Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil se une ao Detran para campanha contra a dengue

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra
Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil se une ao Detran para campanha contra a dengue
Secretaria Estadual de Saúde e Defesa Civil se une ao Detran para campanha contra a dengue

A dengue se tornou um dos maiores problemas de saúde do mundo. Apenas no estado do Rio de Janeiro, 240 pessoas morreram vítimas da doença no ano de 2008. Um índice alarmante, principalmente quando se observa que, entre 1990 e 2007, foram registrados cerca de 200 óbitos. E há outros números preocupantes: o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da doença, pode ser encontrado em 90% dos municípios brasileiros; apenas na Região Sudeste, cerca de 121 mil casos de dengue foram detectados; das 240 vítimas relatadas em 2008, 40% eram crianças entre 0 e 15 anos; em 1986, foram registrados em toda a região 50 casos – quatro em Nova Friburgo; em 2008, foram 3.536 – 269 só em Nova Friburgo.

De olho nisso, a Secretaria de Saúde e Defesa Civil (Sesdec) uniu forças ao Detran. O objetivo é capacitar os chefes dos postos do Detran em todo o estado do Rio, para que estes sejam, junto a seus subordinados, agentes multiplicadores das medidas de prevenção e defesa contra a dengue. Parte do Programa Nacional de Controle da Dengue, a iniciativa conjunta do Sesdec e do Detran fortalece as constantes campanhas realizadas em todo o país.

“O combate à dengue surge da impossibilidade da erradicação do mosquito a curto prazo”, explica o especialista Alexandre Lacerda, funcionário da Fundação Nacional de Saúde cedido à Sesdec. E alerta: “A situação no estado é preocupante”.

Alexandre explica que no passado se acreditava que a proliferação da doença acontecia com menor intensidade nas cidades da Região Serrana. Hoje, no entanto, já se sabe que os mosquitos têm uma forte capacidade de adaptação, sobrevivendo às particularidades da região.

Sanatório Naval une forças com escola para conscientizar alunos

A fim de manifestar a conscientização da comunidade, o Sanatório Naval promoveu na última quinta-feira, 12, palestras para conscientizar os alunos da Escola Estadual Marcílio Dias a respeito do grave problema que se constitui a dengue. As palestras foram realizadas nos turnos da manhã e da tarde e contaram com a participação de alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental.

Tido como o Dia D de combate à dengue, 12 de fevereiro, na verdade, é apenas uma data para amplificar as atividades relativas ao conhecimento das indicações de transmissão. Sintomas, tratamentos, combate aos focos em diferentes locais (bairro, casa, local de trabalho), informações sobre repelentes e, principalmente, a mobilização das crianças são os objetivos propostos pelo capitão-de-fragata, médico neurologista e diretor do Sanatório Naval, Nestor Francisco Miranda Júnior.

“Essas atividades devem ser frequentes”, disse o capitão, que ainda aproveitou para lembrar às crianças a importância do combate à dengue, agindo em casa, instruindo os pais a observar e eliminar os focos de proliferação. “As crianças são mais receptivas e acabam se comprometendo muito mais do que os adultos, porque fixam o objetivo, entendem o que é preciso e fazem”, declarou.

Para o professor de educação física e história Roberto de Souza Santos, a iniciativa é fundamental. “Na verdade, é até pouco. A dengue se tornou um problema social e todos deveriam e devem se envolver”, disse o professor. A aluna do 9º ano, Letícia Medeiros, 16, disse estar satisfeita pelos esclarecimentos fornecidos durante a palestra: “Sabemos um pouco sobre a dengue e é sempre bom esse tipo de alerta para sabermos mais”, disse.

O mais importante, ressaltam os envolvidos na campanha, é estar de olho nos focos de manifestação do mosquito e aceitar a visita dos agentes de saúde devidamente credenciados. É necessária a conscientização de que é dever de todos deter os vetores, ou seja, o mosquito e suas proliferações.

Curiosidades

De origem africana, o mosquito da dengue, embora não seja a única espécie de Aedes, é o único capaz de transmitir a doença. Apenas o mosquito fêmea age como elemento transmissor, por precisar de uma substância do sangue (a proteína abulmina), para completar o processo de amadurecimento dos ovos. O mosquito macho só se alimenta de carboidratos extraídos dos vegetais.

O mosquito apenas transmite a doença, não sofre seus efeitos. Uma das questões mais levantadas é quanto ao fim do fumacê. Embora eficaz no extermínio do mosquito da dengue, o canhão de fumaça também é nocivo ao meio ambiente – atualmente ainda é utilizada uma versão compacta e direcionada do fumacê, levada nas costas por um agente de saúde. Além disso, devido às mudanças estéticas sofridas pela arquitetura nos últimos tempos, a grande maioria por questões de segurança, os muros altos e os ambientes fechados impossibilitam que o fumacê seja eficaz em sua função.

Não existe vacina contra a dengue, daí a importância do combate constante ao mosquito. Embora os mosquitos tenham um tempo de vida de apenas 30 a 40 dias, vale lembrar que 24 horas após nascidos já se encontram em condições de acasalar.

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