Apesar de não ter conquistado uma vaga na série D do Campeonato Brasileiro (o que ainda pode acontecer através do estadual) ou ter levantado um troféu em 2015, o Friburguense possui motivos para comemorar nesta temporada. Prioridade no clube, o trabalho nas divisões de base rendeu frutos além do esperado, e os resultados consolidaram o processo de fortalecimento das categorias inferiores do Tricolor da Serra.
Do sub-9 ao time sub-23, o Frizão participou de diversos campeonatos e foi protagonista em alguns deles, revelando novos talentos que poderão ser utilizados em breve na equipe principal. O Friburguense foi finalista do Torneio Otávio Pinto Guimarães (OPG) e fez grande campanha no juvenil e ainda chegou às semifinais da Copa Dente de Leite no sub-11 e do Campeonato Metropolitano no sub-14.
“Essa é uma política do Friburguense. O nosso principal objetivo é mostrar que o clube pode ser o caminho para a profissionalização. Somos um clube de primeira divisão, e oferecemos essa estrutura para o atleta. Existe uma ilusão muito grande de querer chegar a um grande clube rapidamente, enquanto temos aqui na cidade uma ponte para desenvolver esse processo”, avalia o gerente de futebol José Siqueira.
Nomes como Rafael Galhardo, Maurício, Elivelton, Luis Felippe, Lucas Cunha e Lucas Siqueira são reflexos do trabalho citado pelo dirigente. Para 2016, a aposta gira em torno de jovens como Lohan, Rafael e João Victor – os dois últimos com idade para jogar na categoria juvenil. Recentemente convocado para a Seleção Carioca sub-23, que disputará a Copa Placar, o atacante Maycon também deverá receber uma atenção especial.
No OPG, um inédito vice-campeonato
Depois de uma campanha bem abaixo das expectativas no campeonato carioca, poucos acreditavam em um bom desempenho do Friburguense no Torneio Otávio Pinto Guimarães. Para muitos atletas, inclusive, tratava-se de uma última oportunidade para provar que eles poderiam ser úteis nas próximas temporadas ao time profissional. A caminhada no Torneio OPG começou em 29 de agosto, quando o Friburguense venceu o Nova Cidade por 2 a 1 no Eduardo Guinle. A campanha na primeira fase e a classificação foram consolidadas com um eletrizante 4 a 4 contra o Olaria, no Eduardo Guinle.
Conquistado o objetivo de avançar no OPG, o Friburguense passou a sonhar ainda mais. Ao vencer o Gonçalense em casa, por 3 a 1, e bater o Volta Redonda por 1 a 0 no Vale do Aço a equipe de Merica reforçou a confiança e entrou na briga por vaga na grande decisão. Após o empate sem gols com o Olaria fora de casa, o Frizão consolidou a liderança do grupo F com uma vitória sobre o Gonçalense por 2 a 1 e a goleada por 5 a 1 sobre o Volta Redonda. Bastava empatar com o Olaria para alcançar a final inédita. Foi exatamente o que aconteceu em Nova Friburgo: o 1 a 1 garantiu o Tricolor na decisão.
Na primeira partida, a vitória por 2 a 1 sobre o Botafogo conferiu ao Frizão o direito do empate no estádio Nilton Santos. No entanto, em jogo bem abaixo da média apresentada no campeonato, o Tricolor acabou goleado por 7 a 1 pelo alvinegro e acabou vice-campeão. No entanto, a campanha com nove vitórias, três empates e apenas três derrotas, sendo 32 gols marcados – 13 deles pelo artilheiro da competição, Lohan - e 23 sofridos foram bastante festejados pelo clube.
“Deixamos pra trás gigantes do futebol brasileiro como Vasco, Flamengo e Fluminense, este último atual campeão brasileiro da categoria. Foi um ano muito positivo para todos. Só tenho a agradecer a Deus, em primeiro lugar, ao Siqueira (gerente de futebol) pela oportunidade e confiança no meu trabalho e a todos que torceram e sofreram com nosso maior objetivo não alcançado. Também, claro, aos atletas que honraram a camisa do Friburguense”, avaliou Merica, que comandou a equipe na competição.
Juvenil quase avança na Taça GB
Além do time sub-20, o juvenil do Friburguense também viveu uma excelente temporada. O time também comandado pelo técnico Merica terminou a Taça Guanabara - primeira fase do campeonato carioca - na quinta colocação, com 27 pontos. O Frizão marcou 22 gols e sofreu 16, mantendo o saldo positivo de seis – apenas a metade dos times participantes (sete) fez mais gols do que sofreu. Foram nove vitórias, nenhum empate e apenas quatro tropeços. Uma delas, contra o Artsul, em Nova Friburgo, considerada como a determinante para impedir a classificação para a fase final, que escapou por apenas um ponto. Vasco, Flamengo, Fluminense e Botafogo avançaram para as semifinais, e o cruzmaltino conquistou o título do primeiro turno.
Na Taça Rio, mesmo sem sete jogadores – a maioria deles emprestada a grandes clubes do Rio de Janeiro – O Friburguense alcançou a sétima colocação. Os desfalques de João Pedro e Igor, que estão no Fluminense, Iury, Humberto e Dinho foram sentidos no início, mas a equipe encaixou ao longo da competição. Em 13 jogos, o time dirigido por Luiz Mendonça conquistou quatro vitórias, quatro empates e cinco derrotas, totalizando 17 pontos. A equipe marcou 18 gols, sofreu 23 e terminou na sétima colocação no segundo turno do estadual.
Mais “decisões” contra o Botafogo
Nas categorias menores, o Friburguense também reforçou o trabalho. O coordenador Sávio Badini, juntamente com a comissão técnica e a o comando do gerente José Siqueira, deu atenção especial aos jovens valores, e os resultados foram satisfatórios. O principal deles, talvez, tenha sido as boas campanhas do sub-11 na Copa Dente de Leite e do sub-14 no Campeonato Metropolitano. Alguns dos principais clubes do futebol carioca participaram dos torneios, e o Frizão foi até as semifinais em ambas as categorias.
No sub-11, por exemplo, o Friburguense esteve perto de chegar ainda mais longe. Diante do Botafogo, a equipe segurou o 0 a 0 na primeira etapa, e abriu o placar no início do segundo tempo – as partidas são de dois tempos de 25 minutos cada. O jogo, disputado lance a lance, teria ainda mais quatro minutos de acréscimos. Aos 28 minutos, o atacante do Botafogo foi expulso. O árbitro então deu mais um minuto de acréscimo. Aos 29 minutos e 40 segundos o Botafogo empatou com um gol de escanteio. Nos pênaltis, 5 a 3 para o alvinegro. Apesar do resultado adverso, sobraram aplausos e reconhecimento pelo ótimo desempenho.
“No esporte, principalmente no futebol, acontecem coisas que são fantásticas, por vezes a nosso favor e outras contra. Os atletas fizeram uma linda partida e mostraram a força que esse grupo tem. Deram um show, e por isso têm que se sentir vitoriosos. É importante também agradecer aos pais dos atletas por todo apoio e incentivo”, avaliou o técnico da categoria, Felipe Malhard.
Diversos atletas dessas duas categorias fizeram testes em grandes clubes do futebol carioca e foram aprovados. O detalhe é que 70% da equipe sub-11 é formada por jogadores da escolinha de futebol do clube. O projeto, iniciado há três anos, já conta com cerca de 160 garotos. Alguns deles, inclusive, já compõem as equipes infantil e juvenil do Friburguense. A fábrica de talentos do Edaurdo Guinle funciona a todo o vapor.
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