Inicialmente prevista para ter início na última segunda-feira, 28, a obra que irá paralisar parte do Centro de Tratamento de Urgência do Hospital Municipal Raul Sertã foi adiada por quatro dias, a fim de permitir uma melhor estruturação da rede de apoio que vem sendo montada para assegurar a continuidade dos atendimentos à população. A previsão inicial é de que as intervenções que começam amanhã, 1º de outubro, estendam-se por um período entre três e quatro meses, durante os quais grande parte dos casos de menor complexidade serão encaminhados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Conselheiro Paulino.
De modo a atender a esta demanda temporária, o secretário municipal de Saúde, Rafael Tavares, explicou que, durante o andamento da obra, parte do corpo de profissionais do hospital será transferida para a UPA. Um reforço necessário, uma vez que a unidade atende habitualmente a pouco mais de 200 pacientes por dia, e a partir do próximo mês terá que acolher também a uma parcela dos cerca de 400 atendimentos diários realizados habitualmente no Raul Sertã.
Considerando a existência de recursos do Programa Somando Forças no valor de R$ 500 mil, exclusivos para esta finalidade, a secretaria planejou não apenas a reforma, mas também a ampliação e a modernização do atendimento. “Nós sabemos que a obra vai causar transtornos, e desde já pedimos desculpas e compreensão à população. No entanto, trata-se de uma reforma necessária, que vai melhorar sensivelmente a eficiência do serviço prestado. Atualmente, por exemplo, nosso CTU possui 24 leitos, divididos em enfermarias masculinas e femininas, dentro das quais pacientes de casos simples, como uma indigestão, são atendidos ao lado de casos graves, com pacientes intubados. Após a reforma nós teremos 13 leitos a mais, divididos em enfermarias de diferentes cores, conforme o nível de risco de cada paciente”, detalhou Rafael Tavares em entrevista coletiva no último dia 22.
Seguindo diretrizes do Sistema de Triagem de Manchester, que será parcialmente implantado no Raul Sertã, a sala verde, para pacientes em situação de menor risco, terá 27 leitos, mais dois em isolamento. Já a sala amarela, para pacientes em situação urgente, que pode se agravar se houver demora no atendimento, terá seis leitos. Por fim, a sala vermelha, para situações de emergência nas quais o paciente não tem condições de aguardar atendimento, terá quatro leitos. Ao todo, portanto, serão oferecidos 39 leitos, divididos conforme o grau de risco de cada paciente.
Descentralização do atendimento
De acordo com o secretário, a obra deverá marcar também o início de um processo de desafogo do Raul Sertã, através do direcionamento de casos de menor complexidade para outras unidades de saúde. O objetivo da direção é que o hospital seja visto daqui para a frente como a última opção, para tratar realmente dos casos mais sérios, que não podem ser resolvidos pela atenção básica.
Entre os exemplos de atendimentos que a população deve buscar na UPA a partir de outubro estão falta de ar; dor no peito; convulsão; uso abusivo de medicamentos e substâncias (até mesmo como tentativa de suicídio); reações alérgicas graves; alterações no nível de açúcar; ferimentos e dores de cabeça. Todos estes procedimentos, que são de urgência, mas não necessitam de uma intervenção imediata, serão destinados à UPA.
Já os casos emergenciais, como politraumatismo craniano, torácico, abdominal, de membros; grandes queimaduras; estado de coma; suspeita de lesão na coluna vertebral; perfuração no peito, abdome ou cabeça; paradas cardiorrespiratórias; hemorragias não controladas; fraturas; luxações; acidentes com animais peçonhentos; e todo procedimento que é realizado pelo Corpo de Bombeiros, como o atendimento a acidentados nas ruas, continuarão sendo encaminhados ao Raul Sertã.
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