Ricardo Figueira, eleito, defenderá que Olaria seja transformado em 9º distrito

sábado, 08 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Ex-candidato a prefeito e a deputado estadual, o empresário do ramo de prestação de serviços imobiliários, Ricardo dos Santos Figueira (PSDC), é um dos 21 vereadores eleitos. Embora seu nome já constasse da lista oficial da Justiça Eleitoral desde 7 de outubro, Ricardo Figueira foi o último a comemorar a vitória. Isto porque, em terceiro lugar entre os três eleitos da coligação PSDC/PHS, com 661 votos, ficou ameaçado de perder a cadeira na retotalização de votos para o candidato Samoel Grassini (PDT). Este risco já não existe mais—depois do julgamento de registros no TSE e a recente distribuição de cadeiras do Legislativo que não alterou o resultado do dia da eleição. “Fiquei ansioso porque fiquei na raspinha do tacho, mas não há mais dúvida: sou 100% vereador eleito”, comemora. “A dúvida e a ansiedade ocasionadas com o risco de vir a perder a vaga foram transformadas na responsabilidade de exercer o mandato”, acrescenta.Aos 50 anos, natural do Rio de Janeiro e radicado há tempos em Olaria, Ricardo Figueira diz que o populoso bairro friburguense é o quintal de sua casa. “Minha vida está toda no bairro”, acentua. Aliás, embora só tenha conseguido cerca de 300 votos em Olaria, ele será o único representante genuíno do bairro na futura composição do Legislativo. “Olaria, claro, será nossa bandeira. Até porque, por morar e trabalhar no bairro a gente fica próxima das pessoas e nesses contatos do dia a dia se vê e se ouve as questões mais de perto. Mas sou vereador eleito de Nova Friburgo e vou trabalhar por toda cidade”, ressalta.Indagado sobre o fato de o distrito de Conselheiro Paulino não ter feito nenhuma representação da própria localidade e Olaria ter feito um único vereador [no caso, ele], Ricardo Figueira entende que se trata de uma questão que merece um estudo mais profundo. “Temos que analisar alguns aspectos e também fazer um mea-culpa: tanto Conselheiro como Olaria tiveram muitos candidatos a vereador, com nomes bons, mas pergunto: será que souberam passar as suas propostas para o eleitorado durante a campanha? A falha pode ter sido nossa [dos candidatos]”, analisa. É por isso que ele, pelo menos no momento, não quer ser rotulado como o vereador de Olaria. “Seria um risco muito grande para Olaria não ter um representante na Câmara. Acho que diante da quantidade de eleitores que a região de Olaria tem poderia ter eleito uma quantidade maior de vereadores”, acrescenta, embora lembre que Gustavo Barroso (PSD) e Zezinho do Caminhão (PSB), ambos do Cônego, tenham tido êxito também nas urnas. “Para ser apelidado como o vereador de Olaria sei que tenho que trabalhar muito, e vou trabalhar. Vou lutar por Olaria, assim como também vou me empenhar por toda a cidade”, promete.E se o assunto é Olaria, Ricardo Figueira é um entusiasta da ideia de transformar o bairro em distrito, proposta defendida por lideranças da localidade deste o início da década de 80. “Somos contra a emancipação [criação de um novo município], mas um dos meus projetos na Câmara será lutar para que o bairro seja transformado no 9°distrito de Nova Friburgo. Esse não é um projeto criado por mim, mas de diversas lideranças de Olaria, há tempos.” Ricardo Figueira explica que a partir do momento que Olaria seja transformado em distrito poderá ter serviços que atualmente não tem. “A instalação de uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento] depende de o bairro ser transformado em distrito. A nova organização também permitirá a instalação de uma sede do Poder Judiciário, cartórios, e ainda, por exemplo, subunidades dos batalhões da Polícia Militar e Bombeiros”, afirma. “A ideia não é de emancipação, até porque se fosse qualquer distrito já poderia estar lutando por ela. A nossa proposta é a criação do 9°distrito que venha permitir novos serviços que a população não tem ainda”, reitera.Ricardo Figueira é também um entusiasta da proposta de transformar a Via Expressa numa grande área de lazer e esporte em Olaria e um defensor da “feira de rua de Olaria”, embora admita que ela esteja necessitando de uma reestruturação. “A feira de Olaria é cultural e tem uma grande importância econômica. Tirá-la da rua? Digo logo que não é bem assim. Precisamos é melhorar a infraestrutura e a questão social dela, avançando nas melhorias”, diz. “A Prefeitura é dona do grande terreno da Autran, na Rua Vicente Sobrinho. Acho que ali, por exemplo, poderiam ser instalados alguns equipamentos públicos que viessem a melhorar não só as condições atuais da própria feira como também servir como espaço para as manifestações culturais do bairro”, sugere.Embora tenha sido eleito pela coligação do candidato majoritário Jairo da Wermar (PHS)—“o resultado da eleição mostrou que a boa votação que ele [Jairo] teve não foi uma derrota, mas teve ares de vitória: mesmo sem ocupar nenhum mandato no momento, acho qu e Jairo já é uma nova liderança política na cidade”—Ricardo Figueira vem mantendo contatos permanentes com o prefeito eleito Rogério Cabral (PSD), acreditando que terão “a melhor relação possível”, avalia. “Meu mandato estará à disposição dele naquilo que a gente entenda que é bom para a cidade.” Isso, segundo o vereador eleito, não representará qualquer ato de subserviência. “Um vereador não pode nunca perder a sua autonomia. O papel é ajudar, colaborando em tudo que é bom para o coletivo, mas subserviência, não mesmo”, frisa. Ricardo Figueira, aliás, destaca que já tem uma estratégia montada na cabeça em cada ato que terá que tomar durante o mandato na Câmara: “Todas as minhas atitudes como vereador serão focadas no exercício do papel de legislador. A cada votação vou me perguntar se a proposta em questão vai ser melhor para Nova Friburgo, se vai transformar a cidade mais sustentável e se irá ajudar a melhorar a situação social. Se for, voto”, diz. “Em todas as conversas que tive com o Rogério, ele, que já foi vereador e deputado várias vezes, sabe das responsabilidades de um vereador e tem dito que saberá respeitar a divisão dos poderes”, lembra. “Acredito numa relação muito respeitosa de ambas as partes, o que é muito bom para Nova Friburgo e para o sistema democrático”, acrescenta.O vereador eleito faz um comentário importante sobre a futura composição da Câmara: “Vamos entrar num momento em que o Legislativo está muito desgastado e enfraquecido” e que tal fato tem que ser considerado na eleição para a escolha do futuro presidente do Legislativo para o biênio 2013/2014. “Eu, como qualquer um dos 21 vereadores, pode pleitear o cargo. Todo desgaste sofrido pela Câmara nesses quatro anos tem que ser pensado na hora de definirmos [o novo presidente]. Se for um presidente que não seja bem articulado, que não conheça muito bem o regimento interno da Casa, das regras do jogo, e tiver que parar as sessões toda hora para fazer consultas, vai ser preocupante. Por isso, acho que o presidente deva ser um de nós, mais experiente.” Indagado se já optou por uma das candidaturas à chefia do Legislativo, Ricardo Figueira diz que não. Ele, porém, admite que o futuro colega de Legislativo, Márcio Damazio, eleito pelo partido do prefeito eleito e próximo de Rogério Cabral, seja o favorito no momento. Agora, se ele irá votar em Damazio é outra conversa. 
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