Juliana Scarini
Shoei Massunaga Netto é um autodidata. Sempre gostou de tecnologia e informática e, atualmente, tem dedicado boa parte do seu tempo à construção de um veículo aéreo não tripulado—vant. Estudante de LPI (Linux Professional Instituto), Shoei dá cursos e faz manutenção do sistema operacional Linux. Além disso, desenvolve sistemas e sites em PHP.
Na área de robótica, Shoei está criando um vant multirotor. Tudo que foi desenvolvido, ele aprendeu sozinho, pesquisando e aprimorando as tecnologias. O vant com quatro motores (quadricóptero) é um robô que voa a 1,5 km de altura. Está entre o carro e o helicóptero e é capaz de filmar, fotografar e fazer monitoramento do meio ambiente.
“A criação do vant é um hobby e pretendo transformá-lo em um instrumento profissional, já que ele possui inúmeras funções”, destacou, fazendo questão de lembrar que este objeto pode ser um grande prestador de serviços para a Defesa Civil, por exemplo. “Por causa da tragédia, muitas localidades ficaram sem acesso e esse robô poderá chegar a esses bairros, fotografando, filmando e registrando a real situação”, contou Massunaga, lembrando que, dessa forma, fica mais fácil decidir quais medidas tomar em situações de emergência.
Com relação à segurança, o vant é capaz de dar apoio tático, serviço de inteligência, vigilância, busca e resgate, investigação criminal e de acidentes, além de monitoramento de tráfego de veículos (pontos de congestionamento) e avaliação de zonas de desastres. Na indústria, pode realizar a inspeção de locais de difícil acesso, tubulações e dutos, acesso a zonas contaminadas, acompanhamento de construções como, por exemplo, pontes, viadutos, estradas e edifícios.
Outras funções estão relacionadas ao meio ambiente, no monitoramento de desmatamento, monitoração de poluentes e poluição e observação costeira. Com fotografia aérea e filmagem, o vant produz fotos publicitárias, de imóveis e parques temáticos e campos de golfe. No jornalismo, pode ser utilizado em coberturas jornalísticas de difícil acesso.
No entanto, apesar de o robô já realizar inúmeras dessas funções, ele não está totalmente pronto. Shoei está instalando sensores e vai aprimorá-lo de acordo o objetivo desejado. As bases do vant foram confeccionadas pela loja NUR Artefatos, especializada em acrílico. O objeto também é composto de alumínio. “Estou estudando para colocar uma cúpula de carbono no vant, para que ele possa ser utilizado em dias de chuva”, frisou. Shoei já gastou em torno de R$6 mil com o projeto e contou que está procurando patrocinadores que queiram investir na tecnologia.
E quem pensa que o trabalho de Shoei para por aí, está enganado. O quadricóptero está recebendo os últimos ajustes, porém, já estão em desenvolvimento mais dois robôs, um de seis motores (hexacóptero) e outro de oito motores (octocóptero), com mais capacidade de peso, podendo chegar a dois quilos de carga.
DESCRIÇÃO DE UM VANT
O quadricóptero hackpilot é uma plataforma aérea com sofisticada eletrônica embarcada que permite transportar diferentes sistemas de captura de imagens. Sua instrumentação aviônica e sistemas de controle permitem voos com alta estabilidade, reduzido tempo de treinamento operacional. Esse tipo de quadricóptero possui quatro motores elétricos, sensor de altitudes, peso vazio de 1.100 gramas, capacidade de carga de 800 gramas, alta convergência de tecnologias como TI, robótica, nanotecnologia, miniaturização de sensores e poder de processamento embarcado, entre outras características.
O hackpilot oferece um conjunto de vantagens tecnológicas que otimizam seu desempenho, tais como: estabilização autônoma das atitudes em voo da plataforma obtido pelo acionamento direto de quatro hélices e sistema de controle embarcado; pouso e decolagem vertical (VTOL) permitindo uso em espaço restrito, necessitando apenas 1 m² de área; possibilidade de programação de voo estacionário ou avanço em alta velocidade até pontos pré-determinados (GPS), por computador; comando de retorno autônomo para a base operacional; baixo peso da plataforma e alto potencial de carregamento (sensores e câmeras embarcados); possibilidade de uso de câmeras especiais, como infravermelhas (Flir) e de alta resolução (HD) de foto e vídeo; base de comando (em terra) com integração de dados de voo, captura de imagem e cartografia, e alta capacidade de customização para diferentes aplicações.
Deixe o seu comentário