Roubos de cargas aumentam na região e causam prejuízos a empresários

Estudo da Firjan aponta que perdas chegaram a R$ 619 milhões só no ano passado
sexta-feira, 17 de março de 2017
por Alerrandre Barros
Roubos de cargas aumentam na região e causam prejuízos a empresários

O número de roubos de carga subiu em Nova Friburgo. Foram nove casos registrados durante o ano passado, seis a mais do que em 2014 e 2015, quando os números se mantiveram estáveis, segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP). Em 2013, houve 10 crimes do tipo. Os números também vêm aumentando em cidades vizinhas, como Petrópolis e Teresópolis, um reflexo do que vem acontecendo em todo o estado.

No mês passado, um levantamento divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) mostrou que, pelo terceiro ano seguido, o estado registrou recorde de roubos de carga, chegando a 9.862 casos em 2016. O aumento foi de 220,9% em seis anos — com prejuízos calculados em R$ 2,1 bilhões no período.

A pesquisa “O Impacto Econômico do Roubo de Cargas no Estado do Rio de Janeiro”, feita com base nos dados do ISP, revela que só em 2016 o prejuízo chegou a R$ 619 milhões. Não há estimativas de perdas para Nova Friburgo. Doze delegacias registram mais da metade das ocorrências, de um total de 139 no estado. De 2011 a 2016, foram registradas mais de 33 mil ocorrências, média de uma a cada 1h35.

Do total de ocorrências registradas nos últimos seis anos, 94,8% se concentram na Região Metropolitana do estado. Riley Rodrigues, gerente de Estudos de Infraestrutura da Firjan, destaca que esse quadro é nocivo à competitividade da indústria, trazendo impactos para toda a sociedade.

“Os roubos geram perdas de produção e elevam os custos com frete, ocasionando aumento do preço final das mercadorias. Além disso, regiões com grande incidência passam a ser evitadas e a população local enfrenta risco de desabastecimento”, disse.

O estudo aponta como causa do crescimento dos roubos uma nova estrutura do crime organizado no Estado do Rio, que identificou nesse tipo de crime uma fonte alternativa de financiamento ao tráfico de drogas. Por outro lado, faltam às forças de segurança condições adequadas de trabalho nos principais pontos onde são registrados os roubos, com baixo efetivo de policiais e falta de materiais e equipamentos. Um exemplo desse problema está na redução do efetivo da Polícia Rodoviária Federal no estado, que caiu 36% nos últimos cinco anos.

Segundo Rodrigues, o combate aos roubos passa pela punição a todos os elos do crime, com sanções mais rigorosas para os crimes de receptação, armazenamento e venda dos produtos roubados.

No Estado do Rio, a Baixada Fluminense é a região com maior avanço de ocorrência desses crimes, revela o levantamento da Firjan. Carlos Erane de Aguiar, presidente do Conselho, defendeu que é necessário fortalecer a presença policial nas estradas fluminenses, de forma a inibir a ação de criminosos.

Para a Firjan, o caminho está no fortalecimento do efetivo policial nas áreas de maior incidência do crime. Outra sugestão é permitir que empresas inscritas na dívida ativa do estado possam realizar os pagamentos por meio da doação de equipamentos e serviços destinados a garantir o bom funcionamento das forças policiais.

Outra medida sugerida é a criminalização do jammer, aparelho bloqueador de sinais que impede o rastreamento dos caminhões, quando utilizado fora das especificações previstas em lei, e a implantação de uma Política Nacional de Combate ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas para melhor integrar as forças de segurança, entre outras medidas.

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TAGS: Roubo e furto
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