São aproximadamente 135 quilômetros de distância e mais de três horas de viagem que, somadas ao calorão dos últimos dias, tornam o trajeto Nova Friburgo x Rio de Janeiro uma verdadeira aventura. Mas, se por um lado enfrentar a estrada é complicado, por outro, participar da experiência do momento—o Rock in Rio—, faz o risco valer.
No último domingo, 20, dia de alguns dos shows mais esperados desta edição de 30 anos do mega evento—entre eles, Elton John, Rod Stewart, Sea e Paralamas do Sucesso —, mais de três horas depois de sair de Friburgo, lá estávamos Bruna, Wellington, Annabella e eu nos portões de um dos maiores espetáculos da terra. E, mesmo sendo repórter, é até difícil descrever.
Era a minha primeira vez na chamada cidade do rock e, de cara, fiquei impressionada com o lugar. Além de muitos estandes, os quais ofereciam brindes diversos, e muitas lanchonetes, com opções de comida para os mais variados gostos, havia brinquedos e gente. Muita gente. Pessoas de idades, estilos, jeitos e trejeitos diferentes. O mundo parecia estar mesmo em apenas um lugar, para ser mais precisa, bem ali ao meu redor.
Diferente de mim, Bruna Fernandes Guebel, estudante de turismo de 22 anos, já havia tido a sorte de prestigiar o evento. Mas, engana-se quem pensa que a sensação foi a mesma. Ela garante: cada edição é uma nova experiência. “Ir ao Rock in Rio é mais do que participar do maior festival do mundo... É um lugar onde todos estão em mesma sintonia e com o mesmo objetivo: curtir os shows e todos os atrativos da melhor forma possível. Participar dos seus 30 anos, então, é mais que especial. Só de pensar nos vários ídolos e gerações que já passaram por ali... nos faz sentir parte da história”, conta ela.
Outro amigo que também desceu a serra, no último domingo, para prestigiar pela primeira vez o festival carioca foi o empresário Wellington Carlos Benvenuti Torres, de 32 anos. Ainda anestesiado, ele resumiu a experiência com a seguinte frase: “O Rock in Rio é, simplesmente, uma cidade de emoções”.
Última integrante do quarteto do rock, a estudante de jornalismo de 23 anos, Annabella Villarinho, figura certa no evento, garante: “É impossível não ficar impressionada. Os shows são ótimos, o ambiente é agradável e a sensação de estar ali é indescritível. Não vejo a hora de voltar”, disse.
Guitarras desafinadas
Embora eu tenha voltado para casa com a sensação de “valeu cada centavo”, não posso deixar de mencionar: o mundo não cabe em um só lugar. Era fila para comprar água, fila para ir ao banheiro, para comer, para visitar os estandes e, quanto mais nos aproximávamos da hora dos shows no palco mundo, mais pessoas pareciam surgir, fazendo a cidade do rock encolher.
Outra questão que me chamou bastante a atenção foram os valores cobrados (altíssimos). A comida estava salgada, não por excesso de tempero, mas pelo rombo que deixou no meu e no bolso dos meus amigos. Um hambúrguer (só de pão, carne e queijo) junto a um copo de água (250ml) chega a custar R$20.
Por falar em água, para garantir 300 mililitros do líquido, os fãs de música boa precisam desembolsar R$ 5, isso sem mencionar o picolé—R$ 10.
Rock sem crise: friburguenses a caminho de um dos maiores eventos do mundo
A edição do Rock in Rio 2015 teve início no último dia 18. Recheado de atrações internacionais, o primeiro fim de semana do evento, (realizado entre os dias 18 e 20) contou com a participação das bandas OneRepublic, The Script, Metallica, Queen e de artistas como Elton John e Rod Stewart.
E, exatamente por trazer cantores renomados do cenário musical internacional, o festival atrai um público variado e de diferentes lugares do mundo, incluindo Nova Friburgo.
Ignorando qualquer sintoma da crise, os friburguenses não estão poupando quando o quesito é diversão. De acordo com Márcia Santoro, agente de viagens de uma empresa local, durante todos os sete dias do evento, pelo menos um ônibus com 42 passageiros segue em direção à cidade do rock.
Segundo Márcia, somente nos primeiros três dias do festival, 300 pessoas procuraram pelas caravanas com destino ao Parque dos Atletas, Av. Salvador Allende, onde são realizados os shows.
Neste segundo fim de semana e últimos dias da atração, a expectativa é que mais de 700 friburguenses desçam a serra para curtir o evento. Ainda conforme Márcia, o dia mais procurado é amanhã, 26, quando se apresentam os cantores Rihanna e Sam Smith.
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