A CONFEDERAÇÃO Nacional de Municípios (CNM) começou nova pesquisa com os gestores municipais para levantar dados das Prefeituras neste início de mandato. Nos próximos dias, a entidade contatará os prefeitos e aplicará o questionário com perguntas sobre a gestão administrativa, fiscal e social. A expectativa da entidade é concluir o processo de levantamento dos dados até o final de fevereiro, e para isso conta com o apoio dos municipalistas.
OS MAIS DE cinco mil prefeitos devem participar da Pesquisa Início de Mandato promovida pela Confederação. O presidente da entidade, Paulo Ziulkoski, recomenda que os gestores locais colaborem com o levantamento, e respondam às perguntas que visam a identificar as dificuldades neste início de gestão. A partir dos resultados, a CNM pretende desenvolver estudos e elaborar orientações que venham ao encontro das necessidades comuns das Prefeituras.
NO ANO PASSADO, pesquisa do Instituto Ibope Inteligência encomendada pela Confederação Nacional dos Municípios expressou de forma clara as prioridades da população brasileira para o ano que está começando. Novos velhos problemas. A saúde pública, cujas responsabilidades são compartilhadas por União, Estados e municípios, tem a mais precária gestão de todas as áreas essenciais.
OS MESMOS apelos que já apareciam com insistência em amostragens mostram que nada mudou e que tornam evidente a carência da população na área da saúde. A melhoria dos serviços nesse setor aparece destacadamente como a principal urgência. Mais da metade dos entrevistados apontou essa prioridade. Depois, aparecem o combate à violência e à criminalidade e o controle da inflação.
ENTRE 20 itens relacionados como problemas que preocupam os brasileiros, o mais mencionado foi o tráfico e consumo de drogas – que, não por acaso, está diretamente relacionado à violência, à criminalidade e até mesmo, direta e indiretamente, a problemas de saúde. O resultado da pesquisa deve ser tratado como um pedido de socorro que o brasileiro expressa há muito tempo, sem que isso provoque reações à altura por parte das autoridades.
OS PROBLEMAS em educação e segurança são graves e crônicos, assim como há deficiências bem identificadas em infraestrutura e outros setores que dependem muito de governos. Mas nenhum tem a urgência da saúde, pelo motivo óbvio de que o apoio dado pelo governo pode determinar a vida ou a morte de alguém.
AS CARÊNCIAS, que vão do atendimento básico às cirurgias seletivas, passando pelas emergências dos hospitais, falta de remédios e ausência de profissionais multiplicam-se no mesmo ritmo da omissão governamental. A União transfere tarefas para os Estados, que ficam à espera de ações dos municípios, e o jogo de empurra apenas agrava uma situação alarmante.
PESQUISAS como essas fazem um raio-X preciso para os governos em todos os níveis. Com elas, sabe-se o que deve fazer. Porém, tais estatísticas, infelizmente, parecem não sensibilizar as autoridades, o que é lamentável.
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