Segundo o prefeito Renato Bravo, o legado mais significativo das comemorações pelo bicentenário de Nova Friburgo, foi o fortalecimento dos laços entre o público e o privado, as parcerias entre os dois entes. A adesão dos empresários e diversos segmentos da sociedade nas questões que envolvem a gestão municipal, foi importante para dar andamento a projetos como construção de creches, reforma de escolas, obras no Hospital Raul Sertã, criação da ciclovia, aquisição de terreno para ampliar o espaço de lazer adjacente à Praça do Suspiro, e outros.
“Temos que considerar o seguinte: em primeiro lugar, a reaproximação com a Suíça, um tema que nos é caro e que estava um pouco perdido, digamos até, desacreditado. A nossa parceria com o governo suíço foi a retomada desse vínculo, com a vinda da maior delegação de parlamentares da história, incluindo aí a presença do presidente do Parlamento, Dominique de Buman, e um respeitável grupo de suíços para festejar os 200 anos de nossa cidade. Durante a estadia deles aqui, fortalecemos a ideia de unir forças e interesses, visando a histórica relação dessas duas cidades. Desde então, esse reencontro vem repercutindo e vai gerar, no médio e longo prazos, parcerias na área de tecnologia e inovação. Essas ações levam algum tempo, mas seguimos dando um passo de cada vez”.
O prefeito ressalta que apresentou propostas para fechar parcerias para atuar no meio ambiente, o que também demanda certo tempo, mas vai acontecer, ele assegura. E defende que toda parceria é positiva no sentido de trazer benefícios para a população de modo geral, principalmente, para os jovens, através de intercâmbios educacionais. Nesse período, cita, criou duas creches, uma escola, e em junho serão inagurados o Ginásio Rei Alberto, em Conquista, e outra creche no bairro Rui Sanglard.
“Em segundo lugar, apesar das dificuldades que tivemos em passado recente com a catástrofe climática, e agora com a queda de orçamento em todo o Brasil, desemprego e tudo que isso acarreta, Friburgo vem se mantendo num patamar absolutamente saudável. Nesse quesito podemos afirmar que as nossas contas estão em dia. A prefeitura vem cumprindo a sua obrigação, o que resulta na circulação de mais de R$ 10 milhões no mercado, mensalmente, contribuindo assim, para uma relativa estabilidade no nosso comércio”.
Outra questão que ele considera importante, se refere à destinação do valor apurado com a venda das ações da Energisa. “Optamos por um pacote de obras, que tem tudo a ver com a melhoria da qualidade de vida dos moradores.” E em que sentido isso tem a ver com o legado do bicentenário do município e a vinda dos suíços? “Bom, por ocasião daquele encontro, conseguimos dar início a vários projetos, e o que dependia do aval da Justiça, conseguimos desobstruir, no que diz respeito a entraves burocráticos. Nesse pacote, por exemplo, havia a obra do prédio anexo do (hospital) Raul Sertã, que está em andamento”.
Pouco espaço para muita circulação
A tão sonhada ciclovia será um espaço compartilhado, “que é o que se tem hoje de mais moderno em termos de mobilidade urbana”. Apesar das críticas, Renato defende que é assim em todos os lugares do mundo, e esta seria a única maneira de termos uma ciclovia, apesar da topografia digamos ‘imprensada’ de Friburgo.
“Optamos por aproveitar o projeto já existente, orçado e definido. Aliás, aproveito a oportunidade para esclarecer, e garantir, que a ciclovia não se restringirá a uma faixa pintada. Faremos o que é possível, levando em conta as limitações dos espaços que temos. É preciso que as pessoas entendam que nossas ruas e calçadas são estreitas e não temos como expandí-las. Elas são o que são, há que se respeitar, e cada um de nós tem que aceitar as regras necessárias. Não tem outro jeito. Assim como um carro não pode avançar um sinal, os ciclistas terão as suas regras definidas, assim como os pedestres. Reitero, não temos como fazer de outra forma. São mais de 130 mil veículos circulando por Friburgo. É muito carro para pouco espaço, e temos que conviver com isso da melhor maneira possível”.
Por essas e outras, o projeto de ampliação da Praça do Suspiro, com a compra de um terreno ao lado (na esquina com a Rua General Osório), terá um estudo cuidadoso de mobilidade e de capacidade para determinadas atividades. “Temos a preocupação de preservar aquele espaço que é um dos pontos turísticos mais procurados da cidade. Pretendemos fazer ali um centro cultural voltado para as artes e eventos de pequeno e médio porte, como a MaiFest (realizada no último fim de semana) que foi um sucesso de público e envolveu 250 pessoas só com o trabalho. Portanto, o fator festa, evento, gera emprego e renda, abre portas para novos empregos”.
O que está para ser iniciado
A licitação das obras de ampliação da cobertura da Estação Livre, a antiga rodoviária urbana, na Praça Getúlio Vargas, já estava agendada para o dia 15. (Esta entrevista foi realizada na terça-feira, 14). “Em Olaria, faremos uma praça juntamente com uma creche no pátio da Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana (Smomu), com um parquinho, uma academia ao ar livre e um palco/anfiteatro. Será uma integração com o posto de saúde Tunney Kassuga e a sub-prefeitura daquele bairro, uma área de prestação de serviços da prefeitura.
Para o distrito de Conselheiro Paulino estão previstas a construção de pontes para dar mais mobilidade, e em fase de finalização o projeto de revitalização do centro daquele distrito, depois da colocação de galerias e de redes de água. A recuperação das quadras poliesportivas, de vários bairros e distritos, da mesma forma estão nesse pacotão de obras, não só para incrementar o lazer, mas também como forma de cuidar da saúde’.
Outra questão relevante para o prefeito é a expansão das Parcerias Público-Privadas (PPP) também no que diz respeito à iluminação pública. “Nosso sistema elétrico é falho, antigo, ultrapassado. Então, uma PPP vai gerar investimentos para melhorar o parque de iluminação da cidade. Precisamos de equipamentos modernos, lâmpadas ambientalmente corretas e controle através de uma rede de computadores para evitar desperdício de energia”.
Quanto à "fiarada" exposta que tanto enfeia a cidade, Renato Bravo esclarece que o responsável por esse tipo de ‘limpeza’ é a concessionária de energia elétrica Energisa que deve cuidar cuidar disso, porque ela cobra das empresas de internet, telefonia e TV a cabo pelo uso compartilhado dos postes. Como um aluguel. Essas empresas pagam à Energisa pelo que usam e elas têm que recolher os fios e cabos descartados. Não podem deixar lá pendurados, amontoados, isso está no contrato. A prefeitura fez alguns desses serviços em locais onde havia um volume absurdo de fiação desligada, mas a concessionária tem que tomar providências para que as empresas responsáveis façam a retirada de fios e cabos descartados”.
Finalmente, o prefeito considera que o que ficou de legado do grande encontro entre Nova Friburgo e Fribourg, em maio de 2018, foi além da consolidação dos laços entre os dois povos. Foi a criação de parcerias que estão se desenvolvendo, talvez ainda não tão evidentes, mas que estão sendo trabalhadas.
“É uma questão de tempo até podermos mostrar resultados que certamente virão, como alguns aí já citados, na forma de parcerias entre os setores públicos e privados. A boa notícia de última hora é que neste sábado, 18, teremos a reabertura de todas as lojas da Praça das Colônias”.
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