Ruas do centro de Conselheiro: um palco de infrações

Moradores e comerciantes reclamam da falta de fiscalização e de manutenção das ruas
terça-feira, 20 de outubro de 2015
por Dayane Emrich
Ao fim da Praça Lafayette, um dos cruzamentos mais problemáticos do trânsito friburguense (Foto: Amanda Tinoco)
Ao fim da Praça Lafayette, um dos cruzamentos mais problemáticos do trânsito friburguense (Foto: Amanda Tinoco)

A rotina de quem mora ou precisa circular diariamente pelas ruas do distrito de Conselheiro Paulino não é fácil e exige muita paciência. Considerado um dos mais movimentados, o sexto distrito friburguense, além de importantes empresas do município, possui um comércio amplo e diversificado, o que, consequentemente, atrai um grande fluxo de veículos e pedestres.

Considerado por muitos como uma verdadeira cidade à parte, o distrito de Conselheiro Paulino, entretanto, sofre com a falta de infraestrutura, isto é, ruas estreitas, sem manutenção e crescimento desordenado. Sem contar com o próprio desrespeito no trânsito, que gera muitos transtornos.

A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA esteve na localidade na tarde da última segunda-feira, 19, e não foi preciso muito tempo para flagrar irregularidades. Carros estacionados em fila dupla, junto a faixas amarelas e de pedestres, motos “costurando” e veículos em alta velocidade foram as infrações observadas.

Mas, não são só os motoristas os responsáveis pelas irregularidades no trânsito do local. Em pouco mais de três minutos, pelo menos, oito pessoas foram flagradas atravessando fora das faixas de pedestres, e o pior, em um cruzamento de intenso movimento, próximo à Praça Lafayette Bravo Filho.

Para a comerciante Ana Cláudia Simões, 38, falta fiscalização. “A gente até vê a polícia por aqui, mas quase não são feitas blitzes. Em geral, eles só circulam pelo distrito. Também não há agentes de trânsito para multar e vigiar os motoristas”, disse ela acrescentando: “Se não tem ninguém para supervisionar, as pessoas fazem o que querem e não respeitam ninguém”, observou.

Opinião semelhante tem o aposentado Mário Sérgio Garcez, 69 anos. “Passou das cinco horas fica difícil andar aqui. O trânsito fica engarrafado e vira uma bagunça danada”, exclamou.

Faixas apagadas põem pedestres em risco

Ainda que parte dos pedestres (como mostram os flagrantes fotográficos) insista em atravessar fora da faixa, aqueles que obedecem a lei também tem tido dificuldades na travessia. Isso porque a maioria das faixas do Centro de Conselheiro Paulino, na altura da Praça Lafayette Bravo Filho, estão apagadas.

Com a pintura comprometida, a sinalização nas vias não é obedecida. O auxiliar administrativo, Cleiton Vieira, 44, disse que não tem segurança ao atravessar no local. “Nas outras faixas os motoristas até respeitam, mas nessa aqui que é em um morro, ninguém para”, disse ao se referir a faixa situada próxima a Paróquia Santa Teresinha.

Vale destacar que, de acordo com o artigo 70, do Código de Trânsito Brasileiro, “os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código”. O que ocorre, porém, é que com a pintura apagada, alguns condutores afirmam não conseguir identificar a faixa.

“Não estou acostumado a passar por aqui e a faixa esta toda apagada, não dá para adivinhar que aqui é local de passagem de pedestres”, disse um condutor que preferiu não se identificar.

Para piorar a situação a bifurcação junto à praça com acessos à RJ-148 (Nova Friburgo-Carmo) e o acesso aos loteamentos São Jorge e Três Irmãos deixa tanto motoristas como os pedestres confusos, aumentando o risco de acidentes, pois além do cruzamento perigoso, ambas as vias — RJ-148 e acesso a São Jorge — são de mão dupla.

  • Pedestres se arriscam atravessando fora da faixa em meio ao cruzamento (Foto: Amanda Tinoco)

    Pedestres se arriscam atravessando fora da faixa em meio ao cruzamento (Foto: Amanda Tinoco)

  • Fila dupla, veículos parados em faixa amarela e de pedestres. Para moradores, problemas são consequência da falta fiscalização (Foto: Amanda Tinoco)

    Fila dupla, veículos parados em faixa amarela e de pedestres. Para moradores, problemas são consequência da falta fiscalização (Foto: Amanda Tinoco)

  • “Nas outras faixas os motoristas até respeitam, mas nessa aqui que é em um morro, ninguém para”, disse o auxiliar administrativo Cleiton Vieira, 44 anos (Foto: Amanda Tinoco)

    “Nas outras faixas os motoristas até respeitam, mas nessa aqui que é em um morro, ninguém para”, disse o auxiliar administrativo Cleiton Vieira, 44 anos (Foto: Amanda Tinoco)

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