Célio Junger Vidaurre
Com o julgamento do mensalão chegando ao fim, muitas dúvidas cercam os brasileiros que não têm como saber o que anda pelas cabeças dos Ministros do Supremo Tribunal Federal-STF. O que se espera é que os três deputados que ainda detêm mandatos, João Paulo Cunha, Waldemar Costa Neto e Pedro Henry, três autênticos “caras de pau”, juntamente com o comandante José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério, Duda Mendonça e, mais, pelo menos, uns dez outros mensaleiros, sejam punidos dentro dos rigores da lei anticorrupção e formação de quadrilha.
Deixar corruptos de “carteirinhas” sem punições seria uma desconsideração com o povo brasileiro, que acompanha os debates com a devida atenção e esperançoso de ver figuras como esse Bispo Rodrigues e seus comparsas, pagando caro por seus atos ilícitos, enquanto detinha o mandato de deputado federal, que despreparados eleitores lhes concederam sem, claro, terem conhecimento do mal que estavam fazendo a toda nossa gente. O cara ficou com uma fama entre seus próprios pares de que era um “goela-grande” sem qualquer cerimônia.
Como o marqueteiro Duda Mendonça poderá se livrar de uma condenação, se ele próprio veio, ao vivo e a cores, confessar na televisão que recebeu dinheiro de caixa dois no exterior? Confessar um crime de evasão de divisas e ficar impune é coisa meio estranha, contudo, não há alternativa, senão, esperar o veredicto final dos Ministros que integram nossa Corte maior de Justiça. Eles deverão cumprir esse papel histórico e ficarão na lembrança daqueles que acreditam nas suas capacidades de julgadores isentos que sempre transmitiram aos brasileiros.
Na confusão que Roberto Jefferson criou, há sete anos atrás, na vida política do País, usando sua experiência de tribuno e homem de televisão, quando promoveu a denúncia do mensalão, jamais deixou bem esclarecido onde é que enfiou aqueles quatro milhões que recebeu como presidente do PTB nacional. Perdeu o mandato de deputado federal para, em seguida, eleger sua filha vereadora no Rio e seu genro deputado estadual. Seu advogado, Luiz Francisco Barbosa, disse em sua defesa que Lula sabia de tudo que Dirceu fazia. E o que vai adiantar nesta altura do campeonato, ou melhor, do julgamento? Nada.
A grande verdade é que, na denúncia do Procurador Geral, nada consta sobre a entrada de Lula no processo. O ex-presidente passou pela situação deprimente de 2005, mas, ninguém da oposição ousou em tentar colocar o seu nome como sabedor de todo o esquema articulado por Dirceu/Valério, para saírem com uma fortuna incalculável e, pior, para o então Ministro Chefe da Casa Civil ter as rédeas petistas dominadas e com seguidores em todos os setores da sociedade, a fim de impor uma “ditadura” a seu jeito ou no mesmo sentido da de Cuba. José Dirceu sempre teve ligações abertas com Fidel Castro e seu irmão Raul. Sempre se escondeu por lá.
A decisão está nas mãos dos Ministros da Corte Constitucional Brasileira que, sem qualquer dúvida, nesse momento histórico, poderá imperar no aprimoramento do judiciário brasileiro. Nenhum desses réus ou, pelo menos, uns 25, deverão sair impunes desse longo processo em que advogados comparecem para defender os mensaleiros, ladrões do erário, com defesas escritas por seus escritórios, fazendo-nos sentir a falta dos talentosos advogados de outrora, como Evandro Lins e Silva, Evaristo de Moraes Filho, Romero Neto e Heleno Fragoso, entre outros.
Só faltava essa, também não se tem mais criminalistas como antigamente!
Célio Junger Vidaurre é advogado e cronista político e-mail: celiovidaurre@yahoo.com.br
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