Investigamos com afinco o achado dos Olhos de Sardïn no curral de Doña Maria da Conceição no último domingo. “Uma questão de ponto de vista”, dizia ironicamente meu companheiro de viagens, o senhor Joaquim Melaço Cruz. Três dias depois, meu amigo passaria desta para melhor, assombrado por aqueles globos de vidro, pela impressão de que jamais poderia sair de seu campo de visão. Eleanor, outra de nossas disputadas amigas, confusa com o rumo das coisas, preferiu incendiar a caderneta de telefones, as fotos e documentos de Joaquim, que ela nunca achou batesse bem da bola, afinal. Minhas anotações dizem respeito, segundo interpretações que Joaquim, ainda em sanidade, consideraram estapafúrdias e ridículas, a portais interdimensionais ativados pelos Olhos de Sardïn através dos sentimentos, violando tempo e espaço, singrando sem fim pelas veias dimensionais que compõem o universo em sua forma mais absoluta e distante. Eleanor, em um de seus belos desesperos, pedia que eu deixasse de lado os relógios que passei a colecionar e usava, sem pudores, para enfeitar as paredes de todo o castelo. Não se poderia esperar menos, esfreguei os olhos, capturei, entre as cobrinhas verdes que surgem nos olhos durante esse tipo de execução, os espaços que me cabiam da realidade e obtive algumas interessantes respostas que resvalavam em histórias passadas, indivíduos que pouco tinham a ver com minha própria trajetória mas que se sacudiam entre os espaços de realidade que nos cabem, tão intima e timidamente, dando-me visões, acertando como socos, furando o espaço-tempo ao som de puns tremendos. Faz sentido, desde que eu possa te alertar, deeeeesde que eu possa converter problemas pessoais, internos em grandes metáforas para o além, à margem – como se o Banco do Brasil, diferente do que fala em suas bonitas propagandas, realmente estivesse interessado em retratar o país com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania* , quando o que sabemos é que o país anda mesmo é interessado em outro BB, o Big Brother. Brasil. BBB.
* de acordo com o calendário ofertado pela referida agência bancária no fim de 2008
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