(SECOM) Nova Friburgo participou do 4º Fórum de Assistência Social do Ministério da Defesa, representado pela Secretaria municipal de Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho. O evento aconteceu no Centro de Estudos de Pessoal, Forte Duque de Caxias/Leme, no Rio de Janeiro, entre os dias 2 e 4 de outubro. Estiveram presentes representando o prefeito Sérgio Xavier o secretário de Assistência Social, Gilberto Paulo de Souza Filho, e a assistente social e gerente de Proteção Social Especial à época do desastre, Claudia Mara Ribeiro Barboza, como palestrante, ela que foi responsável pelo Serviço de Proteção em Situações de Calamidades Públicas e de Emergências.
A temática “A Assistência Social nas Situações de Emergência, Desastres e Calamidades Públicas” foi apresentada no primeiro dia, com um painel de abertura “Panorama Internacional: Um olhar sobre Emergências, Desastres e Calamidades Públicas”, com o ministro Milton Rondó, coordenador geral de Ações Internacionais de Combate à Fome, do Ministério de Relações Exteriores.
O ministro explanou sobre a importância do Programa Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional como modelo internacional nas ações humanitárias de apoio do Brasil; discorreu sobre diversos países que receberam ajuda e o quanto o país se encontra bem no cenário internacional no que tange aos programas de combate à fome, que se tornam prioridade nas situações de Desastres e Calamidades, ocasião em que afirmou que a nomenclatura internacional para as ocorrências sobre esses acidentes climáticos passou a ser chamado de Desastres Socioambientais, pois ocorrem devido à depredação natural do homem sobre o meio ambiente e a consequência da falta de organização e infraestrutura urbanística dos países, principalmente ditos do terceiro mundo, que permitem moradias em locais de risco, em sua maioria a margem dos rios, desde a história antiga.
O palestrante também alertou sobre a necessidade de uma Defesa Civil mais preparada para atuarem nesses acidentes e citou a importância do Estatuto da Proteção Civil, projeto do relator deputado federal Glauber Braga, e dos desdobramentos necessários para a preparação das populações que construíram suas vidas à beira de encostas e a margem de rios e cachoeiras. O ministro fechou a palestra defendendo as ações de conservação do meio ambiente, mas sob o privilégio da prioridade do homem e sua melhoria de vida.
Durante o evento, os representantes de Nova Friburgo puderam conhecer as ações da Defesa Civil Nacional, do Ministério do Desenvolvimento Social, nas Ações de Acolhimento; diálogo do Conselho Profissional e da Formação Acadêmica com o tema das Emergências e Desastres. A assistente social Claudia Mara apresentou “O Relato de Experiências Profissionais em Situações de Calamidades Públicas, Desastres e Emergências”, e falou da catástrofe ocorrida em Nova Friburgo em janeiro de 2011 e das inúmeras ações até então anônimas à maioria do público, que foram executadas para o saneamento de questões afetas à situação do desastre, como acolhimento da população vítima, em 79 abrigos e seu fechamento, a organização para acolhimento, proteção e atendimento às milhares de vítimas com suprimentos básicos (água potável, gêneros alimentícios, roupas, material de higiene e limpeza, entre outros), armazenamento das doações e controle de distribuição nos primeiros 15 dias, cadastros e acompanhamento das vítimas, reintegração às famílias de crianças e adolescentes, que durante o deslocamento romperam o vínculo temporário e/ou definitivo com seus familiares, o número pequeno de profissionais durante os primeiros seis dias neste tipo de situação até a chegada da ajuda de outros órgãos.
Claudia Mara relatou ainda sobre o objetivo de assegurar às vítimas acolhimento imediato em condições dignas e de segurança; assim como manter alojamentos provisórios, quando necessário; identificar perdas e danos ocorridos e cadastrar a população atingida; articular a rede de políticas públicas e redes sociais de apoio para prover as necessidades detectadas; promover a inserção na rede socioassistencial e o acesso a benefícios eventuais; acompanhar os familiares no processo de identificação de corpos; supervisão dos estagiários da UFRJ que atuaram nas ações de prevenção após o desastre; o cadastro do voluntariado nacional e internacional; e pontuou sobre a situação de falta de documentação de identificação pessoal que dificultava o cadastro; do fechamento do último abrigo em agosto de 2012, dos equívocos ocorridos e da atual situação quando o município possui 3.953 famílias atendidas com o benefício do aluguel social.
A palestrante finalizou destacando o volume de questões sociais advindas após a tragédia, que urge de ações de curto, médio e longo prazo, da percepção e constatação para aumento de situações de questões de saúde entre as famílias atingidas, que necessitam de apoio psicológico para retornarem ao trato da vida diária sem tantas sequelas, assim como a importância do cuidado com as equipes de atendimento que viveram momentos de fortes estresse emocional, muitas vezes ultrapassando seus limites profissionais em detrimento do bom atendimento.
O trabalho da equipe da secretaria, principalmente da organização das ações da Proteção Especial, foram motivos de inúmeros elogios ao secretário Gilberto e à assistente social Claudia Mara, que brevemente apresentará um artigo científico sobre a matéria.
Ao final, com inúmeras palestras e mesas redondas, os grupos de trabalho propuseram um protocolo único para atuação das Assistentes Sociais do Ministério da Defesa e das Forças Singulares Marinha, Exército e Aeronáutica e outros órgãos participantes, nas situações de desastres, calamidades e emergências.
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