Rogério Cabral: “O governo municipal começa a deslanchar. E vamos avançar muito”

sábado, 07 de setembro de 2013
por Jornal A Voz da Serra
O prefeito Rogério Cabral admite que o início de seu governo foi marcado por muitas dificuldades, muito maiores do que poderia supor. Ele, no entanto, se mostra otimista: "Temos que lembrar que o mandato é de 48 meses e acabamos de entrar apenas no nono. Se você pegar todas as dificuldades encontradas, podemos dizer que já superamos muitas coisas. Já avançamos em muitos pontos e vamos avançar muito, mês a mês. O governo está deslanchando”, avalia. Nesta entrevista ele aborda as parcerias com os governos estadual e federal, a proposta de reforma administrativa encaminhada à Câmara e também os desafios da saúde, o calcanhar de Aquiles dos governantes brasileiros. Ele também trata da questão do funcionalismo e das finanças municipais. A VOZ DA SERRA - O início do governo Rogério Cabral foi meio titubeante, não foi? ROGÉRIO CABRAL - Todo início de governo tem uma transição. No começo estamos com uma equipe nova, conhecendo as pessoas e a forma de executar as coisas. Quando você assume com um concurso [de 1999] na Justiça e uma determinação para rescindir o contrato de 1.700 funcionários tudo fica meio confuso mesmo. Não fui eleito para continuar punindo as pessoas como elas foram punidas e o primeiro passo foi começarmos por resolver essa questão. O nosso início foi de muitas dificuldades e de aprendizado.   AVS - Qual foi o maior problema no primeiro momento: a falta de recursos ou a desorganização encontrada? ROGÉRIO CABRAL - Podem ter sido as duas coisas juntas e mais outros muitos problemas. A carência de obras muito grande, o trânsito, a saúde, tudo... Óbvio que também teve a dificuldade natural de todo governo novo tentando acertar rápido. AVS - E o governo Rogério Cabral começa a deslanchar após oito meses de mandato? ROGÉRIO CABRAL - Sim. Temos que lembrar que o mandato é de 48 meses e acabamos de entrar apenas no nono. Se você pegar todas as dificuldades encontradas, podemos dizer que já superamos muitas coisas. Já avançamos em muitos pontos e vamos avançar muito, mês a mês. Já conseguimos, por exemplo, retomar e concluir diversas obras que estavam paradas. O recurso próprio do município é limitadíssimo e o governo vem avançando na parceria com os governos estadual e federal, que têm o dinheiro para as médias e grandes obras que o município precisa. Disse na campanha, digo agora e provo: sem o apoio financeiro, os convênios e parcerias com o Estado e a União, o município não avançaria em nada. AVS - E a relação com os governos estadual e federal vai bem? ROGÉRIO CABRAL - Está indo muito bem. Nesses oito meses já conseguimos muitos convênios que estão acontecendo e outros tantos que começarão a acontecer. Através das nossas relações e os 20 anos de experiência na vida pública estamos encontrando as portas abertas. Tenho ido muito ao Rio e a Brasília cobrar as obras e outros convênios. Vamos avançar muito mais, podem ter certeza disso. AVS - É visível que Conselheiro Paulino está ganhando muitas obras, mas os outros distritos e bairros não ficarão enciumados? ROGÉRIO CABRAL - O volume de obras é maior em Conselheiro, mas também estamos entrando em outros bairros e distritos. É só uma questão de tempo, mais um pouco de paciência e compreensão que todos serão atendidos pela Prefeitura. AVS - Mas Conselheiro está com o maior volume... ROGÉRIO CABRAL - Começamos por Conselheiro por vários motivos: era um local abandonado por todos os governos. É também um distrito muito populoso e com a maior arrecadação. Foi um compromisso nosso de campanha começar a fazer obras lá, e estamos fazendo. Outras tantas serão feitas, mas, repito, vamos chegar a todas as comunidades. Estamos trabalhando para Nova Friburgo avançar como um todo. Já disse: o nosso mandato é de 48 meses e estamos apenas no nono mês de governo. AVS - Os governos anteriores e o atual também recebem críticas pelo excesso de cargos de confiança... ROGÉRIO CABRAL - Queremos modernizar a máquina pública, tornando-a mais enxuta e eficiente. Encaminhei essa semana um projeto de reforma administrativa, no qual iremos reduzir o número de secretarias e, num segundo momento, que já estamos preparando, fazer o novo organograma das secretarias, onde vou poder cortar muitos cargos de confiança e também enxugar a quantidade de gratificações. AVS - A quantidade não é excessiva? ROGÉRIO CABRAL - Com certeza iremos diminuir a quantidade de cargos de confiança e gratificações, mas é preciso dizer que não utilizo todas que a Câmara autorizou a Prefeitura a fazer. O número é grande de nomeações e principalmente de gratificações para corrigir situações como, por exemplo, o valor do salário de um engenheiro, que é de R$ 800. Qual engenheiro iria querer trabalhar para a Prefeitura com este salário? A nossa intenção é corrigir as distorções, que não afeta só engenheiros, fazendo a reforma administrativa e valorizando os profissionais como um todo. AVS - Desde 2006 os servidores municipais estão com o salário congelado ou, pelo menos, a grande maioria não teve nenhum tipo de aumento ou correção salarial. E é um compromisso seu valorizar o funcionalismo. ROGÉRIO CABRAL - É um compromisso nosso. Na proposta do Plano Plurianual que já encaminhamos à Câmara começamos a corrigir distorções e recuperar a defasagem nos salários. É um processo que será iniciado e feito ano a ano no nosso governo, até conseguirmos oferecer ganhos reais. AVS - A dívida ativa dos contribuintes é gigantesca, batendo R$ 250 milhões. Como fazer as coisas acontecerem com uma situação dessas? ROGÉRIO CABRAL - É difícil. Só para fazermos uma comparação, a Prefeitura dispõe de R$ 14 milhões de recursos próprios por ano para investimentos. Estamos montando uma equipe de fiscalização na Secretaria de Fazenda e a Procuradoria da Prefeitura também está se organizando para fazer as cobranças. Vamos apertar a fiscalização e a cobrança dos devedores do município. AVS - É comum os governos oferecerem anistia para receber as dívidas. O senhor concederá algum tipo de anistia? ROGÉRIO CABRAL - Não. Isso não seria justo com aqueles que pagam em dia seus compromissos. AVS - E a saúde continua sendo o grande problema, não é? ROGÉRIO CABRAL - Quando você abre qualquer jornal ou liga a televisão, a questão da saúde sempre está no noticiário. É um problema de qualquer governante e que estamos enfrentando. Temos muitas dificuldades e problemas. Mas já tivemos alguns avanços importantes, como a contratação de 40 médicos para o CTU do Raul Sertã. A UPA de Conselheiro está funcionando e estamos lutando para que Olaria também tenha uma Unidade de Pronto Atendimento. Quando assumimos encontramos apenas quatro das 14 Unidades Básicas de Saúde funcionando, e mal. Hoje posso garantir que 11 estão funcionando, e bem. Mas, claro, temos que avançar muito ainda. Precisamos construir novas unidades e remunerar melhor nossos profissionais da saúde. AVS - O programa Mais Médico do governo federal interessa? ROGÉRIO CABRAL - Claro que sim. Precisamos de mais médicos na rede. Temos que avançar, por exemplo, na questão ambulatorial. Estamos negociando com o Hospital São Lucas a realização das cirurgias eletivas e vamos continuar tendo um trabalho especial. Queremos alcançar uma saúde pública de qualidade e vamos continuar trabalhando para que isso aconteça.
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