Os rodoviários friburguenses fizeram um protesto relâmpago na manhã desta terça-feira, 10, paralisando cerca de 50 ônibus ao longo da Avenida Alberto Braune durante 25 minutos. Foi a segunda manifestação pacífica da categoria, que está em campanha salarial. Na quarta-feira passada motoristas, cobradores e outros funcionários da concessionária de ônibus já haviam feito outro protesto na porta da Prefeitura.
A paralisação de ontem começou pontualmente às 9h30 e terminou às 9h55. Cerca de 50 ônibus ficaram estacionados ao longo da Alberto Braune com os passageiros em seu interior. Enquanto isso, líderes do movimento discursaram em frente à Prefeitura. O movimento teve grande repercussão pública e dividiu opiniões. Uns reclamavam dos atrasos dos ônibus e outros reconheciam o problema herdado pela atual administração municipal. A PM e a Guarda Municipal acompanharam a manifestação sem nenhum registro de conflito.
Durante o protesto o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Ivanir Honorato, voltou a responsabilizar o governo passado pelos problemas deixados para a atual administração. Segundo ele, a categoria está sem reajuste salarial há dois anos e foi praticamente ignorada pela gestão anterior, nos últimos oito anos. Nesta quinta-feira, 12, às 16h, está prevista uma mesa-redonda na Subdelegacia do Trabalho para discutir a campanha salarial dos rodoviários, com a presença de representantes dos rodoviários, da concessionária de ônibus e do governo municipal.
“Os rodoviários estão lutando por uma causa justa. A categoria está há dois anos sem reajuste e estamos cobrando nossos legítimos direitos. As pessoas precisam entender que transportamos vidas, a responsabilidade é muito grande. Não há como continuar empurrando este problema que atinge os profissionais da categoria”, disse Ivanir. Segundo ele, a categoria vai realizar uma assembleia ainda esta semana, para analisar uma proposta de greve geral ainda sem data marcada.
Nos encontros com representantes rodoviários o governo municipal tem reconhecido a necessidade de manter o equílíbrio econômico do serviço de transportes para que a categoria possa ter suas reivindicações atendidas. O prefeito Heródoto Bento de Mello, que já esteve reunido com os rodoviários, se disse sensibilizado com a situação da categoria e afirmou estar analisando todo o quadro. Destacou, porém, que o assunto merece toda a cautela, porque o reajuste salarial está atrelado a um aumento da tarifa única, também congelada há dois anos.
Na semana passada, quando recebeu um grupo de funcionários da concessionária de ônibus que protestava pacificamente na porta da Prefeitura, o secretário Geral, Bráulio Rezende Filho, também enfatizou que o aumento salarial da categoria rodoviária depende do equilíbrio econômico do transporte público, previsto no contrato de concessão. Na ocasião Bráulio informou já ter recebido uma planilha de custos da Faol, mas acrescentou que o novo governo municipal também está elaborando a sua, com o objetivo de confrontar os valores da nova tarifa a ser anunciada em breve.
Além da questão salarial dos rodoviários, o novo governo municipal também está estudando a possibilidade de implantar um sistema de bilhetagem eletrônica nos ônibus, sem a demissão dos cobradores. A medida possibilitaria a integração de passageiros em qualquer ponto da cidade, eliminando a rodoviária de transbordo da Praça Getúlio Vargas, criada na década de 80, quando foi implantada a tarifa única. Também está sendo estudada a renovação da frota de ônibus com a aquisição de cerca de 30 veículos novos. Atualmente, mesmo com a compra de 25 novos ônibus nos últimos anos, a frota que circula em Nova Friburgo tem, em média, oito anos, sendo considerada velha e dispendiosa.
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