Henrique Amorim
Desde ontem, 2, motoristas que se dirigem aos bairros da região sul da cidade contam com uma nova alternativa ao congestionado eixo rodoviário: a Rua General Osório, que agora está com a mão de direção invertida em todo o seu trecho, da Praça da Bandeira (confluência com a Henrique Zamith, em frente à Casa dos Pobres São Vicente de Paulo) até a Praça do Suspiro. Há cerca de cinco meses a via teve o sentido de direção alterado somente no trecho entre a Praça da Bandeira e a Rua Aristão Pinto, no acesso à ponte da Rua Sete de Setembro. Com a inversão em toda a extensão da via, o superintendente da Autarquia Municipal de Trânsito (Autran), coronel Celso Novaes, espera contribuir com a melhoria do trânsito no eixo rodoviário (sentido sul) e até mesmo no Paissandu, principalmente nos horários de pico.
A intenção de Novaes é ainda oferecer aos motoristas que se dirigem aos bairros de Olaria, Cônego e Cascatinha uma nova alternativa viária, sem a necessidade de passagem obrigatória pelo Paissandu, bastando acessar pela Vila Amélia e Vale dos Pinheiros. A medida já era prevista desde o projeto inicial de inversão da Rua General Osório, porém não foi colocada em prática integralmente devido às obras de revitalização da Praça do Suspiro. Embora anunciada pela Autran através da imprensa, a alteração do sentido de direção da Rua General Osório ontem pegou muitos motoristas de surpresa, pois a inversão, ao invés de ser iniciada durante a madrugada, só aconteceu pouco antes das 10h.
“Não entendi nada. Vi na Voz da Serra que a inversão seria hoje (ontem, 2), mas quando fui levar meu filho à escola, de manhã, o trecho entre a Rua Aristão Pinto e o Suspiro ainda estava com a antiga mão, no sentido Norte. Ao voltar para casa, em Olaria, tive que passar pelo eixo rodoviário e enfrentar o congestionamento do Paissandu. Quando voltei de carro para buscá-lo, já tinha mudado tudo. Não se pode inverter o sentido de uma via de grande movimento de uma hora para outra”, protestou uma mãe de aluno do Colégio Anchieta.
O coronel Celso Novaes explicou que a alteração prevista para o início da manhã foi atrasada por uma pane no sistema de controle eletrônico dos semáforos do entorno do Suspiro e da Rua Padre Yabar (em frente ao Colégio Anchieta), que teve o sentido de direção invertido (agora do eixo rodoviário para a Rua General Osório). “Infelizmente, muitos motoristas parecem não ter se informado através da imprensa dos avisos que a Autran deu sobre a alteração da General Osório e insistiam em circular de manhã por aquela via, no sentido Suspiro-Rua Aristão Pinto, mesmo com as placas de sinalização nos postes já invertidas. Foi preciso reforçar o controle dos agentes de trânsito no local”, disse o superintendente.
“Mudar a mão de direção de uma hora para outra é um absurdo, um desrespeito com a população. Uma mudança dessas deveria ser avisada com placas espalhadas ao longo da rua pelo menos com uma semana de antecedência. Desse jeito acontecerão muitos acidentes aqui”, esbravejou um motorista, impedido por um agente de trânsito de acessar a General Osório no sentido Norte ontem de manhã.
“Por enquanto não serão aplicadas multas na Rua General Osório”, garante Novaes
Como a alteração só aconteceu já no meio da manhã de ontem, não houve tempo hábil para avisar os motoristas que os veículos deveriam ser estacionados junto à calçada do lado ímpar da General Osório, no sentido Sul. Como isso não aconteceu, muitos veículos permaneceram estacionados em sentido contrário à nova mão de direção durante toda a manhã, gerando ainda mais confusão aos motoristas e pedestres. Durante o dia, agentes da Autran permaneceram no trecho inicial da rua, a fim de orientar motoristas sobre a alteração. O coronel Celso Novaes determinou que os motoristas, ao retirarem seus carros estacionados, fossem orientados quanto ao novo sentido de direção, e que não sejam aplicadas multas na General Osório nos primeiros dias da mudança.
Com a alteração, três linhas de ônibus passam a ter itinerário maior
Com a alteração no trecho inicial da General Osório, os ônibus urbanos das linhas Centro-Granja Spinelli, Vale dos Pinheiros-Cordoeira e Lagoinha-Cordoeira tiveram o itinerário prolongado. Ao chegar ao Suspiro, os coletivos passam a ter que acessar as avenidas Galdino do Valle Filho, na esquina com o Clube de Xadrez, e Padre Roberto Sabóia de Medeiros, contornando a Praça Marcílio Dias, no Paissandu, e seguindo pelas avenidas Comte Bittencourt, José Ruiz Boléa e Rua Sete de Setembro para, então, acessar a rodoviária urbana. O embarque e desembarque de passageiros no ponto de parada da Avenida Galdino do Valle Filho, próximo à Sociedade Esportiva Friburguense (SEF), também está permitido desde ontem para os usuários destas três linhas.
“Aumentou muito o tempo de viagem. O Paissandu está sempre engarrafado. Nos finais de tarde e nos horários de entrada e saída das escolas vai valer mais a pena desembarcar em meio ao congestionamento e pagar outra passagem para chegar ao Centro ou a outro bairro. Isso não vai dar certo. Pensaram em quem anda de carro, mas e os passageiros dos ônibus, como ficam?”, reclamou uma usuária da linha Vale dos Pinheiros-Cordoeira, que enfrentou, na tarde de ontem, cerca de 20 minutos para atravessar o eixo rodoviário nos dois sentidos e conseguir chegar à rodoviária urbana, a fim de seguir viagem rumo ao distrito de Conselheiro Paulino.
Deixe o seu comentário