Rumo a 2016!

terça-feira, 06 de outubro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

Jorge Picciani

A torcida valeu! E o trabalho conjunto do presidente Lula, do governador Sérgio Cabral, do prefeito Eduardo Paes, do Comitê Olímpico Brasileiro, dos nossos atletas e artistas que se engajaram e trabalharam incessantemente nesta campanha teve resultado. A vitória do Rio de Janeiro na disputa para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 abre um leque de oportunidades extraordinário não apenas para a cidade, mas para todo o estado e o país. Segundo levantamento encomendado pelo Ministério do Esporte, o nível de investimentos previstos deve atingir R$ 30 bilhões e o número de empregos gerados até a realização dos Jogos pode chegar a 130 mil por ano. Mas para que estas previsões se concretizem e a população possa desfrutar destes benefícios é preciso que, passados os festejos, as mangas sejam arregaçadas e o trabalho recomece. Sem planejamento, cronograma, e, principalmente, objetivos claros e definidos corremos o risco de repetir o fracasso em termos de legado que os Jogos Pan-Americanos representaram.

Costumo dizer que perdemos o mesmo tempo para fazer um trabalho bem-feito e um mal-feito. O problema é o depois. Finalizado o trabalho bem-feito, podemos fazer como a cigarra da fábula e descansar durante o inverno. Já o trabalho mal-feito acaba gerando o retrabalho, o dispêndio de dinheiro e energia para consertá-lo, dobrando o seu custo inicial. Em relação aos Jogos Olímpicos ou, antes ainda, à Copa de 2014, devemos participar do planejamento, acompanhar o cronograma de execução das obras, articular parceiras público-privadas que viabilizem a manutenção dos aparelhos após as competições, e cobrar para que os prazos estabelecidos sejam cumpridos e os investimentos necessários sejam feitos. Ou, fazendo o trabalho mal-feito, podemos levar ao limite a postergação e começar a correr um semestre antes da realização para dar conta das obras inacabadas. 

 Já temos o exemplo do que não queremos como herança. A experiência dos Jogos Pan-Americanos não foi positiva tanto pelo viés do custo, que foi extrapolado devido às mudanças no projeto inicial, como em relação à herança deixada, que sequer pode ser aproveitada pelos nossos atletas.

Antes de ver esta história se repetir, o poder público e a sociedade vigilante devem unir esforços e estabelecer controles mais rígidos no decorrer do planejamento e da execução das obras, bem como trabalhar para que as arenas, estádios, parques aquáticos e toda sorte de instalações sejam viáveis financeiramente, permitindo que a população possa usufruir destes espaços e incluir, de forma definitiva, o esporte no rol das atividades diárias dos cidadãos.

Estamos a tempo e a hora de executar um bom trabalho e deixar para as próximas gerações o tão famoso legado olímpico. Esta é a chance que ganhamos de poder fazer com que nossos jovens se apaixonem definitivamente pelo esporte e encontrem nele uma saída para mudar suas vidas. Vamos, juntos, transformar este momento em uma oportunidade de futuro. Mãos à obra!

Jorge Picciani é presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro www.jorgepicciani.com.br

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