Henrique Amorim
“O que era bom, ficou agora ainda melhor”. A afirmação é do aposentado Adão Figueira de Alencastro, 67 anos, que teve diabetes há cerca de cinco anos e, mais recentemente, hipertensão, tudo por conta de uma debilitação cardíaca. Adão, que ganha pouco mais de R$ 780 por mês de aposentadoria da Previdência Social e ainda sustenta a esposa, também cardíaca, e há um ano a filha mais velha, que ficou desempregada, deixava quase 40% do seu rendimento mensal na farmácia. “O dinheiro não chegava nem em casa. Eu saía do banco e já ia comprar os remédios. Chegava em casa com a sacola cheia de comprimidos e o bolso vazio. Ainda bem que os comprimidos para a pressão alta eu pego sempre no posto de saúde de Olaria”, conta ele, esbanjando bom humor.
Há cerca de dois anos, desde que descobriu o projeto do governo federal, Farmácia Popular, que oferece medicamentos para doenças crônicas como o diabetes e a hipertensão com até 90% de desconto nas farmácias e drogarias particulares que aderiram ao programa, Adão fez uma grande economia. Só para o controle do diabetes ele deixou de gastar quase R$ 30 por mês com a compra de pelo menos três caixas do medicamento Cloridrato de Metformina (850 miligramas).
Na rede Farmácia Popular, cada caixa com 30 comprimidos do remédio, que custa até R$ 10 em média, saía por R$ 0,47 cada. Uma economia e tanto. O medicamento é muito utilizado no controle do diabetes por ter ação prolongada, impedindo a elevação rápida da taxa de glicose (açúcar) no sangue. A insulina humana também integra a listagem da farmácia popular.
Desde o último dia 1º, com a reformulação do programa que passou a ser denominado “Aqui tem Farmácia Popular”, o governo federal passou a oferecer os medicamentos básicos para o controle do diabetes e da hipertensão distribuídos nos hospitais e postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), gratuitamente também nas farmácias que aderiram ao programa.
Também são oferecidos medicamentos para doença de parkinson, asma, dislipidemia (doença caracterizada por níveis elevados ou anormais de gordura no sangue) e também alguns anticoncepcionais. A listagem dos medicamentos e a quantidade de farmácias com o selo “Aqui tem Farmácia Popular” aumentaram em todo o país. Só em Nova Friburgo já são pelo menos oito drogarias integrantes do programa, cinco delas no Centro, uma em Mury, outra no Prado e ainda uma no bairro Olaria.
A procura de clientes pelo novo benefício subiu cerca de 50% no município, segundo alguns gerentes de drogarias no Centro de Nova Friburgo que já integravam o programa federal criado com o intuito de estimular o controle de doenças crônicas.
– Muita gente passou a procurar a Farmácia Popular depois que os medicamentos ficaram de graça. Ainda há muita expectativa que esse programa inclua também, em breve, os medicamentos para doenças do coração – diz a atendente de uma das farmácias com o selo “Aqui tem Farmácia Popular” no Centro, Rosângela Avelar.
Benefício também é estendido a pacientes da rede particular de saúde
Outro diferencial do programa é que não somente os pacientes do SUS são beneficiados. Os pacientes que fazem tratamentos com médicos da rede particular e de convênios de saúde também podem obter os medicamentos grátis da Farmácia Popular. Para ser beneficiado pelo programa, basta apresentar ao atendente a receita médica original com o número do registro do médico no Conselho Regional de Medicina (CRM).
Cada receita poderá ser utilizada por até quatro meses após a data de emissão, mesmo se tiver a observação que o remédio prescrito é para uso contínuo do paciente. Só é fornecida a quantidade de medicamentos suficiente para um mês. O paciente deve apresentar ainda o seu CPF e, de preferência, um documento com foto recente. As medidas são para evitar a automedicação e a retirada de grande quantidade de medicamentos para revenda ilegal. Toda vez que for apresentada ao atendente da Farmácia Popular, deverá ser tirada uma fotocópia da receita na própria drogaria.
Conheça os principais medicamentos que integram a lista do programa Aqui tem Farmácia Popular
Diabetes: Glibenclamida, Cloridrato de Metformina e insulina humana
Hipertensão: Captopril, Maleato de Enalapril, Cloridrato de Propanolol, Atenolol, Hidroclorotiazida, Losartina Potássica
Doença de Parkinson: Carbidopa
Dislipidemia: Sinvastatina
Asma: Sulfato de Salbutamol (Aerolin), Dipropionato de Beclometasona, Brometo de Ipratrópio
Anticoncepcionais: Valerato de Estradiol, Enantato de Noretisterona, Norestisterona, Etinilestradiol + Levonorgestrel, Acetato de Medroxiprogesterona
Deixe o seu comentário