Ele é um velho conhecido e, agora, em tempos onde os mosquitos andam mais ativos --- principalmente o Aedes aegypti, transmissor de diversas doenças como a dengue, a febre chikungunya e o zika vírus ---, o repelente tem sido um dos itens mais procurados nas farmácias e supermercados pelo país. Em Nova Friburgo não é diferente.
Mas, não foi só a preocupação dos friburguenses que aumentou. O preço do produto também está nas alturas. Entre as marcas populares, considerando as diferenças no tamanho das embalagens e as versões em loção, spray ou aerossol, os valores variam de R$11,90 a R$ 23,99, uma diferença que chega a 101%.
A reportagem de A VOZ DA SERRA visitou algumas farmácias do centro da cidade e constatou que o mesmo produto, isto é, mesma marca e tamanho da embalagem, é encontrado por preços variados. Em alguns casos, ainda que não pareça absurda, a variação chega a 21%, valor que pode fazer a diferença no bolso do consumidor. Em um dos estabelecimentos visitados o repelente Off de 100 ml custava R$ 11,90 enquanto em outro, o mesmo produto era vendido a R$ 14,49, “na promoção”. O Repelex de 100ml é outro caso em que o preço do produto entre uma farmácia e outra varia. Na primeira, o repelente é comercializado por R$11,90, enquanto na segunda o preço é de R$13,99, ou seja, 17% mais caro.
Na opinião da vendedora Carla Oliveira, 34 anos, é preciso estar alerta. “Pode ser apenas um ou dois reais, mas no fim do mês, com tantas coisas que temos para comprar e pagar, faz a diferença. É preciso pesquisar antes de levar para casa”, disse.
Sabendo do aumento dos preços do produto, devido a inflação, há quem prefira as receitas de repelentes caseiros. “Acho muito caro para um vidrinho tão pequeno. A durabilidade é de poucas horas e temos que passá-lo várias vezes ao dia. Um vidro não dá para nada. Vou optar por uma receita caseira”, disse a professora Danielle Vogas.
Baixa durabilidade
Ainda que o repelente seja a principal medida adotada pelos consumidores na luta contra os mosquitos, uma pesquisa do Proteste, associação de consumidores, revelou que a maioria dos repelentes não protege pelo tempo descrito em seus rótulos. De acordo com a pesquisa, embora a marca Exposius tenha apresentado o melhor desempenho, protegendo por quase três horas contra o mosquito da dengue, a eficácia está bem distante das dez horas prometidas de proteção. Já os conhecidos Super Repelex Spray Familycare e Off Family, que, segundo os fabricantes, garantem segurança de quatro e duas horas após a aplicação, tem duração de duas horas e uma hora e meia, respectivamente. Entre os produtos, o Xô Inseto Spray foi o que mais se aproximou do proposto no rótulo; das duas horas prometidas pelo fabricante, o repelente é eficaz por uma hora e 45 minutos.
Nova lei estadual inclui repelente na cesta básica
Foi aprovada na última terça-feira, 19, a lei 7.213/16 que incluiu o repelente de insetos na cesta básica. A decisão foi uma iniciativa da bancada feminina da Assembleia Legislativa, devido ao aumento do número de casos de dengue e zika vírus no estado do Rio
Agora, os repelentes que tenham em sua composição as substâncias Icaridina, Deet ou IR3535, além de serem incluídos na cesta básica do estado, consequentemente, terão sua alíquota de ICMS reduzida para 7% no comércio atacadista. O produto será isentado do imposto para o consumidor no mercado varejista. A alíquota normal sobre o repelente é de 19%, já incluído o 1% destinado ao Fundo de Combate à Pobreza, informou a Alerj.
“A ideia é que com menos impostos esse tipo de repelente tenha a redução de seu custo para o consumidor, pois ele custa cerca de R$ 50, então, nessa época de surto que oferece sérios riscos para as gestantes, temos que viabilizar esse produto”, explicou a deputada e uma das autoras da proposta, Ana Paula Rechuan.
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