Recanto: um bairro central que ainda sofre as consequências de 2011

quarta-feira, 31 de dezembro de 1969
por Jornal A Voz da Serra
Recanto: um bairro central que ainda sofre as consequências de 2011
Recanto: um bairro central que ainda sofre as consequências de 2011

Marcado por suas casas tradicionais e pela presença de várias escolas, o bairro do Recanto foi um dos mais atingidos pelas chuvas de janeiro de 2011 em Nova Friburgo. Situado em meio a pontos importantes do município, como a Igreja Luterana, a Praça Marcílio Dias e o Country Clube, o local recebe um grande fluxo de veículos e, apesar de ter sido alvo de importantes obras emergenciais nos últimos anos, continua convivendo com antigos problemas estruturais.

Quem tenta caminhar por determinados trechos da Rua Trajano de Almeida, por exemplo, encontra grandes dificuldades nos horários de maior movimento. Isso porque só existe calçamento em um dos lados da via, e a mesmo a calçada disponível é estreita, irregular, e permeada pela presença de postes de iluminação que bloqueiam por completo a passagem. Do lado oposto, além de não haver calçamento, os transeuntes se deparam com terra, buracos, árvores e nenhuma proteção em relação ao Rio Cônego, que corre logo ao lado. Para completar o quadro de problemas, a própria rua é também estreita e repleta de veículos estacionados numa das margens, tornando o trajeto ainda mais arriscado.

"Essa rua merecia mais atenção por parte dos governantes”, desabafou um morador que preferiu não se identificar. "Existem várias escolas aqui perto, e a movimentação de crianças é grande nos horários de entrada e saída. Aqui passam muitos carros, e as pessoas não têm por onde andar com segurança. O muro que foi construído às margens do rio deveria se estender pela rua inteira, e a mesma obra deveria providenciar também uma calçada aos moradores. Nada que retire as árvores do local, mas que ao menos permita uma circulação segura às pessoas que passam por aqui todos os dias”, encerrou.

"A gente precisava que fosse terminado o serviço nesse paredão que margeia o Rio Cônego”, concorda Luiz Amaral, morador da Rua Trajano de Almeida. "Ficaram faltando uns 50 metros para completar o serviço. A Trajano é uma rua muito movimentada, com o fluxo de saída do Country Clube, os alunos das três escolas e também os frequentadores da igreja luterana. Todo mundo que entra na José Tessarolo dos Santos passa por aqui. Se esse trecho fosse terminado, a rua ficaria muito melhor. Nas condições atuais ela está feia e perigosa para as crianças.”

Já na Alameda Eduardo Guinle, fortemente atingida pelas chuvas de janeiro de 2011, os problemas são diferentes. Na parte mais baixa da rua o asfalto cobre apenas alguns trechos da pista, gerando uma série de buracos e dificuldades para quem dirige. Seguindo em direção ao Vale dos Pinheiros, o grande muro de contenção que foi erguido próximo ao Educandário Miosótis já está pichado, mas é a partir deste ponto que os problemas começam de fato.

"Eu moro na parte mais alta da rua, já depois do asfalto, e lá a situação está muito ruim”, explica uma moradora que preferiu não se identificar. "A Alameda seguia antigamente até o Vale dos Pinheiros, mas ficou interrompida por uma barreira na época da tragédia. Parte da obra começou a ser feita, mas até hoje só é possível fazer esse caminho a pé, e mesmo assim durante o dia, porque não existe qualquer iluminação. Esse trecho mais elevado na Alameda Eduardo Guinle está abandonado. Quando chove, eu preciso colocar sacola nos pés para sair de casa, porque a quantidade de lama é muito grande. E com a rua bloqueada para veículos, acaba faltando iluminação e transporte nesse trecho em que eu moro. Falta até mesmo saneamento básico, porque também existe uma fossa a céu aberto perto da minha residência”, encerrou.

"As poucas obras que foram feitas ficaram lá em cima, próximas à escola”, explica José Wander, também morador da Alameda. "Caíram muitas barreiras lá em cima, principalmente nas proximidades do Miosótis. Foi feito o muro de contenção, mas a rua continua sem saída. Temos que descer para pegar os ônibus no Paissandu, e o problema é maior para quem mora na parte alta da rua e precisa caminhar no escuro durante a noite, ou na lama quando chove”, explicou.

Com relação aos demais serviços públicos, não houve qualquer reclamação por parte dos moradores entrevistados.

 

    

 José Wander, morador da Alameda Eduardo Guinle

 

Luiz Amaral, morador da Rua Trajano de Almeida


O muro de contenção da Alameda Eduardo Guinle já apresenta pichações

 

Na Alameda Eduardo Guinle, o asfalto praticamente desapareceu em alguns trechos

 

Num dos lados, calçada estreita e com postes; no outro, árvores, 

buracos e barranco. Não é fácil caminhar pela Rua Trajano de Almeida

 

Moradores pedem que o muro às margens do Rio Cônego seja

prolongado até a ponte da Rua José Tessarolo dos Santos 





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