A falta de vacina contra o vírus influenza, causador da gripe H1N1, para os grupos prioritários continua sendo alvo de muitas queixas dos moradores de Nova Friburgo. A principal reclamação é que o insumo se esgotou em várias unidades de saúde do município antes mesmo do término oficial da campanha nacional de vacinação, encerrada nesta sexta-feira, 20. A redação de A VOZ DA SERRA continua recebendo reclamações de moradores de vários pontos da cidade sobre o fato, que causou surpresa e indignação. Vários foram os relatos recebidos pela equipe de pessoas que foram se vacinar e tiveram que voltar para casa sem a imunização.
Uma das queixas que chegou à redação foi feita pelo aposentado Cleber Paiva, que tem 77 anos e é morador do Cascatinha. “Eu e minha esposa estamos há três semanas tentando nos vacinar mas toda vez que vamos ao posto Tunney Kassuga, em Olaria, dizem para a gente que não tem vacina ou que chegou um lote mas acabou logo”, disse ele, que ligou na manhã desta sexta-feira, 20, para o jornal. A exemplo dele, outros idosos reclamaram com a equipe do jornal sobre a falta de vacina em várias unidades de saúde do município.
Doses extras foram solicitadas
Em entrevista concedida ao jornal, o secretário municipal de Saúde, Rafael Tavares Garcia, esclareceu que a vacinação não deverá será prorrogada no município. “Não existe nenhuma previsão de recebermos doses extras e prorrogarmos a campanha. Fizemos a solicitação à Secretaria Estadual de Saúde explicando, inclusive, a particularidade do grande número de sacoleiros que passam por Nova Friburgo. Mas, infelizmente, o estado não tem previsão se vai prorrogar e também não tem vacinas em estoque para nos fornecer. Mas nós estamos insistindo com isso”, diz ele.
O secretário atribui a falta de vacinas antes do encerramento da campanha à grande demanda da população e ao profissionalismo das equipes de estratégia de saúde. “Em primeiro lugar, isso se deve ao trabalho feito por eles e também a uma procura da população em si, devido aos casos de gripe que vêm ocorrendo, principalmente em São Paulo, desde o mês de março. Esses foram os fatores”, avaliou.
Rafael destacou os bons resultados da campanha este ano. “A meta era 80% do público alvo e, na média, nós ficamos acima de 90%. Em alguns grupos do público alvo, nós ultrapassamos, inclusive, os 100% da meta que o estado estipulou. Por exemplo, nas puérperas (mulheres que tiveram filhos recentemente) o índice chegou a 154% e a 127% nos portadores de doença crônica. Crianças nós vacinamos 92% do estipulado pelo estado; trabalhador em saúde 80%, gestante 82% e idosos 90%. Na média, ficamos acima dos 90%”.
Morte por H1N1 é confirmada e ocorreu no final de abril
Durante a entrevista, o secretário confirmou a primeira morte no município pela gripe H1N1. “Está confirmado o caso do senhor de 53 anos que faleceu em decorrência de H1N1. Ele é de Nova Friburgo, mas antes passou por dois outros municípios e teve o quadro agravado. Foi atendido no Hospital Raul Sertã, foi tratado, mas infelizmente veio a óbito no final de abril, no dia 26. A confirmação pelo Laboratório Especializado, no Rio de Janeiro, veio essa semana”, informou ele.
O secretário esclareceu que não há nenhum outro caso suspeito no município. “Na verdade, o que se diagnostica em um primeiro momento é uma síndrome respiratória aguda grave. Então, a partir do momento que o médico diagnostica essa situação, se inicia todo um tratamento específico. Temos todo o medicamento a ser utilizado para este tratamento. Não há desabastecimento nesse sentido”, concluiu ele.
Campanha supera a meta em Nova Friburgo
Confira os dados:
Criança - 8.817 - 92,72%
Trabalhador da saúde - 3.883 – 80,06%
Gestante - 1.325 - 82,91 %
Puérperas - 404 - 154,20%
Idoso - 23.864 - 90,85%
Doentes crônicos - 5.869 – 127,58%
Total = 44.162 mil pessoas vacinadas
Três mil doses guardadas (crianças para a segunda dose e acamados cadastrados)
Total de vacinas: 47 mil e 162
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