Rio à frente

terça-feira, 22 de janeiro de 2013
por Jornal A Voz da Serra

*Marcos Espínola
Mal começou o ano e uma decisão polêmica no Estado de São Paulo despertou uma discussão na sociedade brasileira. A partir de agora a Polícia Militar paulista está proibida de socorrer vítimas de crimes graves, como homicídios, lesões corporais, roubo e sequestro seguido de morte. Somente o Samu e os Bombeiros deverão exercer essa função, uma medida que preocupa, pois preservar a vida também é uma função do policial, que também é treinado para salvar vidas e nestes casos, alguns minutos pode fazer a diferença.
O principal argumento por parte do governo paulista é que dessa forma se resguarda o trabalho do policial, porém há controvérsias, uma vez que tal decisão também pode dá margem para o cidadão duvidar desses profissionais que, essencialmente em São Paulo, têm sido alvo constante de assassinatos.
Como em qualquer outra capital, obviamente incluindo o Rio de Janeiro, os policiais vivem na linha de frente do combate aos criminosos. Além disso, a população fica na linha de tiro e em muitos casos saem como vítima desse confronto, socorridas pelos próprios policiais que, essencialmente, lutam pela proteção do cidadão e preservação da ordem. Tirar essa possibilidade deles é um equívoco das autoridades paulistas, pois a omissão de socorro por parte do policial pode até se caracterizar em crime.
Sinceramente, não parece razoável que esse seja o ponto crucial para a segurança pública e a polícia de São Paulo que, como já citei, amarga inúmeros atentados e assassinatos nos últimos meses. Inteligência e estratégia são o que faz a diferença e nesse ponto, o comando da Segurança pública do Rio está à frente e as pacificações dos principais morros e a queda nos índices de violência não nos deixa mentir. 

 *Advogado criminalista

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