Saudade encerra Semana Nacional do Samba com encontro de baianas

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Saudade encerra Semana Nacional do Samba com encontro de baianas
Saudade encerra Semana Nacional do Samba com encontro de baianas

Vinicius Gastin

A Unidos da Saudade encerrou a Semana Nacional do Samba em grande estilo, e celebrou a ala mais tradicional dos desfiles carnavalescos. A roxo e branco do Bairro Ypu realizou um Encontro de Baianas no último domingo, 8, na quadra da escola, com a presença de representantes de agremiações cariocas. Histórias e debates sobre o passado e o presente das personagens marcantes do carnaval também foram destaque no dia festivo.

O evento começou com a apresentação do Grupo Ki-Tentação, relembrando sambas antigos que marcaram época no Rio de Janeiro. Em seguida, foi realizado o primeiro debate sobre o tema "Baianas: origens e perspectivas”, com a mediação do diretor de carnaval Robson Poubel, o Robinho, e participações do diretor social Gerson Siqueira, o Pantera, e da diretora da ala das baianas da carioca Porto da Pedra, Sandra Trindade.

"É difícil encontrar novas baianas, em virtude do peso das fantasias e pelo fato de não ser diretamente um quesito julgado”, avaliou Sandra, que em seguida apresentou o histórico das baianas de sua escola. 

Na sequência, Gerson Siqueira traçou o histórico da ala, destacando o fato de a terminologia "baiana” reportar à origem do samba brasileiro nos engenhos do Recôncavo Baiano, símbolo da pluralidade étnica dos africanos traficados pelos colonizadores para a Bahia. "De acordo com o folclorista Edison Carneiro, o turbante é muçulmano, os panos das costas e as saias rodadas vieram do Sudão, e os colares originais são fabricados a partir de figas da Guiné”, pontuou.

Pantera mostrou o acervo de fotos das primeiras baianas do carnaval carioca, tradição já na primeira escola de samba do Brasil, a Deixa Falar, fundada no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. "Elas simbolizam as tias que acolhiam os foliões e os sambistas nos terreiros de samba e nos desfiles da Praça XI, no Rio de Janeiro. Hoje em dia é realmente difícil achar novas baianas. As jovens pensam que a ala é para pessoas idosas, quando na verdade as pessoas que amam o samba e possuem o coração de mãe no peito podem participar. Afinal, as baianas são as mães do samba”, finalizou.


Homenagem à baiana mais antiga da cidade

O grande momento do encontro, entretanto, foi o reconhecimento a alguém que marcou o nome na história do carnaval friburguense: Vitória Gomes, a baiana viva mais antiga da Saudade e de Nova Friburgo. Aos 90 anos, ela recebeu um arranjo de rosas vermelhas do vice-presidente Romeu Mello. 

"Esta singela homenagem é para quem dedicou muito do seu tempo a esta escola, com amor e carinho. Sempre esteve presente nos almoços da Saudade durante os 65 anos de sua história. Essa dedicação sempre foi de coração, sem cobrar nada, e isso é muito raro. Essas rosas vermelhas simbolizam todo o amor que a Saudade nutre por ela, e esta quadra é a sua casa”, declarou o dirigente. 

Para encerrar o evento, as baianas da Saudade e da Porto da Pedra evoluíram no ritmo da bateria treme-terra e no embalo das passistas Pérolas Negras. O samba-enredo de 2014, de autoria de Deigre Silva, Rafael de Caxias, Rodrigo Pires, Vilmar di Lima, Leandro Ivan e Guto, também foi entoado na quadra. 

Segunda a desfilar, a Unidos da Saudade vai contar a história da cerveja e terá como enredo "Uma Viagem ao Inesquecível Sabor Milenar”, desenvolvido pelo carnavalesco Anilton Ameida.


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