São sete meses de atividades em prol da conservação da memória histórica e afetiva da Praça Getúlio Vargas. O Movimento Abraço às Árvores - SOS Praça Getúlio Vargas luta contra modelos privativos de espaços públicos legítimos, pois excluem a sociedade em todos os sentidos. O grupo defende aquilo que é, a seu ver, o mais importante patrimônio histórico, cultural e afetivo de Nova Friburgo, e busca sua restauração por meio de tomadas de decisão coletivas, inclusivas e participativas, intermediadas por debates francos, éticos e transparentes.
Para marcar estes sete meses de ação, o SOS convida toda a comunidade para mais um evento na Praça Getúlio Vargas, o Cultura na Praça, sábado, 22, a partir das 15h, com atrações diversas: Trio Glaziou, Danças Circulares, exposição de fotos, brincadeiras e também a apresentação do filme “O sal da terra”, de Sebastião Salgado, um dos fotógrafos brasileiros mais premiados do mundo, reconhecido por suas “pautas sociais”.
O movimento corrobora e ressalta as palavras do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional): “Não há justificativa para a eliminação de nenhuma espécie sadia de eucalipto na Praça Getúlio Vargas. Não apenas deverão ser mantidos, como deverão ser objeto de cuidados mais rigorosos do que são atualmente. Aliás, não parece existir nenhum cuidado com essas árvores. Preservar um jardim histórico é preservar sua vegetação arbórea. O laudo de um engenheiro florestal com especialidade em fitossanidade poderá orientar os procedimentos referentes a cada árvore e também ao conjunto”.
Operação controversa
Desde janeiro deste ano, 22 árvores foram cortadas um pouco acima da raiz e dezenas foram podadas pela Prefeitura de Nova Friburgo para evitar acidentes como a queda de galhos sobre os pedestres e motoristas. A quantidade de cortes abriu um “clarão” entre o coreto e o chafariz da Praça Getúlio Vargas e causou comoção em muitos moradores, que se mobilizaram por meio das redes sociais para questionar a maneira como as atividades estavam sendo executadas pelo governo municipal. Vários protestos e intervenções artísticas foram realizados pelo grupo no local. Uma ativista foi detida durante um protesto.
A partir destes protestos, surgiu o Movimento Abraço às Árvores – SOS Praça Getúlio Vargas, com o objetivo de continuar acompanhando rigorosamente o destino dado a este que é um símbolo da cidade por aqueles a quem cabe o dever de preservar sua memória e características originais.
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