Religiosidade em Nova Friburgo: será que a harmonia finalmente venceu?

“Crê, ou te abomino! Crê, ou te farei todo o mal que puder! Monstro, não tens minha religião, logo não tens religião alguma! Que sejas odiado por teus vizinhos, tua cidade, tua província.”
domingo, 16 de novembro de 2014
por Jornal A Voz da Serra

Ana Blue

Se o trecho acima não estivesse escrito, digamos, numa linguagem tão rebuscada, poderia perfeitamente ter sido publicado ontem numa rede social qualquer. Seria possível ouvi-lo na TV, soando tão naturalmente quanto o texto frívolo das propagandas de margarina.

É que a essência dele, infelizmente, em muitos locais permanece tão real hoje quanto na época em que foi escrito, embora atualmente contemos com uma legislação que tenta preservar os direitos do indivíduo sobre ter uma religião ou religião nenhuma. Escrito por Voltaire e publicado em 1763, o Tratado Sobre a Tolerância — de onde o trecho acima foi retirado — buscava trazer à tona uma discussão acerca da injustiça cometida contra o comerciante francês Jean Calas.

Jean era protestante — huguenote, como se dizia à época. Na França, as primeiras correntes do protestantismo, ainda veladas, surgem em 1514, portanto, antes de Lutero, tido como símbolo maior da Reforma Protestante. Quando o movimento de Lutero se tornou público na Alemanha, atingiu também as grandes massas francesas — que lá seguiam as orientações de João Calvino — ganhando igualmente força. Na família de Jean, um dos filhos se converteu ao catolicismo e, tempos depois, outro filho foi encontrado morto. Jean foi acusado de tê-lo assassinado, por suspeitar que este também teria se convertido. A partir daí, embora a repressão aos protestantes tivesse retrocedido durante um período, as autoridades da França — que era predominantemente católica até então — foram bastante duras com Jean, condenando-o a uma morte bastante dolorosa. Foi nesse período, entre o julgamento e a execução de Calas, que Voltaire escreveu o tratado, solicitando às autoridades sua soltura. A tentativa foi infrutífera: Jean foi morto, mesmo clamando sua inocência até o fim — inocência esta que foi reconhecida pelo Estado alguns anos após sua morte.

Este é apenas um exemplo histórico de um caso de intolerância. Com base na discussão acerca dos casos recentes de conflitos religiosos no Brasil, A VOZ DA SERRA preparou uma matéria especial para abordar o assunto, buscando respeitar o espaço e a expressão das denominações religiosas que se dispuseram a explicar seus fundamentos e o papel que representam na sociedade, bem como abriu o mesmo espaço para a fala de alguém que nem mesmo acredita na existência de Deus.    

 

Um homem chamado Genecy Pereira Dias

São vinte e cinco anos dedicados à sua fé e, em todo esse tempo, é apenas a segunda vez que ele abre as portas de sua casa para a imprensa. Enfrentou os tabus que a envolvem [a sua fé, crença, religião, etc], a resistência dos vizinhos, até mesmo a negativa de um pedreiro que, a princípio, se negou a trabalhar em sua casa. Quando começou a erguer o seu espaço de orações, um abaixo-assinado foi movido com o objetivo de impedi-lo de realizar ali seus rituais religiosos. Mas o tempo passou; a obra foi feita, pelo mesmo profissional que a havia recusado, ele ganhou o respeito e até mesmo o carinho de muitos dos moradores. Hoje esses rituais acontecem seis vezes por mês, reunindo um grande número adeptos da mesma fé que o move. Com orgulho, inicia nossa entrevista anunciando ao A VOZ DA SERRA que é filho de Iansã com Ogum. Isso mesmo: Genecy é Pai de Santo.

A Umbanda talvez esteja no topo das denominações religiosas [religiões] mais desrespeitadas no país. As práticas religiosas que os africanos escravizados trouxeram consigo para o Brasil, mesmo tendo que passar por ‘reformas’ que as categorizaram quase como uma espécie de folclore, mesmo se aproximando da Igreja Católica para que não fossem covardemente suprimidas, ainda assim foram duramente perseguidas pelas delegacias de costumes até pelo menos a década de 60. Em 1952, a Igreja Católica chegou a criar um secretariado especial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, visando enfrentar a grande expansão de fiéis da umbanda e "cultos mediúnicos” afins. Para o homem católico, à época, o homem umbandista era tido como alguém em situação de miséria moral, de infelicidade, envolto numa crença absurda.

Genecy rebate com convicção as acusações que lhe chegam. Sereno, em sua cadeira de palha, lembra que "a religião não promove o mal: quem faz o mal é a pessoa que já tem uma predisposição para tal, independentemente de ser umbandista, católico, ateu, enfim, o caráter independe de religião”. Ele lembra ainda que o ponto fundamental da umbanda é o princípio da caridade pelo ser humano, seja através de palavras ou ações. A prática do bem em prol do outro, de reencarnação em reencarnação, a caminho da evolução do espírito.


Benevolência, indulgência e perdão

Uma grande casa branca de portas azuis, com enfermeiros e cuidadores vestindo uniformes muito bem alinhados. Lá, Elço da Silva inicia a entrevista. Ele é espírita: tem inclusive um cargo de coordenador financeiro no 8º Conselho Espírita da cidade de Nova Friburgo. O espaço onde estamos é mantido por sócios diversos, mais principalmente por membros dos centros espíritas friburguenses. Elço é o atual responsável pela instituição — o Lar Abrigo Amor a Jesus, ou simplesmente, Laje.

Informei ao entrevistado qual o propósito da entrevista e logo em seguida, perguntei: O senhor já se sentiu vítima de algum tipo de preconceito aqui na cidade? Aliás, antes de tudo, no que consiste exatamente a crença espírita? Para me responder, Elço apresenta três livros que ele traz consigo: "Meninas do barulho — a história real das irmãs Fox de Hydesville” — o exemplar ele me dá de presente ao fim do nosso encontro — e duas obras de Allan Kardec, o fundador do espiritismo: "O Livro dos Espíritos” , lançado em 18 de abril de 1957, e "O Evangelho Segundo o Espiritismo”. Há ainda mais três obras de Kardec que fundamentam a crença espírita.

Allan Kardec nasceu com o nome de Hippolyte Léon Denizard Rivail, em 1804, na França, numa família católica. Desde cedo manifestou propensão para os estudos de ciências e filosofia. A partir de 1854, conheceu o fenômeno da escrita mediúnica — ou psicografia, passando assim, segundo a crença, a se comunicar com os espíritos. Um deles se torna orientador do seu trabalho e, mais tarde, informa a Hippolyte que já o conhecera antes — com o nome Allan Kardec. Rivail adota então o nome como pseudônimo, e com ele assina as cinco obras que sintetizam as leis da Doutrina Espírita.

Isso Elço conta com empolgação, cada detalhe. Conta um pouco também sobre o princípio-mor do espiritismo: a caridade. Cita a questão 886 do Livro dos Espíritos, que explica o que é a caridade sob a ótica de Jesus, "um irmão iluminado”: "Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros e perdão das ofensas”. 

Aí começamos a falar um pouco sobre o espiritismo em Nova Friburgo. Vítima de intolerância? Elço diz que não. Que as associações espíritas são respeitadas e tidas como sérias, sem maiores incidentes por parte das outras denominações religiosas e ateus. Elço confessa que não se envolve em discussões religiosas, a não ser quando é convidado para falar sobre sua fé, como nesta entrevista. Ele lembra que a casa espírita no distrito de Amparo é a terceira mais antiga do Brasil e que, a princípio, chegaram a ter que se encontrar no mato, escondidos, fugidos por conta da discriminação. Mas afirma, uma vez mais, que a situação atual não é assim.


Padre José Ruy: uma vida inteiramente devotada à igreja

Faz calor, sol forte, e nos jardins da imponente casa o único barulho é uma seriema no belo jardim, batendo as asas. Por dentro, o prédio é ainda mais bonito: móveis clássicos, minuciosamente limpos, e o silêncio chega a ser perturbador. Até que o padre José Ruy nos recebe numa sala atapetada, onde começo nossa entrevista abordando a questão "política e religião”, tema amplamente debatido naqueles dias devido às eleições e as polêmicas envolvendo homens públicos religiosos. Segundo o padre, a Igreja Católica não se isenta da política, mas não exerce sacerdócio e cargo eletivo ao mesmo tempo. Um padre, uma vez eleito, é impedido de realizar a missa, a eucaristia, mas deve se portar ainda como religioso, inclusive votando ou vetando projetos de acordo com os preceitos defendidos na Bíblia. A igreja, aliás, orienta a qualquer católico que ocupe um cargo eletivo a levar consigo a sua fé, agindo segundo a sua doutrina.

No Brasil, a igreja chegou logo após seu descobrimento, trazendo consigo sua catequese, a fim de converter os índios que aqui já habitavam. Embora se defina o país como um estado laico, ou seja, sem uma religião oficializada pela união, é notável sua formação católica. Em Friburgo, as escolas mais tradicionais são católicas. Há feriados católicos. Há símbolos católicos em repartições públicas, em bandeiras de municípios e estados. Há estados, cidades, bairros, ruas que têm nomes de santos. Padre José Ruy lembra que estes símbolos vão além da religião: são históricos. Fazem parte da formação cultural e social de cada município brasileiro. E uma história não deve ser apagada. 

Após a breve conversa sobre estas questões políticas e sociais, pergunto ao padre se ele já se sentiu alvo de perseguição ou preconceito. Ele responde que sim: a clesma, aquela tira branca no colarinho da camisa que identifica um padre, faz diferença em determinados lugares — positiva e negativamente. Uma vez reconhecido como clérigo, as pessoas podem se sentir à vontade para pedir uma orientação ou uma bênção... mas também podem disparar olhares ressabiados, até mesmo inquisitivos. Pergunto então como ele se sente. "Eu sei que muitas vezes nos olham com estranheza, como se fôssemos julgar as pessoas, suas posturas, ou ainda, pensam que temos dinheiro. Ora, essa casa onde habito não é minha, é da igreja. O carro que uso para visitar as comunidades, estes móveis, o Vaticano, tudo pertence à igreja e não aos servos dela. E quanto a imaginarem que eu vá julgá-las, penso: eu não conheço você, nem sequer conversamos, como eu poderia ter qualquer coisa contra você? Não faz parte da fé que sigo julgar as pessoas. Devemos acolhê-las em qualquer circunstância”, ele responde.

 

Por que igreja "dos alemães”?

É claro que a conversa com Padre Ruy foi contextualizada segundo o momento que vivemos, ano de 2014. Não abordamos temas mais complexos, como a perseguição aos primeiros protestantes. Mas, nesta matéria, não havia como não falar sobre o "racha”, por assim dizer. O tradicional, estudado na escola, embora muitas correntes tenham existido num mesmo momento histórico: o legado deixado pelo bispo alemão Martinho Lutero. 

O pastor Adelcio Kronbauer, da Igreja Luterana de Nova Friburgo, conta que a sociedade costuma ter uma visão equivocada sobre Lutero. Pensam nele como um subversivo, rebelde, quando na verdade promoveu toda uma revolução por ingenuidade. Sua intenção era de reformar a Igreja Católica, não de romper com ela, instituir outra. No entanto, o problema começa a partir do momento em que não existe o diálogo entre aqueles que pensam diferente. E a Igreja Católica, à época, era conhecida justamente por não estimular qualquer forma de discussão; a fé não deveria permitir qualquer tipo de dúvida.

Segundo Kronbauer, toda religião busca uma explicação para a morte. E, partindo do princípio cristão de que todos somos pecadores, Lutero passa a se perguntar se Deus nos aceitaria mesmo com nossos pecados, se nos amaria, se nos receberia nos braços. Logo, o primeiro estranhamento que Lutero alimenta é em relação ao papel do clero na sociedade e do dinheiro, na igreja.

A história de Lutero vai além, se desenvolve religiosa e socialmente — lembremos que na Europa do século XV a igreja católica era instituição-mor da sociedade, intervindo inclusive nos assuntos de Estado. O que começou como questionamento pessoal evolui para um movimento: a Reforma Protestante. Lutero passou a ser o símbolo de ruptura e, a partir dele e de outros questionadores da época, outras tantas denominações cristãs surgiram.

Pastor Adelcio afirma que a posição dos luteranos sempre foi em defesa da separação da igreja com o Estado; a função de um religioso na sociedade é a de exercer o sacerdócio, em prol do bem, não da política partidária. Lembra, ainda, que a Igreja Luterana busca, de todas as formas, estabelecer um ambiente de diálogo, onde todos os direitos do ser humano sejam preservados, mas que também se debata assuntos polêmicos que permeiam a vida em sociedade, como a homossexualidade, por exemplo. Que todos possam ter a mesma voz, já que a postura do homem para com o semelhante deve ser sempre humanitária, jamais inquisitiva. Há de se incentivar uma discussão de todos os tópicos, de todos os lados, para que se chegue a um entendimento. 

Depois de contar toda a história sobre como a Igreja Luterana foi instituída, quais seus preceitos e fundamentos, pergunto ao Pastor Adelcio se ele, ou demais frequentadores do templo de imensa beleza no Paissandu já foram vítimas de intolerância. "Não diria que somos vítimas hoje, mas já sofremos ao longo da história. Conhecida como "igreja dos alemães”, imagina como os fiéis sofreram na época do nazismo, por exemplo: até impedidos de realizar seus rituais eles foram. Hoje, não mais. Quer dizer, só um adendo: por que continuamos vistos somente como igreja dos alemães? Estamos de portas abertas para todos que quiserem conhecer nossa doutrina, queremos mais e mais irmãos conosco!”, protesta, com bom humor.

 

Boletim Ceifa: as coincidências

Ao discutirmos, na redação, quais denominações religiosas buscaríamos para esta matéria, surgiu o nome de Sérgio Paim, pastor da Igreja Ceifa. Homem simpático, jovial. É pouco provável que quem o encontre na rua desconfie que é pastor. 

Sérgio Paim começa a entrevista contando que a Igreja Ceifa iniciou suas atividades no Brasil há cerca de 30 anos, a partir de um movimento da Assembleia de Deus chamado Cruzada Ceifa. O idealizador deste movimento — um pastor chamado Eliel Furtado de Carvalho — passou, num determinado momento, a questionar os usos e costumes da Assembleia. A igreja passou a ser considerada por ele como radical, pois instituía proibições, como: as mulheres deveriam se vestir com saias longas, deviam manter seus cabelos sempre bem compridos; alguns esportes não eram tolerados, entre outras pequenas regras. Assim nasce a Igreja Ceifa, a partir de Eliel: uma separação da Assembleia em termos de costumes, mas ainda seguindo os mesmos fundamentos doutrinários.

O principal templo da Ceifa em Nova Friburgo foi — e ainda é — alvo de preconceito e intolerância, segundo o pastor. Além de diversas paralisações nas obras, iniciadas há cerca de 12 anos, por conta das denúncias infundadas de alguns vizinhos, ainda hoje alguns frequentadores da igreja sofrem represálias ao estacionarem seus carros na rua onde o prédio se encontra.

"E o senhor, já se sentiu alvo direto de uma situação dessas?”, pergunto. "Às vezes me sinto constrangido em me apresentar como pastor, pois sei que atualmente a imagem do pastor está distorcida por conta daqueles que se intitulam pastores, mas não realizam um trabalho sério. E já é meio que um costume do ser humano assumir uma postura preconceituosa com quem é diferente. Disseram que o nosso templo iria descaracterizar o bairro — ‘bucólico’ era a palavra que usavam —, que o barulho ia atrapalhar a paz. Olha que chegamos aqui depois da faculdade [a igreja foi construída nas Braunes, mesmo bairro onde se situa a Universidade Estácio de Sá]. Acho que o preconceito surge principalmente pelo fato de que os pastores são vistos como pessoas que têm dinheiro, que têm acesso ao dinheiro dos fiéis. Tudo foi generalizado e as igrejas que realizam um trabalho sério, que prestam contas de todo o dinheiro doado pelos fiéis, e que fazem tudo segundo a lei acabam entrando no bolo mesmo assim”, desabafa. 

Tal qual o pastor Adelcio, pastor Sérgio também afirma que a igreja se baseia na resolução de conflitos, no respeito. Mas questiona o porquê de as igrejas não poderem mais se manifestar sobre seus preceitos, já que a linha entre o que é encarado como crítica e o que é encarado como ofensa é muito tênue. E a coincidência é que os boletins que a igreja distribui aos fiéis com informações sobre cultos e outros encontros é impresso na gráfica onde Genecy trabalha — Genecy, nosso primeiro entrevistado, filho de Iansã.

 

João de Deus: seminarista, professor e ateu

A intolerância religiosa pode se dar também nos casos em que não se tem religião, crença nenhuma. Então, procuramos também um ateu, para dar sua visão sobre o assunto. João de Deus — nome que não deixa de ser uma ironia — foi criado em família católica, preparado desde criança para ser padre, tendo sido inclusive seminarista durante a adolescência. Estudou teologia e filosofia em São Paulo, mas em determinado momento percebeu que, no fundo, não acreditava em nada do mundo espiritual; só acreditava no que via, no mundo físico a sua volta. Ele afirma que nem mesmo as perdas na família — momentos em que as pessoas se sentem fragilizadas e mais predispostas a acreditar em algo — foram suficientes para que ele mudasse sua forma de ver a vida. Já passou, inclusive, por situações em que se sentiu como que obrigado a crer, já que aqueles que creem assumem quase que automaticamente uma posição missionária, de esclarecer quem é Deus para quem está na escuridão. Um famoso apresentador de TV, certa vez, associou o ateísmo ao crime. Pessoas que não creem em Deus ainda são vistas com estranhamento pela sociedade. João não tem fé em divindades, mas em seres humanos. Acredita que elas o fazem por bem, por imaginar que elas sabem da existência da graça, então, querem transmiti-la. Ele citou o caso de uma aluna que chegou a se mostrar verdadeiramente decepcionada quando soube de seu ateísmo. Ele deixa claro que não é pregador da descrença; respeita todas as religiões sem questioná-las. Pelo contrário, questiona o porquê de casos recentes terem acontecido, como um aluno que foi impedido de entrar em sala de aula de uma escola no Rio com sua guia de candomblé no pescoço. 

Para enfatizar seu respeito, João comenta que sua esposa é evangélica e que ele chegou até mesmo a participar de um coral evangélico, mesmo sem crer em Deus. E sabe o pastor Sérgio Paim, na coluna ao lado? Além de pastor, é escritor. Escreve sobre a doutrina da Igreja Ceifa. E sabe quem revisa seus livros? O professor João de Deus.

 

Na constituição brasileira está prevista a liberdade de religião, e a igreja e o Estado estão separados oficialmente, o que torna o Brasil um país laico. A legislação tornou proibido qualquer tipo de intolerância para com a religião, sendo a prática religiosa livre no país. Para conscientizar a população quanto aos casos de intolerância, o governo federal instituiu o Dia Nacional de Combate à Intolerância — 21 de janeiro —, por meio da lei nº 11.635, de 27 de dezembro de 2007. Além disso, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República disponibiliza o Disque 100, em que o Departamento de Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos recebe denúncias de diversos conflitos sociais — como os conflitos religiosos —, com o objetivo de atuar na resoluções destas tensões que envolvam violação de direitos do indivíduo, além de orientar e adotar providências efetivas, agindo diretamente ou em articulação com outros órgãos. O sigilo das fontes de informação é garantido.

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TAGS: religião
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