Sal na medida exata

Segundo OMS, brasileiro consome o dobro de sódio indicado; abuso faz aumentar a pressão arterial, gera doenças renais e cardiovasculares, além de interferir na absorção de micronutrientes como o cálcio
sexta-feira, 26 de abril de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Sal na medida exata
Sal na medida exata

Diferente dos países desenvolvidos, onde a principal fonte de sódio são os alimentos industrializados, a maior fonte de sódio do brasileiro é o sal de cozinha. E a população brasileira consome duas vezes e meia mais sal do que o limite orientado, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
O sódio é um mineral considerado essencial para o bom funcionamento do organismo, ligado à manutenção do equilíbrio de distribuição da água corporal, no equilíbrio osmótico e ácido-base e no transporte de moléculas. O prejudicial ao organismo é o consumo excessivo de sal, pois o abuso do sódio proporciona o aumento da pressão arterial, doenças renais e cardiovasculares, além de interferir na absorção de micronutrientes como o cálcio.
É importante lembrar que o sal de adição (adicionado por cada pessoa nos alimentos) constitui apenas 25% do tempero consumido, e o brasileiro consome em média 11,75g diariamente, valor bem acima da recomendação médica. Alguns alimentos, especialmente os industrializados, possuem muito sódio e normalmente tem relação com esse consumo aumentado de sal, por isso deve-se controlar esses alimentos na dieta. O importante é não cortá-lo totalmente da dieta, e sim, consumi-lo de forma consciente. Isto porque, sua ausência no organismo também acarreta problemas como hipotensão, confusão mental, náuseas, vômito e fraqueza.
A pressão arterial é uma doença de alta prevalência e com grande associação ao excesso de sal na dieta. Isto acontece porque quando ocorre o consumo de grandes quantidades de sódio ele é absorvido pelo intestino e vai para o sangue, a água do corpo é sugada para os vasos e o organismo na tentativa de manter o equilíbrio e normalizar o fluxo, aumenta a pressão sanguínea. Os vasos sanguíneos reagem e se contraem para reduzir o fluxo, porém o bombeamento continua intenso. Como consequência, podem surgir outros problemas diversos, como infarto, AVC, insuficiência renal e arritmia cardíaca.
Para indivíduos hipertensos, alguns cuidados são importantes a fim de alcançar o controle, como diminuir a ingestão do sal de adição. Os alimentos devem ser preparados sem acréscimo do tempero e que ele seja adicionado após o prato pronto. É importante reduzir o consumo de sal para cerca de 4g (aproximadamente uma colher rasa de café) e em casos mais severos para 2g de sal ao dia. Também é necessário mudar hábitos alimentares, substituindo os temperos industrializados pelos naturais, como alho, cebola, limão etc, e evitar o consumo de enlatados e conservas, preferindo sua forma in natura, frios e embutidos, queijos amarelos, carnes defumadas, salgadinhos e pratos prontos.
Existem alimentos que podem contribuir para a redução da hipertensão: o alho é um deles, pois uma substância chamada alicina parece estar associada à melhor elasticidade dos vasos sanguíneos, favorecendo a circulação. Também os bioflavonóides - encontrados na uva e na soja -, possuem antioxidantes e auxiliam o relaxamento dos vasos. Alimentos fontes de fibras, como aveia, pães e arroz integral, reduzem as taxas de colesterol e pressão arterial, entre outros. 
A OMS determina que o consumo de sal pelas crianças acima de 2 anos não deve ultrapassar 5g ao dia, porém, estudo recente apontou que a hipertensão arterial do adulto constantemente tem origem na infância e um dos condicionantes são os maus hábitos alimentares empregados cada vez com maior rapidez e intensidade. Quanto mais exposta ao sal, maior será a predileção da criança por alimentos salgados durante a vida, por isso é fundamental a formação de bons hábitos. Crianças costumam gostar de alimentos prontos, mas, para se ter uma ideia, uma porção de macarrão instantâneo sem acréscimo de tempero possui em média 2g de sódio, 100gr de frango empanado pronto, 0,5g, e uma unidade de hambúrguer, 700mg. Para estimular a mudança de hábitos, ainda este ano entra em vigor uma determinação do Ministério da Saúde estabelecendo a redução de sódio nos alimentos processados no Brasil. 
Quem busca mudar sua alimentação e diminuir o consumo de sal é importante ressaltar que as papilas gustativas se adaptam facilmente aos alimentos salgados, por isso acostumar-se com uma dieta com teor reduzido de sal pode demorar até três meses. “Os alimentos de origem animal também são fontes de sódio, porém em menor quantidade. É o caso dos queijos, leite e carnes e os alimentos de origem vegetal, que apresentam baixa quantidade de sódio, sendo praticamente inexistente nas frutas e escasso em cereais e leguminosas.

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