerenciamento de projetos.
 
Para falar mais sobre o assunto e sobre o trabalho do EGP-Friburgo, a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Nova Friburgo ouviu o secretário.
 
O EGP-Friburgo foi criado em maio de 2012 para gerenciar a captação de recursos do município. Qual o resultado que o setor apresenta até o momento?
O EGP-Friburgo tem um projeto de implementação que deve durar no mínimo três anos. Os objetivos estão associados, além da própria estruturação, à capacitação interna das secretarias que elaboram os projetos e dos setores por onde os contratos tramitam.
Como não era possível que a criação do EGP-Friburgo causasse impacto no orçamento municipal de 2012, a sua estrutura de pessoal foi montada contando apenas com 1/3 dos colaboradores do número total planejado, mas, ainda assim, já pode ser visto um resultado positivo com relação à gestão de convênios. 
Em março de 2011, quando assumimos a Secretaria de Projetos e Obras Especiais, encontramos 65% convênios parados ou atrasados por falha administrativa ou fator político e 35% convênios em andamento. 
No último mês, apuramos 25% convênios parados ou atrasados por falha administrativa ou fator político contra 75% de convênios em andamento sendo que os convênios com problemas são, em sua maioria, herança do passivo de deixado pelos últimos anos da administração de convênios pela Secretaria de Projetos e Obras Especiais.
 
O EGP-Friburgo é uma central de projetos?
Não. O EGP-Friburgo gerencia os projetos e se adapta de acordo com a estrutura montada pela Prefeitura para elaboração de projetos. Se a Prefeitura possui uma central de projetos, o EGP se relaciona diretamente com este setor; mas se a Prefeitura tem vários setores que elaboram projetos, o EGP deve se comunicar com todos estes setores.
A função principal do EGP é promover o gerenciamento de recursos compartilhados entre todos os projetos, a identificação e desenvolvimento de metodologias e padrões de gerenciamento de projetos, bem como de fornecer treinamento aos setores envolvidos com os projetos.
Além disso, o EGP é responsável por montar uma carteira de projetos contendo toda uma relação de necessidades do município de forma que a Prefeitura possa se organizar quanto a que recurso captar, quando e para o quê, evitando desperdício e aumentando o resultado.
Nossa missão é unir o planejamento estratégico para o desenvolvimento urbano, econômico e social à pesquisa e captação de recursos, associado à melhoria dos processos de gestão para o alcance dos objetivos traçados.
 
Então o EGP é um setor técnico que pode resolver definitivamente os problemas da captação de recursos do município?
Existem três fatores que devem concorrer para o sucesso da captação de recursos, que são o técnico, o administrativo e o político. O técnico está voltado para a estruturação do EGP, o administrativo depende da interação com as outras secretarias e o político vai depender exclusivamente do relacionamento do grupo político que estiver no poder com todas as esferas políticas do país.
Se o EGP não tiver uma estrutura técnica competente, a captação de recurso não vai funcionar. Por outro lado, se o EGP for aquele setor melhor estruturado do mundo, com os melhores técnicos e equipamentos, mas as outras secretarias não se integrarem ou o grupo político for desarticulado com o governo do estado ou o governo federal, a captação de recursos irá apresentar grandes problemas.
O mais importante é que, se o município tem um planejamento e usa recursos estaduais e federais para elaboração e execução destes projetos, os atrasos por conta de perda de prazos ou pela má gestão de recursos irá afetar diretamente o resultado do plano estratégico do governo, comprometendo todo o resultado.
Nova Friburgo não recebe uma fortuna de royalties e sua arrecadação dá muito mal para pagar a folha de pagamento e o custeio da administração pública, o que nos torna dependente da complexa e extremamente burocratizada estrutura de captação de recursos montada pela União, que demanda grande capacidade técnica e forte articulação política para que tudo funcione bem.
 
Existem outros municípios contando com este tipo de estrutura, ou o EGP-Friburgo é pioneiro nesta proposta?
Nós não inventamos absolutamente nada. O Escritório de Gerenciamento de Projetos do Governo do Rio de Janeiro (EGP-Rio) foi criado em 2007, exatamente para resolver os problemas que o estado tinha com relação à perda de convênios por má gestão.
Após quatro anos de organização, que dependeu de um esforço grande para que as outras secretarias de estado entendessem os objetivos do escritório e que todas as metodologias, procedimentos e padrões fossem criados, o EGP-Rio passou a gerenciar uma carteira com, em torno, de cem projetos que, juntos, somam mais de R$ 17 bilhões, entre contratos de repasse, convênios, projetos e programas.
Além do EGP-Rio, existem ainda escritórios de gerenciamento de projetos em Macaé e Barra do Piraí, dentre outros, sendo que o de Macaé é case de sucesso, pois não conseguia administrar nenhum recurso antes da montagem do EGP e hoje, após a estruturação do setor, gerencia mais de cem milhões de reais em contratos de repasse do PAC.
Aqui em Nova Friburgo, nós recebemos todo apoio do governo do estado, através do EGP-Rio, para montagem da nossa proposta, para capacitação de servidores e para nos ajudar a resolver problemas que necessitam de apoio técnico e conceitual. É, sem dúvida, um de nossos principais parceiros.
Outro grande parceiro do EGP-Friburgo é o Sebrae. Desde o primeiro momento, a gerente regional Serrana do Sebrae, Fernanda Gripp, se colocou a disposição para atender nossas demandas de capacitação e de elaboração de um plano preliminar de ações montado para nortear a organização interna dos setores da administração.
Com relação à montagem da carteira de projetos e dos primeiros direcionamentos estratégicos para o município, o Codenf (Conselho de Desenvolvimento de Nova Friburgo), grande incentivador do EGP-Friburgo, tem colaborado muito através do trabalho institucional que esta organização vem desempenhando.
 
Quais são os próximos passos para o EGP-Friburgo?
O EGP-Friburgo surgiu de uma apresentação da proposta que fizemos para o prefeito Sérgio Xavier, que também entendia que era necessária a montagem de uma estrutura com capacidade técnica para cuidar desta questão, mesmo sabendo que este processo poderia levar ainda alguns anos para atingir a maturidade desejada.
Os próximos passos do EGP-Friburgo serão ditados pelo próximo governo municipal, e, como o EGP não possui uma estrutura montada e operando da forma como foi originalmente proposta, é possível que os passos futuros do EGP e o próprio EGP, sejam moldados de acordo com o plano de governo do próximo prefeito eleito, Rogério Cabral.

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