(SECOM) A Secretaria de Saúde de Nova Friburgo estruturou em março deste ano um núcleo de Vigilância Hospitalar. O objetivo foi criar um setor que contribua para a promoção de ações que melhorem os serviços prestados pelo Hospital Municipal Raul Sertã e indiretamente ampliar os serviços da rede de saúde. Instalado na Gerência de Vigilância em Saúde, o núcleo, em poucos meses, já avançou em algumas áreas como é o caso do investimento de informatização para o preenchimento dos prontuários.
Doutor Pedro Gouveia, coordenador do setor, conta que a iniciativa surgiu diante da maior epidemia de leptospirose do município de Nova Friburgo. Após a tragédia de janeiro dezenas de pacientes foram contaminados pela doença e procuraram o Hospital Raul Sertã. O médico conta que era preciso investigar o porquê de tantos casos da doença naquele momento e os locais com o maior índice de contaminações. “Nós começamos a perceber que as pessoas vinham basicamente dos mesmos lugares, com as mesmas carências. E a partir daí buscamos potencializar nossas ações diante destes dados”, relata. Com as ações iminentes da equipe de Vigilância em Saúde nenhum óbito por leptospirose foi detectado.
A partir das ações daquele momento concluiu-se que para melhorar os serviços do Hospital Municipal Raul Sertã seria necessário reconhecer a demanda desta unidade. Entre as principais necessidades está a quantidade de exames por tipo, qual enfermaria tem maior número de internações para a melhor divisão de leitos e qual ala precisa de mais espaço. “Se uma enfermaria tem mais internações que outra é sinal que ali necessita-se de mais leitos e mais profissionais”, diz doutor Pedro.
A Vigilância Hospitalar não se objetiva apenas em colaborar para a melhora da qualidade no atendimento do Raul Sertã, mas também apurar as doenças que mais atingem a comunidade, os acidentes de trânsito e domésticos de maior incidência e a verificação de exames mais frequentes no cotidiano do trabalho. Para Pedro Gouveia é a partir daí que se detecta onde se precisa de mais ações efetivas. “Por exemplo, se verificamos que existem muitos pacientes internados com casos de dengue, então temos que aumentar esforços para controlar esta doença. A partir daí criamos discussões junto com a Secretária de Saúde e outros gestores para ampliar os serviços e diminuir os casos”, exemplifica o coordenador.
Para os estudos foram criadas quatro comissões importantes. A de Controle de Infecção Hospitalar, que identifica os pacientes com maior vulnerabilidade para infecção. A Comissão de Vigilância Epidemiológica, que diagnostica os casos epidêmicos mais presentes nos atendimentos ambulatoriais, nas internações e suas causas. A Comissão de Revisão de Óbitos, que verifica os laudos sobre a causa do falecimento e a incidência de mortes por determinada causa. E por último a Comissão de Revisão de Prontuários, que tem como finalidade melhorar o preenchimento das planilhas com a entrada do paciente na unidade. “Uma das situações que detectamos que precisaria ser revista rapidamente é a questão dos prontuários. O paciente tem o direito de ter seu histórico hospitalar. Para isso é preciso a informatização destes cadastros. A partir de nossas discussões que a Secretaria de Saúde entrou com processo de modernização dos prontuários”, diz Pedro.
A Vigilância Hospitalar é um braço da gestão da saúde pública e tem como maior objetivo fortalecer os serviços que beneficiem o usuário do Sistema Único de Saúde.
Deixe o seu comentário