Em tempos de jogos olímpicos o que não faltam são notícias sobre esportes. No entanto, em Nova Friburgo, a modalidade que está em destaque pouco tem a ver com o desempenho dos atletas, mas sim com a paciência dos passageiros do transporte público e pedestres friburguenses: é o chamado revezamento poeira e poças.
A grande quantidade de buracos ao longo da pista de acostamento de praticamente toda a Avenida Governador Roberto Silveira — principal via que liga o centro da cidade ao distrito de Conselheiro Paulino — tem gerado diversas reclamações entre os moradores. Isso porque, se em dias de chuva a preocupação é com as poças formadas próximo aos pontos de embarque e desembarque dos coletivos, nos dias ensolarados a poeira é o maior dos contratempos de quem aguarda a condução.
“Isso aqui está difícil. Quando não são as poças, é muita poeira. Os ônibus passam e levantam tudo em cima da gente. Além de nos sujar, prejudica a nossa saúde. Minha filha tem bronquite e essa situação agrava ainda mais o problema dela”, afirma a costureira Luana Schottz, 32 anos.
O estudante Vitor Valadares conta que o que mais o incomoda são as poças. “Os ônibus passam em alta velocidade em cima das poças e, consequentemente, respinga água e lama em todo mundo que está no ponto”, exclama ele.
O problema atinge também quem utiliza a calçada para a prática de esportes. “Quase não temos locais na cidade para fazer atividade física. Esse é um espaço que vem sendo frequentado por pessoas que, como eu, querem caminhar, correr ou andar de bicicleta. Mas, com tanta poeira e carros jogando água na gente fica complicado”, conta a dona de casa Vera Lúcia Vieira, 42 anos.
A dificuldade tem sido enfrentada pelos passageiros e pedestres desde, pelo menos, o fim do ano passado, quando as obras de canalização do Rio Bengalas completaram três anos. Na época, parte da via foi comprometida pelo peso do maquinário da obra, mas diferente da calçada, das grades de proteção e o piso tátil, a recuperação do trecho não fazia parte do projeto. Uma moradora, que prefere não se identificar, conta que por diversas vezes viu caminhões da prefeitura espalhando pedra brita no local. “Eles só jogam o pó de pedra, o que não resolve o problema por definitivo”, afirma ela.
A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Subsecretaria de Comunicação Social da prefeitura que, em nota, comunicou: “A Secretaria Municipal de Obras informou que os buracos na Avenida Governador Roberto Silveira surgiram por causa das obras no Rio Bengalas, sob responsabilidade do Inea [Instituto Estadual do Ambiente], e que os reparos na referida via são de incumbência da concessionária Rota 116. Sendo assim, a Secretaria de Obras entrará em contato com os responsáveis para apurar se há previsão para execução destes serviços”.
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