Todo verão é a mesma coisa e este ano o que vem chamando atenção é o tal do “Repelente dos Pescadores”. Na internet tem sempre alguém bem intencionado divulgando a receita, à base de uma mistura de álcool com cravos da índia e óleo mineral, que seria tão eficaz quanto os repelentes produzidos em escala comercial.
Mas será que já existem provas científicas comprovando a eficácia desta substância? Procurada pela reportagem de A VOZ DA SERRA, a gerente de Vigilância e Saúde do município, Sueli Scotelaro Porto, declara apenas que o repelente em questão não tem o aval do Ministério da Saúde e, portanto, não pode ser recomendado.
Os pesquisadores também não levam fé na receita, pois qualquer substância só pode ser considerada realmente eficaz depois de testada segundo protocolos científicos. Existem trabalhos relatando que extratos de cravo não diluídos possuem poder repelente de até duas horas. No entanto, o melhor repelente já encontrado até hoje é o Deet, usado como princípio ativo de boa parte dos produtos comercializados atualmente. Numa concentração de 23,8%, estes repelentes são capazes de oferecer proteção contra as picadas dos mosquitos durante seis horas. Ou seja, o tal do repelente caseiro tão decantado até pode proteger um pouco contra os mosquitos, mas não com o mesmo poder do Deet.
Na verdade, a principal medida para combater o Aedes aegypti é controlar o crescimento das larvas e isso depende de uma série de medidas insistentemente divulgadas pelos órgãos de comunicação. Os repelentes oferecem apenas uma proteção adicional.
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